Resenha: Representação social de crianças acerca do velho e do envelhecimento

Priscila Bahia

Nos tempos atuais, envelhecer não é mais privilégio de poucos países, consiste numa realidade populacional; estima-se inclusive que no Brasil, em 2020, o contingente será superior a 30 milhões de pessoas. E acompanhando a mudança no perfil populacional há alterações (ou não) nas imagens e representações desta faixa etária na sociedade. Percebe-se, na sociedade contemporânea, a coexistência de diversas imagens de velhos, estes como ativos e com capacidade para viver a sua vida plenamente; mas também como improdutivos, doentes, solitários e assexuados por exemplo.
As autoras, Ewellyne Suely de Lima Lopes e Margareth Brandini Park, objetivaram com o presente estudo investigar a representação social de um grupo de crianças, no total de 31, acerca do velho e do envelhecimento. Para tanto, utilizaram como metodologia desenho, entrevista semi-estruturada e brincadeira tematizada. A compreensão de como o velho e o envelhecimento são apreendidos e representados possibilita o entendimento de comportamentos e sentimentos para com esta faixa etária.
Os resultados mostraram que as crianças deram ênfase às características físicas (cabelos brancos, rugas, ausência de dentes, voz enfraquecida) como uma forma de reconhecer os velhos; as diferenças entre as imagens corpóreas possibilitam o reconhecimento da faixa etária de cada membro. Contudo houve relatos de relatividade destas características físicas, como uma pessoa ser velha e ter cabelos negros, sendo necessário recorrer a outro aspecto. As crianças também apresentaram a representação de velho associada à representação de avós, além de doenças, fragilidade, limitações/dependências físicas e morte. Porém as crianças também trouxeram imagens desta faixa etária como incluídos ativamente nas atividades e integrados à sociedade. Já quanto ao envelhecimento as crianças o definiram como um ciclo ao qual estão todos sujeitos, inclusive eles.
A coexistência de distintas imagens sobre esta faixa etária, ora discurso de dependência física, ora discurso de sujeitos inclusos na sociedade, também se fez presente no estudo. Isto demonstra a diversidade de informações e relações estabelecidas com este grupo específico, conteúdos que servem como base para a construção das representações sociais. Entretanto fica a pergunta: diante de tamanha heterogeneidade, quais imagens sobressaem-se sobre as outras? Pois lembremos que, ao pensar em um grupo, possivelmente os aspectos negativos chegam primeiro.

Referência: Lopes, E. S. L.; Park, M. B. (2007). Representação social de crianças acerca do velho e do envelhecimento. Estudos de Psicologia, 12(2), 141-148.
Disponível em: <http:www.scielo.br/pdf/epsici/v12n2/a06v12n2.pdf>

