Crenças, linguagem e escolaridade

Os estereótipós são crenças. Uma vez que as crenças são definidas como proposições, elas são inseparáveis da dimensão da linguagem. Li, esta semana, no Blog do Boock, uma anedota que me fez refletir sobre esta relação. Tomei a liberdade de modificar um pouco a estrutura da anedota, para evidenciar as relações entre a escolaridade, a linguagem e as crenças.

O senhor Ditão, sem qualquer escolaridade, quando contrariado teria dito o seguinte:

– Rapadura é doce, mas não é mole, não!!!

O senhor Clóvis dos Santos, com um ensino fundamental completo teria dito:

– Açúcar mascavo em tijolinhos tem o sabor adocicado, mas não é macio ou flexível.

O senhor Adolfo Prazeres da Hora, com o ensino médio diria:

– Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor agradável do mel, porém não muda de forma quando pressionado

O senhor Demóstenes da Cruz e Souza, graduado, teria dito:

-O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e, apresentando-se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal, tem sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas; todavia não muda suas proporções quando sujeito à compressão.

O senhor Álvaro de Oliveira Ramos, mestre, diria:

A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino, apresentando-se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas em um peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma tensão axial em conseqüência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.

O senhor professor doutor Washington de Lucca Presti, teria simplesmente afirmado:

– O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus officinarum (Linneu, 1758 ), isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões e arestas retilíneas, configurando pirâmides truncadas de base oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo impressão sensorial equivalente provocada pelo mesmo dissacarídeo em estado bruto, que ocorre no líquido nutritivo da alta viscosidade, produzindo nos órgãos especiais existentes na Apis mellifera (Linneu, 1758 ). No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo do seu eixo em conseqüência da pequena capacidade de deformação que lhe é peculiar.

Atualizado para a aula do dia m19/03/2009 (FCH391)

Estereótipos e música: soul de verão

Estereótipos e humor: uma visita à Casa Branca

casabranca

OBAMA’S FAMILY MEMBERS ARE ALREADY HEADED TO THE WHITE HOUSE FOR A VISIT

Estereótipos nacionais: o padre o argentino

Estereótipos e anedotas regionais: gaúcho no frio

Contribuição: Rafael Oliveira

Estereótipos e humor: quando um Matchangana ganha loteria…

Contribuição: Benvindo Maloa

Matchangana é uma etnia do sul de Moçambique. Há um estereótipo de que eles gostam de ser vistos como ricos, são capazes de deixar de parte uma necessidade basica como é o caso de uma habitação e comprarem um carro de grande valor, nesse exemplo uma limousine, só para se mostrarem como ricos.

Estereótipos e anedotas regionais: assaltantes

ASSALTANTE BAIANO
Ô meu rei… ( pausa )
Isso é um assalto… ( longa pausa )
Levanta os braços, mas não se avexe não.. ( outra pausa )
Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado ..
Vai passando a grana, bem devagarinho ( pausa pra pausa )
Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado.
Não esquenta, meu irmãozinho, ( pausa )
Vou deixar teus documentos na encruzilhada .

ASSALTANTE MINEIRO
Ô sô, prestenção
issé um assarto, uai.
Levantus braço e fica ketin quié mió procê.
Esse trem na minha mão tá chein de bala…
Mió passá logo os trocados que eu num tô bão hoje.
Vai andando, uai ! Tá esperando o quê, sô?!

ASSALTANTE CARIOCA
Aí, perdeu, merrrrmão
Seguiiiinnti,
Tu te fu. Isso é um assalto véio .
Passa a grana e levanta os braços rapá .
Não fica de caô que eu te passo o cerol….
Vai andando e se olhar pra tras vira presunto

ASSALTANTE PAULISTA
Pô, meu …
Isso é um assalto, meu
Alevanta os braços, meu .
Passa a grana logo, meu
Mais rápido meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra
comprar o ingresso do jogo do Curintia meu . Pô, se manda, meu

ASSALTANTE GAÚCHO
O gurí, ficas atento
Báh, isso é um assalto
Levanta os braços e te aquieta, tchê !
Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê.
Passa as pilas prá cá ! E te manda a la cria, senão o quarenta e quatro fala..

