Resenha – Homossexualidade e preconceito: aspectos da subcultura homossexual no Rio de Janeiro

Maria Fernanda Saback

Liberdade ou isolamento?
No artigo “Homossexualidade e preconceito: aspectos da subcultura homossexual no Rio de Janeiro” encontramos importantes reflexões acerca dos preconceitos enfrentados por homossexuais a partir da década de 70 e as construções de espaços urbanos na formação das subculturas, assim como a transição desses locais até os dias atuais. Os autores fazem uma distinção nítida entre a formação dos guetos nas cidades norte-americanas que seriam espaços urbanos maiores, completamente dominados pelos que ali se segregam com seus mercados e toda uma arquitetura socioeconômica voltada para os mesmos. A subcultura seria a formação de espaços menores de encontros e de identificação, possibilitando um maior entrosamento e afirmação dessas identidades grupais menores, tantas vezes excluídas pela maioria da sociedade.
De acordo com Plummer, as subculturas são resultantes de sociedades complexas onde não existe um sistema de valor único. Nesse sentido as subculturas seriam entendidas como uma forma de resistência, criando-se um espaço de livre expressão. Seguindo essa lógica os autores apontam para uma formação grupal positiva, envolvendo três aspectos: o reconhecimento de que certas desvantagens não são derivadas de experiências pessoais, que os aspectos minoritários do grupo são ilegítimos e derivados de preconceito e o desenvolvimento de uma identidade grupal positiva que como conseqüência gera a noção de comunidades homossexuais. Pessoas que participam de uma comunidade estabelecem relações virtuais ou face a face de modo que nem toda comunidade é uma subcultura. No Rio de Janeiro o autor defende que se pode falar tanto em comunidade quanto em subcultura homossexual (a noção de comunidade implica uma noção de identidade compartilhada, no caso especifico dos homossexuais.).
Fica registrada a importância desses espaços, na medida em que a rua é considerada um lugar heterossexual. Na medida em que se criam lugares específicos fica liberado a livre expressão de seu modo de ser, como andar de mãos dadas, beijarem, etc. Sob esse aspecto criam-se espaços de transitoriedade e de refugio ao preconceito. Por outro lado alguns lugares podem também ficar estigmatizados e serem alvos fáceis de manifestações homofóbicas. Nesse sentido há uma certa contradição, pois que se criam espaços para se estar mais livre, ter uma sensação de identidade, não obstante a própria necessidade de se criar espaços próprios revela o caráter excludente e preconceituoso da sociedade carioca, nesse caso. O texto, porém reafirma a construção de tais lugares como resistência cultural de grande simbologia.
No caso da subcultura brasileira, os homossexuais, apesar da identidade gay, parecem ter fundado sua união pela noção de diferença sexual. Ou seja, existe um aspecto comum de resistência ao preconceito, de compartilhamento da marginalidade, formando laços entre indivíduos estranhos, não necessariamente comuns. Portanto existem também as diferenças e inclusive a formação de subgrupos rotulados pelos próprios membros da comunidade: transformistas, drag queens, michês, boys, go-go-boys, bichas, bofes, bichas velhas, entendidos, ursos, barbies, dentre outros citados no artigo.
É chamada a atenção para o fenômeno atual da barbies que seriam homens que se dedicam ao culto do corpo, raspam os pelos – verdadeiros narcisos, buscando a virilidade e a eterna juventude. Tal fato por sua vez não surpreende na medida em que são valores também buscados fora da comunidade e da subcultura homossexual, reflexo da sociedade moderna. O texto chama a atenção justamente para o fato de existirem estilos dominantes de acordo com cada época, assim como espaços urbanos que vão sendo trocados ou reinvestidos, na medida em que não há guetos homossexuais no Brasil como nos Estados Unidos ou Europa. Verifica-se uma transição de um estilo mais afeminado desde a dec. de 70 para esse protótipo do supermacho e então na década de 90 o modelo dominante colocado como andrógino das barbies. É importante ressaltar, ainda que o artigo não trate com ênfase este assunto que há preconceitos entre os subgrupos gays, refletindo também as condições socioeconômicas de seus integrantes como em outras derivações sociais.
Encontramos ainda as mudanças espaciais, no deslocamento de espaços do centro da cidade, que eram muito freqüentados por homossexuais na década de setenta para bairros como Copacabana, Ipanema, Botafogo, Leblon e Barra da Tijuca. O centro, que sempre foi um local de utilização de homossexuais mais humildes, somando ao fenômeno da AIDS contribuiu para os deslocamentos já mencionados do espaço urbano (banheiros, cinemas e parques deixaram de ser largamente utilizados). Há um destaque para o bairro de Copacabana, que apesar de seu declínio e de hoje ser grande zona de prostituição, é ainda um espaço onde homossexuais de diversas origens se reúnem, principalmente no carnaval. Tem como marco seu quiosque rainbow que pode ser visto por qualquer transeunte na orla.
Vale salientar como afirma Trevisan a ambigüidade da criação e ampliação desses espaços, que podem ser invadidos pela policia, sendo um marco de que a tolerância serve para atender aos limites da comunidade. “Entre seus iguais (em termos de estigma) o homossexual pode estabelecer uma identidade positiva, mas corre o risco de viver num mundo incompleto e artificial se ficar muito preso à comunidade gay”. A formação das comunidades são formas de acomodação ao estatuto de estigmatizados?
O comportamento de consumo é referido como uma importante forma de simbolizar atos e a própria identidade da subcultura gay, na medida em que disponibilizam meios e recursos de identificação assim como também de estigma. Mas de todo modo gera uma certa abertura, no sentido de ampliar a visibilidade dentro da sociedade como um todo. Ainda assim permanece a questão: seria esse o inicio para uma liberdade, ou esse sonho é só mais uma mentira de nossa complexa sociedade moderna que é supostamente democrática? Liberdade ou isolamento? Liberdade demarcada? Como o homem pode superar suas dificuldades em tratar o diferente?

