Artigo publicado: Minority Essentialism in Response to Majority Treatment

Título: When Differences Become Essential: Minority Essentialism in Response to Majority Treatment

Autores: Laurenz L. Meier, Norbert K. Semmer, and Jörg Hupfeld

Periódico: Personality and Social Psychology Bulletin 2009;35 643-655

Resumo: clique aqui para obter

Notícia do dia: Sérvios reclamam contra o uso de estereótipos na televisão belga

Os sérvios não gostaram nem um pouco da maneira pela qual duas personagens, Milena e Marjana, pretensamente sérvias, foram apresentadas numa das etapas eliminatórias do Eurovision Song Contest. De acordo com o embaixador sérvio na Bélgica, onde a etapa do concurso foi realizada, a forma pela qual as garotas sérvias foram representadas, chegadas a uma vodka e ao roubo de celulares, reflete estereótipos que em nada favorecem o desenvolvimento de laços positivos entre os países. Clique aqui para ler a matéria publicada no Balkan Travellers.

Balkan Travellers

Atualizado para a aula do dia 30/04/2009 (FCH391)

Resenha: You are what you listen To: Young People’s Stereotypes about Music Fans

Marcus Vinicius C. Alves

A música é um dos meios de expressão mais utilizados por pessoas em qualquer lugar do mundo. O presente artigo sugere ainda que para os jovens, essa intensidade é ainda mais visível, a música – ou o estilo musical – serviria como uma insígnia que a priori revelaria para outrem em qual grupo social este jovem estaria incluso e qual o estilo de vida que ele possui. As palavras cantadas displicentemente no meio da rua, a camiseta preta de sua banda favorita ou mesmo o adesivo do Camaleão colado no carro seriam instrumentos cruciais para a identificação grupal. Os autores lembram que nos últimos anos houve uma proliferação de recursos virtuais – blogs, fóruns e comunidades virtuais – onde demonstrar seu estilo musical era peça-chave para ser bem ou mal visto por outros, o que você ouve teria se transformado ainda mais em um estandarte do que você é. Os jovens teriam se apegado aos clãs de identidade musical parecida, expondo quem são, quem querem ser e como querem ser percebidos. É compreensível então o argumento científico de que para adolescentes a música seria um cartaz melhor do que a pessoa é do que as roupas que ela veste, os filmes que vê ou os hobbies que possui. Tendo então a compreensão de que revelar o estilo musical encaixa o indivíduo em um grupo, o artigo propõe o estudo sobre como tais pessoas e seus grupos são percebidos. Qual informação é comunicada pela preferência musical.

Pessoas preferem estilos musicais que reforcem e reflitam aspectos da sua identidade e personalidade (e.g. indivíduos procurando sensações intensas ouviriam punk, enquanto que rebeldes ouviriam rock ou rap, e indivíduos que se percebem como criativos ouviriam músicas sofisticadas como jazz ou clássica), então, somando ao grupo em que a pessoa é encaixada, o gosto musical também revelaria seus valores e personalidade. Os autores argumentam que estudos revelaram que, primeiramente, todos teriam crenças sobre os estilos musicais e as pessoas que os ouvem, além disso, ouvintes de certos gêneros musicais já teriam em si estereótipos de conduta e personalidade definidos. Ademais, o artigo sugere que os estereótipos encontrados para cada gênero musical tenham um núcleo de realidade quando relacionados com os ouvintes destes gêneros, ou seja, os estereótipos formados não estariam de todo errados (Seriam os baianos percebidos como um povo alegre por causa do axé? Ou o axé percebido como um estilo alegre por causa dos baianos?).