Resenha: representação social de crianças acerca do velho e do envelhecimento

Nina Maia de Vasconcelos

No artigo Representação social de crianças acerca do velho e do envelhecimento, os autores apresentam e analisam os resultados do estudo que teve como objetivo investigar a representação social de um grupo de crianças acerca do velho e do processo de envelhecimento. Ressalta-se que as crianças tinham entre cinco e dez anos de idade e viviam em ambiente rural, o que trouxe relevantes implicações nos resultados, demonstrando que o contexto no qual vivemos é de suma importância para as nossas experiências e conseqüentemente para a percepção que temos do mundo e para a construção das nossas crenças.
Na revisão da literatura são trazidas contribuições de diversos autores sobre o envelhecimento que propiciam uma melhor compreensão do tema. Para Beauvoir (1990, apud Lopes e Park, 2007), por exemplo, as representações do velho e da velhice são resultados tanto das circunstâncias materiais de cada sociedade quanto do seu sistema de valores e crenças. Tal autor ressalta ainda que tais sistemas podem se apresentar de maneiras diferentes em diferentes sociedades e são passíveis de mudanças ao longo do tempo dentro de uma mesma sociedade. Para contextualizar o seu estudo, os autores também citam diversas pesquisas nacionais e internacionais que assim como eles se propuseram a investigar as crenças, atitudes, percepções e representações sociais do velho e da velhice. Eles destacam que nos resultados de tais pesquisas, as relações entre os velhos e aspectos negativos tais como perdas de funções biológicas, perdas nas relações familiares e no ritmo de trabalho são predominantes, apesar de aparecer também a ideia do velho sábio e experiente.
A análise dos dados encontrados foi feita à luz do conceito de representação social. Sobre tal conceito, os autores consideram que a partir das ideias de Moscovici (1978, apud Lopes e Park, 2007), é possível dizer que as representações sociais são uma forma de conhecimento construída por um grupo acerca de um objeto social que vai influenciar nos comportamentos e na comunicação dos integrantes deste grupo. Os resultados da pesquisa mostraram que as características físicas aparecem como uma importante forma para as crianças reconhecerem os velhos, assim como a condição de ser avô ou avó. Em outras palavras, para as crianças todo avô é velho e vice-versa. Porém, uma ressalva interessante é feita em função da fala de duas crianças que são criadas por seus avós. Para elas, eles não são muito velhos, o que demonstra que além das condições físicas, o papel desempenhado pelo indivíduo também é importante na sua percepção como velho. Ou seja, faz parte do estereótipo do velho ser avô e do avô ser velho, porém, quando um avô, apesar de ter idade para ser considerado velho, exerce uma função que normalmente é exercida por pessoas mais jovens, ele pode ser percebido como menos velho.
Os autores destacam que a associação de pessoas velhas com a morte, doenças e com limitações físicas que foi encontrada nos resultados da pesquisa sofre a influência do modelo biológico que considera a velhice como o período da vida caracterizado principalmente por perdas. Dessa forma, os autores concluem que as informações científicas advindas do universo reificado também atingem a população em geral, incluindo as crianças, através da mídia, o que influencia na representação social da velhice. Um ponto curioso encontrado pelos autores foi que apesar das crianças terem relacionado o velho a condições de limitações físicas, para elas os velhos não são pessoas reclusas nem excluídas da sociedade. Tal observação levou os autores a estabelecerem a categoria de análise intitulada “num monte de lugar”. Interessante que algumas crianças que já tinham visitado cidades maiores mencionaram a ideia de que os velhos moram nas ruas, o que demonstra que a imagem que elas constroem dos diversos objetos se relaciona diretamente com as experiências vividas por elas. Além de considerarem que os velhos estão em um monte de lugares, também foi destacado que as crianças acham que os velhos fazem um monte de coisas, o que tem uma relação com a observação que elas fazem dos velhos com quem convivem, já que no ambiente rural onde elas moram, a aposentadoria não é tão freqüente (1999, Albuquerque, Lobo e Raimundo apud Lopes e Park, 2007).
Na análise dos achados os pesquisadores constataram ainda que as crianças também consideravam outras possibilidades para a imagem do velho, além daquela de debilidade física. Em algumas ocasiões os velhos foram representados como pessoas que trabalham, podem viajar, estudar e se divertir. De acordo com os autores, essa imagem mais positiva do velho tem relação com a imagem da terceira idade ativa que tem sido amplamente divulgada pela mídia. Sobre isso, os autores consideram que como as representações sociais são construídas pelos sujeitos a partir de informações provenientes da sociedade, no intuito de organizá-las tornando-as familiares (2005, Moscovici, apud Lopes e Park, 2007), a existência de imagens conflitantes acerca do velho encontrada nesse estudo representa justamente esse processo de construção e re-construção das representações sociais.
Por fim, os autores enfatizam a presença de representações sociais aparentemente contraditórias acerca do velho que ao mesmo tempo em que foi representado como apresentando limitações físicas e doenças também apareceu como sendo ativo e trabalhador. Para os autores, esse fato não é uma incoerência, pois considerando que as representações sociais são construídas com base nas informações que são divulgadas na sociedade, os achados demonstraram que as representações sociais que as crianças pesquisadas têm acerca do velho estão condizentes tanto com as suas respectivas experiências com esse objeto social assim como com as imagens que são divulgadas sobre o mesmo: ora os velhos nos são apresentados como pessoas ativas e que aproveitam a vida, ora como pessoas frágeis, mais sujeitas a doenças e que necessitam de cuidados especiais. Sobre esse aspecto encontrado na investigação, os autores também constataram que a coexistência de tantas informações diferentes sobre o velho pode indicar um momento de transição na representação social deste e que com o tempo apenas uma dessas imagens poderá se sobressair.