Referência: Nunan, A. e Jablonki, B. Homossexualidade e preconceito: aspectos da subcultura homossexual no Rio de Janeiro. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 54, 1, 21-32, 2002.

Resenha: estereótipos sobre idosos: uma representação social gerontofóbica

Ivanilde Souza

Das interpretações reinantes no contexto social para o fenômeno do envelhecimento, a mais cristalizada fortalece a compreensão de que o processo de envelhecimento representa uma época sombria, decrépita, coalhado de doenças e repleta de temores da morte. Neste artigo, Rosa Maria Lopes, professora coordenadora da Escola Superior de Enfermagem do Instituto Superior Politécnico de Viseu e Maria de Lurdes Martins, enfermeira graduada do Hospital S. Teotónio, S.A., em Viseu, fazem uma análise dos estereótipos sobre os idosos, reinantes no discurso social, os quais revelam uma percepção limitada desta população.
O termo “ancianismo” criado pela gerontologia e utilizado neste artigo é definido como um processo de discriminação sistemática, contra as pessoas por que são velhas.
Assim, este estudo vem contribuir para o esclarecimento de algumas questões sobre a atual situação do idoso na sociedade. A urgência de trazer à cena estas questões, as quais estas autoras exploram, justifica-se se levarmos em consideração que as representações sociais, como por exemplo, a dos idosos, está intimamente relacionada com o tratamento que é dispensado a este grupo, tanto em termos de relações proximais, como de relações institucionais.
No sentido de elucidar estas questões e baseados nos pressupostos teóricos defendidos por vários autores, este artigo traz conceitos referentes a estereótipos, crenças e atitudes. Estereótipos são “generalizações” e simplificação de crenças acerca de um grupo de pessoas, podendo ser de natureza positiva ou negativa. O estereótipo positivo é aquele em que se atribuem características positivas a todos os membros de uma categoria particular, por exemplo, “todos os idosos são prudentes”. Contrariamente, um estereótipo negativo, atribui características negativas a todas as pessoas de uma determinada categoria, de que é exemplo “todos os idosos são senis”.
Crenças, conjunto de informações sobre um assunto ou pessoas, determinante das nossas intenções e comportamentos, formando-se a partir das informações que recebemos. Por exemplo: a “idéia” de que todos os idosos são sensatos e dóceis e nunca se zangam.
Atitude, conjunto de juízos que se desenvolvem a partir das nossas experiências e da informação que possuímos das pessoas ou grupos. Pode ser favorável ou desfavorável, e embora não seja uma intenção pode influenciar comportamentos.
Em seguida traz um estudo realizado na Université de Montreal, que teve como objetivo identificar os estereótipos mais freqüentes aplicados aos idosos. Este estudo verificou que a maioria destes estereótipos estão ligados não a características específicas do envelhecimento, mas sim a traços da personalidade e a fatores socioeconômicos. Uma das justificativas para a construção dos estereótipos é que estes cumprem a função de simplificar os fenômenos sociais, por um lado; por outro, esta simplificação leva a uma ignorância acerca das suas especificidades, o que faz com que sejam minimizadas as características individuais de cada sujeito. No caso dos idosos – utilizados como exemplo pelas autoras deste artigo – aqueles que são ativos socialmente e que não se enquadram aos estereótipos de invalidez e improdutividade são considerados, muitas vezes, como tendo um comportamento social atípico, pelo que se enquadram numa exceção.