ASSALTANTE DE BRASILIA
Querido povo brasileiro, estou aqui no horário nobre da TV para dizer que no final do mês, aumentaremos as seguintes tarifas: Energia, Água, Esgoto, Gás, Passagem de ônibus, Imposto de renda, Lincenciamento de veículos, Seguro Obrigatório, Gasolina, Álcool, IPTU, IPVA, IPI, ICMS, PIS, COFINS…

Estereótipos e anedotas: o mineirinho esperto

A garota vai à primeira festa de sua vida e, com medo dos avanços dos rapazes,pede conselho à mãe:
-O que faço, mamãe, se OS garotos insistirem…
– Se OS rapazes começarem a insistir muito, minha filha, pergunta que Nome else vão Dar à criança. Isso vai fazer com que else desistam.
Assim foi. No meio de uma dança um catarinense diz:
– Vamos para o jardim atrás DA piscina, Mina?
Ela vai, mas quando o moço quer avançar ela pergunta:
– Que Nome vamos Dar à criança?
O carinha olha-a com surpresa, diz que esqueceu a carteira no bar e sai de fininho.
Uma hora mais tarde repete-se a cena com um paraense.
Igualzinho, quando ela pergunta qual será o Nome do filho, ele FICA de pés frios e vai-se embora.
Em seguida chega um gaúcho como quem não quer nada e lhe DA um beijo, ela pergunta que Nome vamos Dar à criança, o gaúcho também sai de fininho…
Mais tarde chega um Mineiro, vai
Com ela para o jardim, começa com beijinho aqui, beijinho Ali, apalpa-lhe o peito e ela pergunta:
– Que Nome vamos Dar à criança?
Ele continua e abre o vestido dela.
– Que Nome vamos Dar à criança?
Ele pega nos seios.
– Que nooome vaaamos Dar à criança?
Ele tira o vestido dela e a sua calcinha.
– Que noooome… Ahhh… Vaaaaaaaamos daaar… Ahhhh… à
criança? Ahhhhhh… Ahhhhhhhhhhhh…
– Queeee noooooome vaaaaaaamos…..
não pára…….. Daaaaaaaar… Vai….vai…..
Vaiiiiii…… àaaaaaaaaaaah criaaaaaaaança????
Depois de acabarem, ela pergunta mais uma vez:
– E agora, qual vai ser o Nome do nosso filho?
E o Mineiro, triunfante, tira devagar o preservativo, levanta para o alto, dá um nó firme e diz:
-Se ele conseguir sair daqui vai se chamar Magaiver!!!

Estereótipos e anedotas: o óbvio

Contribuição: Andréia Oliveira

Durante uma aula de português, a professora pergunta:
– Qual é o significado da palavra ‘óbvio’?

Rapidamente, Carine, São Paulina, rica, uma das mais aplicadas alunas da classe, que estava sempre muito bem vestida, perfumada e bonita, respondeu:
– Prezada professora, hoje acordei bem cedo, ao raiar do dia, depois de uma ótima noite de sono no conforto de meu quarto. Desci a escadaria de nossa residência e me dirigi para a copa onde era servido o café. Depois de deliciar-me com as mais apetitosas iguarias, fui até a janela que dá para o jardim de entrada e admirei aquela bela paisagem por alguns minutos, enquanto pensava como é agradável e belo o viver. Virando-me um pouco, percebi que se encontrava guardado na garagem o BMW pertencente a meu pai. Pensei com meus botões: ‘É ÓBVIO que meu pai foi ao trabalho de Mercedes’.
Sem querer ficar para trás, Marquinhos, Palmeirense, de uma família de classe média, acrescentou:
– Professora, hoje eu não dormi muito bem, porque meu colchão é meioduro. Mas eu consegui acordar assim mesmo, porque pus o despertador do lado da cama para tocar cedo. Levantei meio zonzo, comi um pão meio muxibento e tomei café. Quando saí para a escola, vi que o fusca do papai estava na garagem.Imaginei: ‘É ÓBVIO que o papai foi trabalhar de busão’.
Embalado na conversa, Joãozinho, Curintiano, de classe baixa, também quis responder:
– Fessora , hoje eu quase num durmí, purquê teve tiroteio até tarde na favela.
Só acordei di manhã purquê tava morreno difome, mas num tinha nada pra cumê mesmo… quando oiei pela janela du barracão, vi a minha vó cum jornal dibaxo du braço e pensei:
É ÓBVIO qui ela vai cagá. Num sabe lê!’.

Estereótipos e humor: não conte vantagem pro mineirinho

Três paulistas querendo contar vantagem pro mineirim:

1º. paulista: – Eu tenho muito dinheiro… Vou comprar o Citibank!

2º. paulista: – Eu sou muito rico… Comprarei a Fiat Automôveis.

3º. paulista: – Eu sou um magnata… Vou comprar a Usiminas. E os três
ficam esperando o que o mineiro vai falar.

O minerim da uma pitada nu cigarro de paia, ingole a saliva… faz uma
parsa … e diz: – Num vendo…