Referência: LOPES, Ewellyne Suely de Lima and PARK, Margareth Brandini. Representação social de crianças acerca do velho e do envelhecimento. Estud. psicol. (Natal) [online]. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-294X2007000200006&script=sci_arttext. Acesso em 20 de março de 2013.

Resenha: Representação social de crianças acerca do velho e do envelhecimento

Milena Magalhães

As representações sociais do idoso e da velhice se refletem no modo como são tratados, e são fruto das circunstâncias materiais e dos sistemas de valores e crenças de cada sociedade, e sofreu mudanças com o passar do tempo. Nesse estudo as autoras colocam como essa representação mudou ao longo do tempo, e como existem diferentes imagens sobre os idosos na sociedade contemporânea, por vezes considerados sábios, e em outras considerados velhos decrépitos.

Essas autoras apontam ainda a proposta de Park de trocar o termo velho por idoso, o que seria favorável a manutenção dessa classe etária. Colocam ainda que os estudos que investigam crenças, atitudes, percepções e representações sociais do idoso predominam os aspectos negativos.

Isso pode ser facilmente percebido, como por exemplo a idéia que se tem de que os idosos não fazem sexo, não podem frequentar determinados lugares e que eles têm que ficar em casa, fazendo tricô ou jogando baralho.

As crianças estão inseridas desde a primeira infância em um mundo estruturado pelas representações sociais, e o modo como ela percebe e se posiciona e no mundo é por influência destas.

O estudo foi feito com dois grupos de crianças de baixa renda da zona rural. A estratégia metodológica utilizada foi a utilização do desenho aliado à entrevista semi-estruturada e da brincadeira tematizada como instrumentos de investigação.

As autoras optaram por apresentar os resultados e a discussão em dois tópicos: O envelhecer: porque uma pessoa é velha e Como é uma pessoa velha.

As crianças dão uma ampla importância às características físicas, rugas e cabelos brancos, como forma de reconhecer os idosos. O que é justificável já que são características visíveis e palpáveis, além do mais os seres humanos se utilizam da aparência física para se reconhecerem, e essa observação é base para os julgamentos sobre o status e o valor dos outro. Mas essas características não são os únicos métodos que as crianças utilizam para fazer a distinção do idoso. Uma das crianças aponta o uso da bengala como um indicativo da idade, o que faz com que percebamos que a associação do idoso a limitações físicas já é algo feito desde a infância, e isso normalmente não é modificado ao longo de sua vida. Outras ainda apontam as limitações, a fragilidade e a morte como outros indicativos.

Muitas crianças fazem uma associação do idoso como avós – se é idoso é avô, se é avô é idoso –, porém isso não é feito por crianças que moram com os avós, estas não classificam seus avós como idosos. Isso nos mostra como o grupo que está se relacionando com a criança é importante para a construção das representações sociais.

Na questão que se refere à condição do idoso vale ressaltar que quanto mais velhas as crianças eram, mais a doença era associada a eles, colocando ainda a idéia de que os idosos são desagradáveis e indesejados. Isso é fruto do que lhes rodeia, o idoso, infelizmente, é visto assim pela sociedade, e essa ideéa tão errada é passada para as crianças, que inicialmente apenas reproduzem o que vêem e ouvem, mas que depois admitem como verdade, passando para as pessoas a sua volta.

Mesmo acreditando que o idoso é doente algumas crianças os colocaram com sendo ativos, que trabalham, que viajam e circulam pela cidade, mas as crianças que já tinham visitado cidades maiores ou tido acesso a programas televisivos os colocou também como pobres e mendigos.

As crianças colocaram o envelhecimento como um processo natural relacionado com a passagem do tempo, em que todos estão sujeitos. E que elas serão idosas quando tiverem crescido, casado, tido filhos e netos. Essa representação mostra claramente a influencia da sociedade que determina um ciclo a ser cumprido desde a infância.