O fato é que os estereótipos são gerados porque há uma carência no sentido de aprofundamento dos processos de envelhecimento, fato que exerce uma influência direta na maneira como os indivíduos interagem com a pessoa idosa e na percepção que eles próprios têm de si mesmo, como bem coloca os autores.
Se analisarmos de forma mais aprofundada a condição dos idosos, talvez seja possível perceber uma discrepância entre a visão negativa de pessoas mais jovens acerca do envelhecimento e a percepção dos próprios idosos quando atribuem significado às suas experiências. Apesar da convivência com doenças e agravos, suas histórias de vida revelam ganhos e não apenas limitações, contribuindo para isto o apoio familiar e o social, os dois atuando como um diferencial na sua existência. Desta forma, há de se ter a preocupação de não estigmatizar a velhice.

Referência:
Martins, R. M. e Rodrigues, M. L. Estereótipos sobre idosos: uma representação social gerontofóbica. Millenium. Revista do ISPV, 29, 249-254, 2004.

Resenha – Estereótipos e destinos turísticos: o uso dos estereótipos nos folders de uma agência de fomento ao turismo

Camila Leão

O artigo “Estereótipos e destinos turísticos: o uso dos estereótipos nos folders de uma agência de fomento ao turismo” aborda um tema bastante interessante e presente no cotidiano de todos nós. Afinal, quem nunca escolheu o destino das viagens de férias tomando como referência as belas imagens postadas nos folhetos de turismo?As imagens atraentes e os dizeres encantadores presentes nesses folders das agências de turismo foram o foco do trabalho do professor Marcos Emanoel Pereira (Doutor em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal da Bahia. Coordenador do Programa de Pós- Graduação em Psicologia da Universidade Federal da Bahia.) e da pesquisadora Tula Ornelas (Bacharel em Turismo. Aluna especial do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Da Universidade Federal da Bahia. Coordenadora do Curso de Bacharel em Turismo da Faculdade Olga Mettig, Salvador, Bahia).Eles realizaram uma pesquisa analisando de forma descritiva trinta e cinco folders da agência de turismo Bahiatursa, a agência de fomento ao turismo do Estado da Bahia. Após essa análise, os pesquisadores encontraram algumas categorias de estereótipos que se repetiam em vários folders, com o intuito de atrair turistas para a Bahia. Os pesquisadores conseguiram encontrar cinco classes de poderosos estereótipos utilizados pela Bahiatursa referentes à Bahia e ao seu povo. São eles: “Terra da felicidade”; “Povo festeiro”; “Povo Hospitaleiro”; “Povo Mestiço”; “Povo religioso”.Pode-se notar, a partir da leitura desse artigo, o grande poder dos estereótipos para a economia turística. Uma concepção positiva sobre um povo que se torne amplamente compartilhada atrai lucros e investimentos. Por isso, cria-se todo um fetiche mercadológico que seja capaz de despertar a vontade de “estar lá” e de “ser como eles”. Os turistas buscam por experiências diferentes daquelas presentes no seu cotidiano (como o contato com belezas naturais, fugindo de um cotidiano urbano turbulento), e buscam o contato com pessoas agradáveis, receptivas, alegres. Assim como tudo presente no nosso habitat Capitalista, a Cultura e as características de um povo, juntamente com as belezas naturais de um local, passaram a ser um “acessório” que valoriza a venda de viagens.A teoria que alicerça a Psicologia Behaviorista, a qual afirma que um estímulo neutro, quando associado com um estímulo agradável e reforçador, imediatamente tornar-se-á um estímulo também reforçador, é bastante utilizada na construção desses folders de turismo. Um lugar como a Bahia, que pode ser visto como um estímulo neutro para muitas pessoas, quando associado às frases e às imagens positivas, torna-se um estímulo altamente reforçador. O emparelhamento de um lugar como a Bahia com sensações agradáveis, com pessoas receptivas e alegres, enfim, com estímulos positivos, valoriza a imagem do lugar.Um dos processos básicos do comportamento é a motivação, segundo Maslow e McGregor, teóricos da Psicologia. A motivação á um fator que impulsiona uma pessoa a consumir algo presente no mercado. Os donos de negócios juntamente com as empresas de marketing criam necessidades internas e externas e as incutem no psicológico das pessoas, que procurarão suprir tais “necessidades”. Eles criam também necessidades secundárias, que são aquelas que interferem na escolha de um produto, diferente das nossas necessidades primárias (como a sede, o sono, a fome, a proteção do corpo contra frio, calor e outros). Essas necessidades secundárias são aquelas que determinam qual marca de alimento, bebida ou roupa uma pessoa irá consumir. É a partir da criação dessas necessidades secundárias que uma pessoa atualmente escolhe um destino turístico.A imaginação do consumidor o faz acreditar que ele realmente necessita daquele produto, e ele vai agir de tal forma que consiga obter tal produto. O que leva uma pessoa a escolher o destino de sua viagem a partir do conteúdo dos folders de turismo, são também fatores motivacionais de cunho secundário, ou seja, não são essenciais para a sua sobrevivência, mas fazem parte de uma necessidade criada. Uma atitude positiva para um lugar, juntamente com estereótipos positivos para as pessoas nativas daquele lugar é essencial para a escolha de um destino turístico.O presente estudo do artigo foi importante na medida em que revela a força e o poder mercadológico dos estereótipos na valorização dos destinos turísticos. Vê-se a importância também do cuidado com o uso desses estereótipos, já que os mesmos influenciam no modo de ver tanto dos turistas quanto do povo nativo. Tanto os turistas como os nativos passam a compartilhar de tal maneira esses estereótipos, que acabam por assimilar as características atribuídas ao seu grupo social. E essas características acabam se cristalizando. Desse modo, a Psicologia deve não somente contribuir para ajudar a fomentar o turismo na Bahia, mas também aplicar-se mais intensamente no plano social e tentar levantar os possíveis impactos de todos esses estereótipos construídos que fazem parte do imaginário popular em relação à Bahia e ao seu povo.