Apesar dos estudos revelarem que as pessoas possuem de algum modo uma visão sortida de características psicológicas dos integrantes de certos gêneros musicais, os autores argumentam que ao serem relacionados os resultados dos estudos realizados por cientistas anteriores são encontradas certas limitações. Primeiramente, os estudos só observaram os fatores psicológicos, esquecendo os culturais e sociais. Por pesquisas, já é sabido que o estilo musical que se adere também está relacionado à classe social em que se encontra (e.g. fãs de jazz e música clássica comumente estão relacionados com a classe alta e com maior grau de instrução, enquanto que a classe trabalhadora ou menos instruída costuma ouvir músicas como gospel, rap e, no Brasil, poderíamos citar o pagode). Há ainda pesquisas que revelaram que a etnia também está diretamente ligada ao que se ouve, nos EUA, negros tendem a ouvir jazz e rap, enquanto que brancos ouviriam mais o rock, a música clássica e o country. Logo, os estereótipos musicais poderiam estar diretamente relacionados aos étnicos. Outro limite é o desconhecimento sobre como os estereótipos funcionariam em diferentes estados ou países, pois cada estudo tem sido realizado em locais geográficos pontuais. Sem dúvidas, este fator não pode ser negligenciado, pois pessoas em diferentes países são expostos a diferentes estilos musicais e são estimulados positiva ou negativamente de formas também diferentes ao entrarem em contato com esses estilos (e.g. no Pará o estilo “arrocha” foi menos ouvido do que na Bahia e assim é menos valorizado que o “tecnobrega”, equanto que na Bahia o superpopular não fez sucesso algum. Assim temos dois estilos parecidos qualitativamente, mas que possuem valores diferentes para cada estado.)

A pesquisa realizada se ateve a gêneros musicais, pois em um teste foi revelado que os diferentes subgêneros musicais são pouco conhecidos, o que dificultaria consideravelmente a obtenção de resultados verossímeis devido a pouca familiaridade do grupo experimental com as vertentes de cada gênero. A pesquisa foi realizada na Inglaterra e propôs comparar os dados com estudos semelhantes nos Estados Unidos visando fazer com que os dados fossem passíveis de generalização. Os autores afirmam que o estudo teve como perguntas principais (1) O quanto as pessoas concordam sobre aspectos psicológicos e sociais ligados a estereótipos de estilos musicais; (2) seriam os estereótipos entre os gêneros distintos?; E (3) o quanto há de generalização nos estereótipos? Utilizando de pesquisas anteriores, os autores tiveram como hipótese a concordância entre os indivíduos com a existência de estereótipos únicos por gêneros, especialmente no rap, rock e clássicos, e que o conteúdo dos estereótipos seria similar tanto nos Estados Unidos, quanto na Inglaterra.

O grupo experimental da pesquisa foi formado em grande parte por Brancos (87,5%) e pertencentes à classe média (61,3%), os autores não citam, mas tais fatores podem ter influenciado os resultados, pois homogeneízam a amostra, podendo revelar a percepção e os estereótipos contidos em um pequeno grupo e não em nível global. Esse grupo experimental ainda limita a generalização desse estudo para o Brasil, sendo esses dados exageradamente divergentes à população nacional. O estudo fez com que o grupo experimental julgasse protótipos de fãs dos gêneros musicais específicos e associasse a esses estereótipos certas características em uma escala tipo Lickert. A pesquisa avaliou a percepção das características psicológicas, sociais, de religiosidade, de personalidade, sociais e étnicos.

Os resultados da pesquisa foram condizentes com as expectativas dos autores, somado a isso, tem-se que os jovens têm os padrões dos estereótipos dos fãs de certos grupos musicais altamente estruturados cognitivamente. Os resultados revelaram que alguns estereótipos foram similares em certos construtos (e.g. a personalidade dos fãs de rock e música eletrônica), todavia as particularidades dos estereótipos foram diferenciadas em um nível macro de entendimento. Houve ainda a confirmação do potencial de categorização social acima da psicológica, pois os resultados acerca da classe e da etnia de cada gênero foram mais consistentes que os de personalidade. O grupo experimental americano e o inglês obtiveram resultados semelhantes, entretanto, os países são também semelhantes em diversas características, tais resultados poderiam ser diferentes em um país em desenvolvimento, tendo como idioma o português e a maioria da sua população pouco alfabetizada.

Entretanto, a pouca adaptabilidade do estudo para âmbitos nacionais não desmerece a sua compreensão de que os resultados de fato demonstraram a importância dos estilos musicais nas relações intergrupais, propondo para outros cientistas, a reflexão e experimentação posterior na área.

Referência: Rentfrow, P. J., McDonald, J. A., Oldmeadow J. A. (2009). You are what you listen To: Young People’s Stereotypes about Music Fans. Group Processes & Intergroup Relations, 12, 329-344.