As contradições existentes nas falas das crianças nos mostra como elas estão atentas a tudo a sua volta, e fazendo as suas representações a partir dessas informações. Dessa forma é nessa fase que se deve apresentar as crianças as diferenças existentes entre os objetos sociais, para assim, diminuir os preconceitos e os estereótipos negativos que se relacionam com os idosos e com outros objetos sociais.

Esse estudo que buscou entender como a velhice, o idoso e o envelhecimento são percebidos e representados é bastante importante pois dá a oportunidade de compreender os comportamentos e sentimentos para com estes. Porém, possui algumas limitações como o número de participantes que é muito baixo, além da amostra conter apenas representantes de uma mesma classe e de um mesmo local, mas, ainda assim, o estudo nos possibilita uma visão acerca dessa temática.

Envelhecimento e publicidade

Contribuição: Elisa Araújo & Daiana Nogueira.

A indústria mundial de cosméticos, fortemente aliada com as campanhas de publicidade, reproduz uma cruel ditadura de eterna juventude e vitalidade feminina. É transmitido o ideal de beleza associada à ausência de rugas, marcas de expressão e qualquer sinal que caracteriza o envelhecimento humano. Essas propagandas focam o publico feminino, principalmente, pois são pessoas sensíveis e mais vulneráveis a exigências e expectativas sociais.

Apresentação: Prejuicios Y Mitos Acerca Del Envejecimiento

by Eduardo Contreras Merino

Resenha: Representação social de crianças acerca do velho e do envelhecimento

Greice Santos

O estudo buscou descrever as representações sociais de dois grupos de crianças residentes em um dos bairros afastados do centro comercial da cidade de Janiru/SP.
A autora toma por base a teoria das representações sociais proposta por Serge Moscovici e cita estudos que as apresentam como norteadoras dos comportamentos dos indivíduos na sociedade.
Ela traz a idéia de que as representações sociais resultam tanto de circunstâncias materiais de cada sociedade quanto de seus sistemas de valores e crenças e que podem mudar de uma sociedade para outra e dentro de uma mesma sociedade através do tempo, auxiliadas muitas vezes pelas descobertas científicas que são divulgadas pela mídia e incorporadas pelo senso comum e que passam a integrá-las.
Os estudos apresentados evidenciam que as representações sociais do velho e do envelhecimento predominantes são formadas principalmente por aspectos negativos relacionados às perdas biológicas, de laços sociais e de desempenho no trabalho; acompanhadas dos aspectos positivos da sabedoria e da experiência, numa aparente compensação pelas perdas citadas. A autora destaca, no entanto, que coexistem em nossa sociedade diferentes imagens de velhos como, por exemplo, aqueles que procuram manter-se ativos e jovens, aproveitando a vida dentro de suas limitações; em oposição àqueles doentes, solitários, pobres e abandonados.
Segundo a autora, as representações sociais estruturam o mundo em que estamos inseridos e sua presença na vida dos indivíduos se faz desde a primeira infância. Sendo assim, elas seriam responsáveis pela forma como as crianças vêem o mundo e se posicionam nele com repercussões para toda a vida do indivíduo.
Os resultados do estudo apontaram uma diversidade de conteúdos aparentemente incoerentes nas representações que as crianças investigadas têm dos velhos e do envelhecimento. A autora atribuiu esse fato às diferentes fontes de informações que dispõe essas crianças, devido à realidade em que estão inseridas e sugere que, se essa heterogeneidade for reforçada, talvez essas crianças cresçam vendo o velho e o envelhecimento de formas menos preconceituosas e estereotipadas.
Ela destaca ainda que sua intenção nesse estudo não foi comparar as representações dos dois grupos de crianças mas sim descreve-las; e incentiva novos estudos nesse sentido, pois acredita que eles permitem obter pistas sobre o modo como os indivíduos atuam e se relacionam com os velhos e com sua própria velhice.
Referência: Lopes, E. e Park, M. Representação social de crianças acerca do velho e do envelhecimento. Estudos de psicologia (Natal), 12, 141-148, 2007