Referência: Pereira, M. E. ; Ornelas, T. Estereótipos e destinos turísticos: o uso dos estereótipos nos folders de uma agência de fomento ao turismo. Caderno Virtual de Turismo, 17, 2005

Resenha: Dizer não aos estereótipos sociais: as ironias do controlo mental

Carol Aguiar

Os estereótipos se constituem no conhecimento e nas crenças que um indivíduo tem acerca de um grupo social. A aplicação dos estereótipos é bastante convidativa aos percipientes sociais na medida em que oferece um tratamento simplificado das informações, evitando uma sobrecarga cognitiva, e auxilia a dar sentido ao complexo ambiente social. Por outro lado, os estereótipos podem ter implicações prejudiciais, já que substituem uma avaliação individualizada. Por esse último aspecto, as crenças estereotípicas são condenadas em diversas situações, o que leva os indivíduos a buscarem estratégias para suprimi-las.
Nesse artigo, a autora tem por objetivo discutir se é realmente possível a supressão dos julgamentos estereotipados ou se eles, por se tratarem de um processo tão natural e até inevitável, não podem ser colocados sob controle consciente. Para isso, inicialmente são apresentadas evidências de que a tentativa de controle mental para a supressão dos estereótipos não só falham no seu objetivo como pode resultar no seu oposto. Em seguida, são colocadas características moderadoras da supressão dos estereótipos e, por fim, são apresentadas estratégias alternativas que têm se revelado eficazes como mecanismos de controle da expressão dos estereótipos.
Os mecanismos de controle mental: A tentativa de banir os pensamentos estereotipados da mente pode conduzir a efeitos indesejados. Essa perspectiva parte do pressuposto de que para que o indivíduo seja capaz de detectar pensamentos que deseja banir, ele precisará, num primeiro momento, estar consciente desses pensamentos, o que trará como consequência a hiperacessibilidade dos mesmos. Em consonância com essa vertente de pensamento, pesquisas têm mostrado que a tentativa de controlar um determinado pensamento pode fazer com que este fique mais acessível do que se a tentativa de supressão não tivesse ocorrido. Assim, por exemplo, uma série de estudos conuzidos por Macrae et al (1994, apud Bernardes, 2003) sugere que os pensamentos estereotípicos, uma vez suprimidos, retornam à consciência e exercem impacto nas avaliações e comportamentos dos indivíduos em relação a outros grupos sociais. Esse efeito irônico da supressão dos estereótipos foi denominado de efeito de richochete (ERE). O conhecimento da existência do efeito de ricochete pode nos conduzir à seguinte indagação: até que ponto as campanhas que buscam diminuir a expressão do preconceito são eficazes no seu objetivo ou, ao contrário, são contraproducentes, tornando os pensamentos preconceituosos ainda mais acessíveis?
Influências moderadoras da supressão – limitações ao ERE: neste ponto do artigo, o ERE deixa de ser entendido como um efeito inevitável e alguns fatores moderadores são apresentados. Em primeiro lugar, a atitude individual acerca da estereotipização é colocada como o fator de moderação mais importante. Sugere-se, portanto, que pessoas que condenam a estereotipização tendem a apresentar as consequências indesejadas da supressão em menor grau do que aquelas que não condenam. Outro fator moderador é especificamente qual estereótipo está a ser suprimido. Sobre esse aspecto, nota-se que há uma diferença significativa entre as consequências da supressão de estereótipos acerca de grupos para os quais existem fortes normas pessoais e sociais contra a estereotipização e acerca de grupos para os quais não há normas claras e difundidas. Um terceiro fator moderador da supressão bastante significativo se refere à motivação dos indivíduos para inibir o estereótipo. Dessa forma, mesmo que indivíduos com baixo nível de preconceito tenham os estereótipos ativados, eles podem ser bem sucedidos em evitar o subsequente ERE já que estão instrinsecamente motivados para controlar as suas reações estereotípicas.
Estratégias alternativas à supressão dos estereótipos: A supressão dos estereótipos não é o único recurso a que os indivíduos que desejam evitar julgamentos estereotipados podem recorrer. Uma outra possibilidade é a substituição dos pensamentos estereotípicos por outros, ou seja, mais do que suprimir os pensamentos indesejados, esses pensamentos podem ser substituídos por crenças igualitárias que desconstruam a visão estereotipada. Outra estratégia possível se refere à individualização do alvo, que se constitui na procura por informações individualizadas sobre o alvo e a tentativa de formar as impressões a partir dessas informações.
Considerações Finais: A utilização dos estereótipos no cotidiano é inevitável. Caso contrário, em qualquer situação social, teríamos que avaliar uma quantidade muito superior de informações do que a nossa capacidade cognitiva está preparada para fazer. Como consequência, as tomadas de decisão rápidas não seriam possíveis. Entretanto, em aglumas situações, a estereotipização torna-se um recurso que distorce a realidade e, por essa razão, é socialmente condenada. Para evitar os julgamentos preconceituosos, a supressão ainda é a estratégia dominante. Por essa razão, torna-se de grande importância que os efeitos indesejados por ela acarretados, assim como seus fatores moderadores, sejam conhecidos para evitar que mecanismos desenvolvidos visando à diminuição dos preconceitos acabem tendo um efeito eliciador ou potencializador dos mesmos.

