Festas populares: arrastão da Timbalada, carnaval 2009

Arrastão da Timbalada, 2009

Programação: Seminários abertos sobre estereótipos, preconceitos e exclusão social

Setembro
04/11/2008 Representação de nordestinos e japoneses no cinema e na publicidade
11/09/2008 O saber acadêmico e o saber comunitário
18/09/2008 Tolerância e intolerância religiosa
25/09/2008 Tribos urbanas e a modernidade

Outubro
09/10/2008 A doença e o doente
16/10/2008 A diferença que se vê
23/10/2008 Riscos e vulnerabilidade das populações
30/10/2008 Exclusão, doença e saúde mental

Novembro
06/11/2008 Expressão do ódio na Internet
13/11/2008 Diversidades sexuais
20/11/2008 A vida em comunidade e a vida comunitária
27/11/2008 Raça e Poder

Todas as quintas-feiras, das 18 às 20 horas
Faculdade de Educação, no Vale do Canela

Promoção:
Programa de Pós-Graduação em Educação

Programa de Pós-Graduação em Psicologia

Universidade Federal da Bahia

Entrada franca

Coisas que acontecem na cidade da Bahia

Contribuição: Rafael Oliveira

– ser preso na Liberdade
– fumar no Campo da Pólvora.
– tomar banho de mar no Rio Vermelho.
– pastor evangélico morar na Capelinha de São Caetano.
– atravessar a rua na Calçada.
– morar no Uruguai e trabalhar em Roma.
– faltar agua na Caixa D’água.
– um adulto tomar banho na Água de Meninos.
– candomblé no Terreiro de Jesus.
– homem do Pau Miúdo se casar com mulher da Curva Grande e ter uma amante na Mata Escura.
– ir em Roma e não ver o papa.
– confusão na Rua do Sossego.
– assassinato na Rua da Paz.
– não encontrar apoio na Rua D’ajuda.
– jovens na Praça dos Veteranos.
– não dar esmolas na Praça da Piedade.
– casas velhas na Cidade Nova.
– lagoa de água doce dentro de Vilas do Atlântico.
– acidente automobilístico na Boa Viagem.
– asfalto no Caminho de Areia.
– lavagem do Bonfim terminar em briga.
– colher manga, umbu, laranja e outras frutas na Cajazeiras.
– perder alguma competição no Corredor da Vitória.
– luz na Mata Escura.
– ‘A Tarde’ todos os dias pela manhã.
– adoecer na Saúde.
– morrer na sexta e ser enterrado nas Quintas

Notícia do dia: empresária sofre agressão de cliente

Contribuição: Gilcimar Dantas

Mais um caso de racismo explícito nesta imensa cidade da Bahia. Como se não bastassem as agressões verbais, até os cacos de plantas são costumeiramente vandalizados por atos discriminatórios. Clique aqui para ler a notícia de A Tarde

Tipos e figuras: Jaílton

Estereótipos e cinema: Bahia

Contribuição: Hilton Santos

Seminários abertos sobre estereótipos, preconceitos e exclusão social: saber acadêmico e o saber comunitário – a matriz eurocêntrica

João Victor C. da Silva
Seminários abertos sobre Estereótipos, Preconceitos e Exclusão Social
Salvador, Bahia, 11 de setembro de 2008

Universidade e comunidade

Carta Aberta a Comunidade Acadêmica da Universidade Federal da Bahia

Nos últimos dias toda comunidade acadêmica da UFBA vem intensamente discutindo as questões de segurança no Campus Universitário, tendo como foco o São Lázaro e o PAF de Ondina. Entendemos que é salutar tal discussão, mas que a mesma não está dissociada da realidade enfrentada por toda a cidade de Salvador.

Também nos últimos meses vários jovens dizimados em nossa cidade, todos negros, pobres e moradores de áreas periféricas, dentre elas a própria comunidade do Alto das Pombas, vizinha a FFCH.

Em junho choramos pela morte de quatro jovens, vítimas de disputas de tráfico de drogas que foram violentamente assassinados.

Tal ação nos leva a refletir sobre qual violência estamos discutindo? Se a da omissão da Universidade que ao mesmo tempo em que tão próxima é tão distante dos problemas sociais que a circundam ou da mídia de excessos que sempre aguarda uma tragédia para discutir algum problema que de certa é relevante para sua classe social, ou para angariar mais fundos para manutenção desse modelo de reprodução de injustiças sociais?

