Resenha: A expressão das formas indiretas de racismo na infância

Tainah Santos

Há uma carência de estudos que analisem as formas sutis e indiretas de racismo na infância, inclusive as autoras do texto conseguem demonstrar claramente isso através de seus estudos. De acordo com o artigo, a teoria que faz a abordagem cognitiva do desenvolvimento do racismo na infância está equivocada ao afirmar que o preconceito infantil reduz a partir de uma determinada idade.

Existem diversas teorias sobre as formas de expressão e racismo contemporâneo, porém com pesquisas realizadas em adultos. E o estudo encontrado sobre preconceito racial infantil está baseado na abordagem cognitiva do desenvolvimento do preconceito na infância, este afirma que o preconceito na infância reduz a partir de uma determinada idade e a análise desse estudo conclui ainda, que o preconceito na infância reduz precisamente após os sete anos. Contudo, a pesquisa realizada pelas autoras do artigo mostra que o preconceito na infância não reduz a partir de uma de uma determinada idade, ele apenas se expressa de forma diferente: sutil e indireta. Então, três estudos foram realizados pelas autoras no sentido de verificar o preconceito e sua expressão de acordo com a idade. Os estudos foram feitos em crianças brancas sergipanas que foram separadas em dois grupos de faixa etária diferentes: 5 a 7 e 8 a 10 anos. A pesquisa mostrou que as crianças com idade de 5 a 7 anos não adquiriram ainda a norma anti-racista e por isso demonstram racismo explícito. A norma anti-racista traz valores que engrandecem a igualdade de direito entre pessoas e as crianças são ensinadas a respeitar o outro independente de sua etnia. Já as crianças a partir dos 7 anos de idade por terem absorvido mais essa norma anti-racista do seu endogrupo de referência, racalcam e reprimem a manifestação racista. Na realidade as crianças continuam expressando comportamentos discriminatórios após os 7 anos de idade, porém de forma indireta e sutil por causa da interiorização da norma anti-racista e dos limites sociais. Essas crianças após os 7 anos de idade manifestam racismo explícito quando este é justificável socialmente, que não seja pela categorização racial e a pesquisa deixa essa questão bem clara. O artigo coloca esse tipo de comportamento como nova forma de expressão de racismo e responsabiliza as normas sociais por isso, em vez de eliminá-lo.

As autoras se basearam na cultura de Sergipe, para conceituar essa forma de procedimento que elas designam como “nova forma de racismo”. Porém é necessário levar em conta as diferenças etno-culturais de cada estado brasileiro, na hipótese de refazer essa pesquisa neles os resultados não serão os mesmos, por isso deve-se ter cuidado com as generalizações. Outro fator relevante é que as normas sociais foram criadas para dar limites e não para eliminar o racismo, como as autoras colocam. Já pensou como viveríamos sem as normas socias? Se essas mesmas normas não cumprisse a função de coibir atos racistas como estariam as crianças de Sergipe? 

Referência: França, Dalila X. ; Monteiro, Maria B. A expressão das formas indiretas de racismo na infância. Sergipe, Análise psicológica 4 (XXII): 705-720, 2004

Notícia do dia: sob máscaras, engraxates de La Paz lutam contra a discriminação

Fonte:http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5530922-EI8140,00-Sob+mascaras+engraxates+de+La+Paz+lutam+contra+a+discriminacao.html

Meu nome é Khan!

Contribuição: Wilma Ribeiro
Professora do Curso de Psicologia
Faculdade Adventista da Bahia

Meu nome é Khan! Um filme interessante para se analisar os estereótipos e o preconceito étnico. Trata-se da história de Khan (Shahrukh Khan- mesmo sobrenome na vida real), portador da síndrome de Asperger, que quando criança aprende de sua mãe muçulmana que a única diferença que existe entre seres humanos é entre bons e maus. Ao tornar-se adulto vai morar em São Francisco – EUA, casa-se com uma hindu e após o ataque às torres gêmeas – 11 de setembro de 2001 – a sua vida muda completamente. A xenofobia contra muçulmanos acaba tornando a dinâmica social e psicológica da família de Khan insuportável. A jornada de Khan que é apresentada no filme trata-se de sua tentativa de provar que não é um terrorista. Recomendo!

Estereótipos e publicidade: crianças não mentem?

Contribuição: Raimundo Gouveia

Artigo publicado: Decreasing Gender Prejudice Among Children

Título: Teaching Children Fairness: Decreasing Gender Prejudice Among Children

Autores: Britney G. Brinkman, Allison Jedinak, Lee A. Rosen and Toni S. Zimmerman

Periódico: Analyses of Social Issues and Public Policy, 9, 1

Abstract: clique aqui
Elementary school children (66 girls and 55 boys, aged 10–13 years) in the Western United States participated in a program designed to teach them about fairness and to decrease their engagement in gender-prejudice behaviors. The study utilized a pretest/posttest design comparing students in the treatment group to students in a control group. Children and teachers completed measures regarding the children’s engagement of gender prejudice among their classmates, and students participated in focus groups after completing the program. At posttest, students in the treatment group reported experiencing less gender-prejudice by their classmates than students in the control group. Teachers also reported fewer gender-prejudice behaviors by the students in the treatment group. Qualitative analyses of the focus groups revealed that the students reported learning to challenge gender role stereotypes and endorsed a commitment to treating boys and girls fairly.

Estereótipos e cinema: filme do Thor será boicotado por uma turma de racistas

Matéria no blog Capacitor relata a reação de um tal de Conselho dos Cidadãos Conservadores (CCC) ao filme sobre o herói da Marvel. Clique aqui para ler a matéria.

Notícia do dia: Police Departments Recognize Bias Influences Officers

Muitos anos após as pesquisas inauguradas por Keith Payne, finalmente uma força policial vem a público admitir que muitas vezes os agentes policiais agem de forma enviesada, sob a influência dos estereótipos. Clique aqui para ler a matéria publicada no Oakbook, de Oaklandm, EUA.

Notícia do dia: Limpadores de latrinas marcham contra discriminação na Índia

Notícia publicada no Estadão relata a marcha de protesto realizada na Índia pelos  limpadores de latrina. Clique aqui para ler a notícia.

Notícia do dia: alunos universitários agridem colegas da Unesp em “rodeio de gordas”

O uso de estereótipos no ambiente escolar nunca foi exatamente uma novidade. Algumas vezes, no entanto, estas ” brincadeiras” se tornam grotescas, tal como se depreende da notícia publicada na edição de hoje da Folha online. Clique aqui para ler a notícia

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