Referência: Bernardes, D. Dizer não aos estereótipos sociais: as ironias do controlo mental. Análise Psicológica. 21,3, 307-321, 2003.

Biblioteca: inclusão de conteúdo

Acrescentado à biblioteca o artigo Pensamento, crenças e complexidade humana, de Cristina Satiê de Oliveira Pátaro.

Artigo publicado: Immediate Consequences of Intergroup Categorization

Título: On the Immediate Consequences of Intergroup Categorization: Activation of Approach and Avoidance Motor Behavior Toward Ingroup and Outgroup Members

Autores: Maria-Paola Paladino and Luigi Castelli

Periódico: Personality and Social Psychology Bulletin, 34, 755-768, 2008

Resumo: clique aqui para obter

Artigos disponíveis para download no website da SAGE até o dia 31 de maio de 2008

International Journal of Behavioural Development

The myth of the alpha male: A new look at dominance-related beliefs and behaviors among adolescent males and female
Patricia H. Hawley, Todd D. Little, and Noel A. Card

Children’s implicit and explicit ethnic group attitudes, ethnic group identification, and self-esteem
Stephanie C. Davis, Patrick J. Leman, and Martyn Barrett

Journal of Career Development

Successful Aging: Criteria for Aging Well in the Workplace
Sean M. Robson, Robert O. Hansson, Anthony Abalos, and Melissa Booth

Artigo publicado: Asian Americans’ Perceptions of Asian, White, and Racially Ambiguous Faces

Título: A Foot in Both Worlds: Asian Americans’ Perceptions of Asian, White, and Racially Ambiguous Faces

Autores: Eve C. Willadsen-Jensen e Tiffany A. Ito

Periódico: Group Processes & Intergroup Relations, 11, 182-200, 2008

Resumo: clique aqui para obter

Artigo publicado: Neuroscience of Stigma and Stereotype Threat

Título: The Neuroscience of Stigma and Stereotype Threat

Autores: Belle Derks, Michael Inzlicht e Sonia Kang

Periódico: Group Processes & Intergroup Relations, 11, 163-181, 2008

Resumo: clique aqui para obter

Estereótipos e desempenho acadêmico: novas evidências

Contribuição: Pamela Pitágoras

Matéria da BBC Brasil, publicada em O Globo, torna público um novo estudo que confirma o impacto da ameaça dos estereótipos no desempenho intelectual e acadêmico. Leia aqui.