Estereótipos e música: no reggae

Contribuição: Ailton Araujo & Lucas Carneiro


Existe um estereótipo bastante pejorativo em relação às pessoas que curtem o reggae , pois os regueiros são visto como usuários de maconha.

Características fundamentais dos estereótipos: a homogeneidade

Qualquer grupo social impõe uma série de pressões normativas em relação aos seus membros. O efeito mais evidente deste conjunto de pressões é a adoção, por parte dos membros do grupo, de um padrão relativamente homogêneo de conduta. Esta homogeneidade se manifesta em domínios tão diversificados quanto tanto as crenças, os valores e as atitudes, mas mostra-se em plena luz no domínio das aparências físicas.

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Terça-feira, 04 de dezembro de 2007, 16:14

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Terça-feira, 04 de dezembro de 2007, 16:02

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Terça-feira, 04 de dezembro de 2007, 16:10

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Terça-feira, 04 de dezembro de 2007, 16:11

Atualizado para a aula do dia 23/04/2009 (FCH391)

Características fundamentais dos estereótipos: a saliência

Uma vez que os estereótipos podem ser caracterizados como crenças socialmente compartilhadas a respeito dos membros de uma categoria social, os referentes devem ser facilmente identificados e diferenciados dos membros das outras categorias. Assim, uma das características fundamentais dos estereótipos é a saliência. Nas imagens apresentadas abaixo, as baianas são facilmente diferenciadas das pessoas que não o são. Apenas nas circunstâncias em que os membros de uma categoria social podem ser diferenciados, os estereótipos podem ser aplicados e ativados.

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Terça-feira, 04 de dezembro de 2007, 15:24

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Terça-feira, 04 de dezembro de 2007, 15:18

Atualizado para a aula do dia 23/04/2009 (FCH391)

Características fundamentais dos estereótipos: o consenso

Em que pese algumas divergências, uma representação estereotipada deve ser consensual. Ainda que nos pormenores seja possível garimpar aqui e ali pequenas diferenças, o cerne da representação permanece , no entanto, inabalável. Baianos e visitantes não encontram qualquer dificuldades em identificar a categoria social das senhoras apresentadas na foto abaixo. Os trajes, os gestos, assim como as expressões faciais, permitem identificá-las facilmente. E, claro, em torno da categoria das baianas, assim como de qualquer grupo social, gravita um conjunto de crenças socialmente compartilhadas, os estereótipos.

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Atualizado para a aula do dia 23/04/2009 (FCH391)

Estereótipos e categorias sociais: mamãe é down

Contribuição: Luzia Mascarenhas

Matéria publicada no website Saci apresenta uma reportagem sobre um casal, onde o homem tem uma deficiência mental leve e a mulher tem síndrome de down. Tal reportagem retoma um assunto muitas vezes polémico acerca da capacidade de mulheres com síndrome de down poderem exercer o papel de mãe. A sociedade muitas vezes trata estas mulheres como totalmente incapazes, o que não corresponde a realidade. Muitos preconceitos ainda permeiam esta questão, as mulheres com deficiência muitas vezes são desacreditadas a levarem suas vidas como as demais, como se não tivessem o direito de se desenvolverem nos mais diversos âmbitos e contextos. Clique aqui para ler matéria.

Foto do dia: Be attitudes

BE ATITUDES, originally uploaded by glaucia guarino.

No attitude?

A Cambridge Strawberry Fair é um evento secular. Atrai visitantes de toda a Inglaterra, o que não chega a agradar a todos os habitantes desta aprazível e tranqüila cidade universitária inglesa. Os moradores avisam, no entanto, que há uma Strawberry diurna, para as crianças e as famílias, e uma festa noturna para drunkers e junkies. O que talvez explique o cartaz abaixo, encontrada em um dos acessos ao Midsummer Commons, o local onde a feira é realizada. Os organizadores solicitam aos participantes algumas coisas bastante razoáveis. Copos e garrafas de vidro podem quebras e causar ferimentos até certo ponto graves. Drogas, nudismo, agressões, racismo e homofobia constituem atos ilegais e as autoridades devem se esmerar para que as leis sejam respeitadas. Agora, não ter atitudes? O que isto pode significar?

Cambridge, UK

Atualizado para a aula do dia 02/04/2009 (FCH391)