Sempre convivemos harmonicamente com a universidade, principalmente pelo fato da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas se confundirem com nosso espaço geográfico.

Mantivemos ao longo de vários anos a nossa autonomia, mas sempre com visão crítica sobre o papel social da mesma e principalmente questionando o formato laboratório que a mesma sempre adotou nos processos de diálogo com a comunidade.

Pensando assim pedimos que ao discutir o problema da violência na UFBA, não seja somente considerado o prisma de quem supostamente ela atinge de imediato, mas compreenda que cobrir de muros, gradearem as unidades educativas e principalmente colocar pessoas despreparadas para fazer a suposta segurança de nada adiantará para alcançar tal finalidade.

Conclamamos pelo bom senso de compreender que tal problema ultrapassa os espaços da UFBA e que se faz necessária uma discussão mais apurada com as Comunidades entorno dos Campi.

Esperamos que os professores, funcionários e estudantes que são protagonistas desta discussão, possam entender que tal problema social não se resolverá numa redoma, tão pouco num grupo seleto de pessoas que se reúnem para a busca de soluções de momentos-crise, mas tomando medidas que ultrapassem as formas tradicionais,ampliando a relação da UFBA com a comunidade, não limitando-se a ações pontuais no semestre, a pesquisa-laboratório com a comunidade ou a antiga compreensão de que não sabemos o que realmente queremos e que não somos capazes de construir como parceiros, um novo modelo de UFBA, que seja verdadeiramente inclusiva, de qualidade e pública para todos.

Salvador, 25 de agosto de 2008
Comunidade do Alto das Pombas

Pelo fim da perseguição

PELO FIM DA PERSEGUIÇÃO AO TERREIRO DA CASA BRANCA DO ENGENHO VELHO

O Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, Ilê Axé Iyá Nassô Oká, é uma das Casas de Culto mais antigas e respeitadas da religião dos Orixás, conhecida e venerada em todo o país. Foi o primeiro templo religioso afro-brasileiro a ser tombado como patrimônio histórico do Brasil. Foi também reconhecido como patrimônio cultural da Cidade do Salvador pela PMS, que primeiro o tombou e depois o tornou Área de Preservação Cultural e Paisagística deste município. O terreno que encerra os seus principais templos foi desapropriado pela PMS e doado à associação civil que representa sua comunidade religiosa. Posteriormente, o Governo do Estado desapropriou também, para o mesmo efeito, a chamada Praça de Oxum, que integra o conjunto monumental deste famoso Terreiro. Tudo isso está bem documentado, é de conhecimento público e matéria de lei que não pode ser ignorada.

Como todos sabem, a Constituição Brasileira, no seu artigo 150, considera imunes de taxas os templos religiosos. Não cabe dúvida de que o Terreiro da Casa Branca é um templo religioso. Como tal, aliás, foi tombado pela União e pelo Município. Podem testemunhá-lo o Ministério da Cultura e a própria Prefeitura Municipal do Salvador. Documentos etnográficos e laudos periciais o atestam abundantemente. Não se compreende, portanto, porque motivo, ou com que propósito, a Prefeitura Municipal do Salvador insisiste em cobrar imaginário débito de IPTU ao Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho e ameaça levar a leilão seus monumentos, seu território sagrado. Por acaso cobra-se IPTU da Igreja do Bonfim, do grande templo da Igreja Universal, dos lugares sagrados de outros credos e denominações religiosas em Salvador? Porque com as religiões do povo negro é diferente? Porque os templos afro-brasileiros são tratados de forma discriminatória? Não estão as autoridades do município conscientes de que o povo o da Bahia merece respeito e suas tradições de origem africana devem ser valorizadas? As ameaças que acompanham a insistente, impertinente, importuna e desrespeitosa cobrança de um imposto indevido têm levado o desassossego a veneráveis e idosas sacerdotizas, ao povo-de-santo da Casa Branca e de toda a Bahia. É preciso pôr fim a esta ofensa ao sentimento democrático dos baianos, fazer cessar este insulto à cultura, esta agressão ao direito. A intolerância religiosa e o racismo institucional devem ser combatidos. O povo baiano não aceitará esse vexame, essa vergonha. O Grupo Hermes de Cultura e Promoção Social, o Espaço Cultural Vovó Conceição e o Projeto Egbé denunciam esse descalabro e conclamam todos a lutar para que os direitos das comunidades afro-brasileiras não sejam pisoteados. PELO FIM DA PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA! PELO FIM DO RACISMO!

Dois de Julho, 2008: instantâneos (15)

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