Resenha: representação social de crianças acerca do velho e do envelhecimento

Pamela Pitágoras

As autoras começam a dialogar com as diversas concepções e os conhecimentos teóricos diversificados que se construiu sobre o envelhecimento. Elas ressaltam que as formas de se tratar a velhice possuem interferência das circunstâncias sociais, econômicas, culturais e valorativas de cada grupamento humano. É possível traçar uma linha histórica que identifique as modificações e permanências de visões acerca do envelhecimento. Esses conceitos podem ser resumidos como a identificação da velhice como decrepitude; a velhice como sinônimo de sabedoria e por fim a velhice como a conservação física devido aos avanços científicos.

Outro fator que foi apontado pelas autoras refere-se à mudança dos estereótipos de velhice, principalmente no âmbito da sociedade ocidental contemporânea. No lugar das perdas e da decrepitude do organismo, passa-se a uma supervalorização do “manter-se” jovem. Acompanhando essa tendência, a velhice torna-se comercializável, já que se passou a valorizar a busca da eterna juventude, ao conceito de envelhecer com bem estar, apontando para uma preocupação social das conseqüências dessa nova visão de envelhecimento.

O estudo utilizou como base de análise de sua investigação a Teoria da Representação Social, que se constitui como um espaço de construção social de concepções partilhadas dentro de um grupo. A teoria desenvolvida por Serge Moscovici tem seu foco principal nos fenômenos cognitivos e lingüísticos dos humanos. A preocupação dessa vertente da ciência psicológica reflete na tentativa de amenizar o então distanciamento entre as perspectivas do estudo de uma psicologia coletiva e uma psicologia do individuo. Dessa forma, o papel composto por Moscovici através da elaboração da Teoria da Representação Social é de produzir uma coexistência construtiva dentro dessa relação conflituosa entre individuo e sociedade. A representação social é uma modalidade de conhecimentos particular que tem por função a elaboração de comportamentos e a comunicação entre indivíduos, com objetivo de identificar práticas simbólicas difundidas coletivamente.

Quanto ao método utilizado, optou-se por investigar a representação social das crianças por meio de desenhos expressivos, entrevistas semi-estruturadas e brincadeiras (“faz-de-conta”), ampliando o leque de significações e expressões dos infantes. Dessa forma, pretendeu-se associar a manifestação pictórica com a verbalização dos participantes. Foram divididos os sujeitos em dois grupos, sendo que os de maior idade tiveram contato mais freqüente com idosos dois anos antes da pesquisa, e as crianças menores tiverem contato com idosos um ano antes da pesquisa. Todas pertenciam à mesma comunidade de origem popular de uma cidade no interior de São Paulo.

Os resultados têm muito a esclarecer sobre a atual percepção dos idosos como categoria social. Ainda é representada a velhice como atributos físicos diferenciados, como adoecimento, morte e limitações locomotoras, ou seja, a velhice como período de decadência e perdas. Entretanto, mesmo as crianças percebendo o processo de envelhecimento como a passagem do tempo, algo da composição biológica humana e natural, onde elas mesmas vivenciaram esse fenômeno, elas demonstram uma produção do conhecimento sobre o envelhecimento de maneira polimorfa.

A velhice percebida pelos infantes perpassa por funções sociais e papel familiar demarcado (velhos na posição de socialmente ativos e como parentes presentes no seio doméstico). Os sujeitos trouxeram dados de uma “velhice bem sucedida”, tirando o idoso do seu status de indivíduo segregado. Essa modificação é possível devido a inúmeras informações que circulam no ambiente social que essas crianças participam, e demonstra a importância de retirar a associação de envelhecimento com estereótipos negativos e preconceito, entretanto, tomado de cautela para não criar a glorificação exacerbada da velhice.

Referência:Lopes, E. e Park, M. Representação social de crianças acerca do velho e do envelhecimento. Estudos de psicologia (Natal), 12, 141-148, 2007

Biblioteca: inclusão de conteúdo

Incluído na Biblioteca o artigo Representação social de crianças acerca do velho e do envelhecimento, de Lopes e Park

%d blogueiros gostam disto: