Estereótipos e publicidade: proibido para maiores de dezoito anos

Contribuição: Andréia Oliveira

Biblioteca: inclusão de conteúdo

Acrescentado à biblioteca o artigo Individualismo vs. Colectivismo: crítica às concepções essencialistas de cultura, de Susana Gonçalves

Artigo publicado: Criteria for Assessing the Level of Group Development

Título: Criteria for Assessing the Level of Group Development (LGD) of Work Groups: Groupness, Entitativity, and Groupality as Theoretical Perspectives

Autores: Amy E. Randel e Kimberly S. Jaussi

Periódico: Small Group Research, 39, 492-514, 2008

Resumo: clique aqui para obter

Estereótipos e música: Eu sou e sempre serei o filho do recluso

Definição de estereótipos

chamada

Os estereótipos são crenças socialmente compartilhadas a respeito dos membros de uma categoria social, que se referem a suposições sobre a homogeneidade grupal e aos padrões comuns de comportamento dos indivíduos que pertencem a um mesmo grupo social. Sustentam-se em teorias implícitas sobre os fatores que determinam os padrões de conduta dos indivíduos, cuja expressão mais evidente encontra-se na aplicação de julgamentos categóricos, que usualmente se fundamentam em suposições sobre a existência de essências ou traços psicológicos intercambiáveis entre os membros de uma mesma categoria social.

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Estereótipos e racionalização

O cérebro do homem e o da mulher

Contribuição: Marcus Vinicius Alves

Resenha: Estereótipos sexuais aplicados às nadadoras

Fernanda Brito

Quais fatores interferem no grau de masculinidade ou feminilidade atribuído às pessoas? A opção por uma prática esportiva certamente é um importante fator, principalmente por modificar o corpo, facilitando muitas vezes a identificação e a classificação dos atletas e dos não-atletas. O artigo apresenta um estudo feito para explorar a aplicação de estereótipos sexuais às nadadoras, avaliando se há um impacto na percepção de dois grupos de pessoas que diferem quanto ao envolvimento com o desporto. Adota-se o pressuposto de que pessoas não envolvidas com a natação tendem a aplicar estereótipos sexuais em função do biotipo das atletas.
Atualmente a questão acima não é mais vista de forma unidimensional, como pólos opostos de um mesmo plano. Os construtos de masculinidade e de feminilidade são vistos como bidimensionais, ou seja, numa escala psicométrica um indivíduo pode obter dois escores independentes. Estes dois escores independentes dão origem a quatro grupos tipológicos: Masculino, Feminino, Andrógino e Indiferenciado.
Desta nova concepção surge o conceito de androginia psicológica que se traduz pelo desenvolvimento simultâneo e equilibrado de características masculinas e femininas por uma mesma pessoa. Este conceito corrobora para uma melhor compreensão dos padrões de comportamento, uma vez que indica uma maior flexibilidade comportamental: melhor ajustamento às diferentes situações sociais que exigem de uma mesma pessoa tanto características masculinas quanto femininas. Por exemplo, estudos demonstram que em relação ao engajamento em atividades apropriadas e inapropriadas ao sexo, os grupos andrógino e indiferenciado não apresentam diferenças significativas em comparação aos grupos masculino e feminino que tendem a se engajar em atividades apropriadas ao seu sexo e evitar as inapropriadas.
Neste sentido, a escolha de mulheres pela prática de desportos com predomínio de características masculinas como agressividade, competitividade e de homens por desportos que requerem suavidade e leveza favorecem a aplicação de estereótipos sexuais. Isto ocorre porque as características do desporto associado ao sexo do praticante contrariam a desejabilidade social que está pautada nas construções sociais do que é masculino e feminino.
O instrumento utilizado no artigo foi o Inventário de Papéis Sexuais de Bem (BSRI) compostos por três escalas: feminina, masculina e neutra. A escala neutra é composta por itens desejáveis e indesejáveis para ambos os sexos. As variáveis do estudo foram o grau de envolvimento com o desporto e o sexo dos participantes. De modo geral, não houve diferenças quanto ao sexo na aplicação de estereótipos sexuais, a não ser pela tendência das mulheres em considerar as nadadoras com maior quantidade de características neutras, podendo indicar que na percepção das mulheres as nadadoras não são tão femininas, o que foi constatado também no grupo que não possuía envolvimento com o desporto.

Essa percepção distorcida pode ser explicada pelo desconhecimento do esporte e pelo biotipo das nadadoras que contrariam os padrões estéticos designados à feminilidade. Além disso, a preocupação com a aparência física e a atratividade sexual potencializa nas mulheres a aplicação de estereótipos sexuais para toda e qualquer mulher que se afaste desses padrões culturalmente femininos. Fica como sugestão para próximos estudos, uma melhor investigação sobre o grau de impacto desses estereótipos sexuais na decisão de uma adolescente por esportes de características predominantemente masculinas, e sobre a possível existência de conflitos entre biótipos de atletas e padrões culturais que podem impedir o início ou prosseguimento de uma carreira desportiva.
Referência: Giavoni, A. Estereótipos sexuais aplicados às nadadoras. Revista Brasileira Ciência e Movimento,10, 2, 27-32.

Artigo publicado: Identity as Self-Interpretation

Título: Identity as Self-Interpretation

Autor: Svend Brinkmann

Periódico: Theory & Psychology, 18, 404-422, 2008

Resumo: clique aqui para obter

Placas e cartazes: neonato testimonial ‘homosexual’, campagna schock della regione toscana

Contribuição: Vanessa Carvalho

Fonte: P.I.M. Progretti in movimento

Estereótipos, preconceitos e o exercício do jornalismo: exercício de preconceito implícito na Folha de São Paulo

A Folha é um veículo de comunicação que a cada dia se identifica e é identificado com este país dentro do Brasil chamado São Paulo. Quando um editor deste jornal destila preconceitos por todos os poros, ninguém parece perceber. Clique aqui e leia o artigo publicado por um famoso jornalista e note quão preconceituosa uma pessoa pode ser, mesmo querendo pousar de avançada e politicamente correta, algo ainda mais grave quando se trata de um de jornalista que tenta aparentar uma enorme vocação para a defesa das causas educacionais. O título do artigo já diz tudo: deficit de QI baiano é verdade. Temos, no caso, um excelente exercício de como é possível ser ambíguo, irônico e não dizer nada … ou melhor, de como deixar as coisas claras, mesmo que aparentemente nada seja afirmado. Desde o começo, o artigo explicita que o déficit dos baianos é a contrapartida exata e simétrica do superavit do QI do paulista. Afinal, quem não tem QI é obrigado, por falta de oportunidades, ou porque o QI não é lá estas coisas mesmo, a ficar na Bahia. Ele provavelmente conhece bastante bem a Bahia, os baianos e sabe que o principal indicador de inteligência do baiano é se mudar para São Paulo, pois a criatividade do parco QI baiano sem a disciplina do superavitário QI paulistano não significa absolutamente nada. E claro, o exemplo mais marcante que o jornalista encontra para exemplificar o QI dos baianos é um famoso publicitário. O exemplo é perfeito, ilustra bem o que ele entende ser uma pessoa inteligente e indica, afinal, que o decisivo para a definição da inteligência de qualquer um, baiano ou paulista, é que a pessoa seja uma reluzente estrela de uma constelação (provavelmente uma constelação de publicitários e, claro, jornalistas).
O jornalista é ainda mais feliz ao aludir que São Paulo, o grande importador de cérebros, é o lugar onde se encontra a inovação e que esta anda lado a lado com a prosperidade. Fora desta ilha enorme de prosperidade e inovação sobraria apenas repetição e a mediocridade. Para o jornalista, portanto, o que divide o Brasil não é a desconcertante riqueza de uns poucos e injustificada miséria de uns tantos. Para ele temos dois Brasis, um das pessoas criativas e de alto QI que estão em São Paulo e os outros medíocres e repetitivos, que não conseguem nem mesmo pensar na hipótese de viver no Eldorado. Certamente ele deve ter dados que oferecam suporte a esta certeza, afinal, um jornalista/educador deve estar a par dos principais indicadores educacionais. Ou talvez, os índices, exemplos ou outros dados mais objetivos não sirvam para nada. Afinal, ele é membro do Conselho Editorial da Folha de Sâo Paulo ou seja, é uma reluzente estrela de uma brilhante constelação. E para o resto, para todos nós que não escolhemos, podemos ou queremos viver em São Paulo, sobra a mediocridade e a repetição à qual fomos condenados pelo nosso déficit de QI e pelo reluzente  jornalista.