II Seminários abertos sobre Estereótipos, Preconceitos e Exclusão Social

29 de Outubro (Quinta-feira), 18h

Tema

Secretárias

Convidados

Ana Cristina Muniz Décia
(Bacharel em Secretariado e Professora da Universidade Federal da Bahia)

Altair Paim
(Psicólogo e Profesor da Faculdade Regional da Bahia e da Universidade Estadual da Bahia)

Local
Faculdade de Educação (FACED) – Canela.

contato
lepps.ufba@gmail.com

II: Seminários abertos sobre Estereótipos, Preconceitos e Exclusão Social: Tolerância e Intolerância no futebol

I Simpósio sobre Estereótipos e Exclusão Social: Leoncio Camino

I Simpósio sobre Estereótipos e Exclusão Social: Paula Bacellar e Silva

I Simpósio sobre Estereótipos e Exclusão Social: Marcus Eugênio Oliveira Lima

Resenha: Os Flintstones e o preconceito na escola

Patrícia Carvalho

As relações interpessoais são perpassadas pelos estereótipos – crenças coletivamente compartilhadas acerca de algum atributo, característica ou traço psicológico, moral ou físico atribuído extensivamente a um agrupamento humano (Krüger, 2004). Estes se constituem um importante mediador entre a percepção dos indivíduos e os fatos sociais, visto que moldam e direcionam a primeira a aspectos específicos dos últimos, limitando-os, assim, ao seu escopo.

A compreensão de tal fenômeno justifica-se, então, por sua ampla interferência na estruturação das interações sociais, estando este, muitas vezes, atrelado a manifestações de preconceito – um julgamento negativo de um grupo e seus membros individuais (Myers, David. 2000) – e discriminação – comportamento manifesto que se exprime através da adoção de padrões de preferência em relação aos membros do próprio grupo e/ou de rejeição em relação aos membros dos grupos externos (Pereira, 2002).

Tânia Baibich, professora adjunta III do departamento de Teoria e Prática de Ensino do Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná, aborda em “Os Flintstones e o preconceito na escola” a temática do preconceito e sua negação.

O texto trás a problemática da comum negação da existência de preconceito atuando como perpetuadora dessa atitude. Por trás de um discurso politicamente correto de igualdade escondem-se as estatísticas de injustiça e desigualdade social, regional, de gênero etc. Fato que denuncia a incongruência gritante entre a realidade e o que dela é pregado.

A partir da aplicação de um questionário composto por questões abertas e fechadas em nove professores e um funcionário da secretaria de uma escola publica, a autora procurou avaliar a ocorrência e possível negação da existência de preconceito no ambiente da escola. Os resultados seguem a tendência de negação encontrada em outros contextos de socialização, apontando para uma deficiência estrutural da instituição escolar que compromete uma de suas principais finalidades: a formação de uma consciência crítica que não permita a aceitação pacifica (e conseqüente introjeção) de valores errôneos.

Baibich destaca algumas questões levantadas pelas entrevistas que caracterizam a existência do que chamou “varredura para debaixo do tapete” nas condutas dos sujeitos. Esses vão desde o “reconhecimento da existência do preconceito” até “o tratamento dispensado pela escola à questão do preconceito e de suas conseqüências” além da “observação do preconceito em si e/ou nos outros”.

Em todos os quesitos é marcante a presença de um discurso de negação referente ao próprio comportamento e denúncia de praticas preconceituosas por parte de outros. Fica, assim, clara a distância entre a realidade escolar daquilo que pretende-se a partir de uma educação igualitária: “uma escola que alicerce uma sociedade que nunca mais permita a barbárie”. Barbárie essa embasada numa idéia extremada de alteridade.

A concepção de alteridade, presente na base do comportamento preconceituoso, é percebida desde os tempos antigos e parece estar relacionada às diferenças culturais. Seja entre os índios sul-americanos ou entre os romanos, a percepção de um outro é marcante e assume importante papel nas dinâmicas intra e intercomunidades.

A questão central em tal discussão parece girar em torno da tênue linha entre uma a distinção equilibrada entre o ingroup e outgroup – imprescindível ao processo de formação da identidade – e seu extremismo. Seja nos atentados terroristas ou nos feitos nazistas a concepção de eu e de outro configura-se o cerne de um problema que envolve diversas instancias da sociedade: desde as instituições de ensino ate as políticas publicas e idéias veiculadas na mídia.

Referências
Baibich, T. Os Flintstones e o preconceito na escola. Educar, 19, 2, 111-129, 2002.
Krüger, Helmuth. Cognição, Estereótipos e preconceitos sociais. Em Marcos E. O. Lima e Marcos E. Pereira. Estereótipos, preconceitos e discriminação. Perspectivas teóricas e metodológicas. Salvador: EDUFBA, 2004.
Myers, David (2000). Psicologia Social. São Paulo: LTC.
Pereira, Marcos E. (2002). Psicologia Social dos estereótipos.

Notícia do dia: para especialistas, preconceito incentiva e facilita o tráfico de pessoas

As consequências do preconceito se manifestam em vários níveis e nos mais diversos domínios. Nas palavras de Thaís Dumet, coordenadora do projeto de Combate ao Tráfico de Pessoas da OIT, “temos uma sociedade machista, adultocêntrica e preconceituosa. O tráfico de pessoas é objeto de preconceito porque atinge mulheres, negros, pobres, crianças, e a população segregada socialmente”. Clique aqui para ler a reportagem publicada no UOL.

Manifesto do Fumantes Unidos: contra o preconceito e o desrespeito

chamada

Basta de execração! O Brasil tem entrado na onda anti-tabagista que ocorre no mundo disposto a “dar exemplo”… como se não tivesse problemas muito mais graves para resolver! Em vez de buscar essa condição exemplar por meio do respeito mútuo entre as partes da sociedade, por educação e pelo respeito pleno à organização do Estado Democrático de Direito, vemos entidades, governantes e seus subalternos propondo políticas absurdas, baseadas na ridicularização e na criação de inconveniências e desvantagens para uma parcela de aproximadamente um terço da população. Em questão de poucos anos, os fumantes passaram a ser o mal da humanidade e o principal problema de saúde pública do país — quanta hipocrisia!

A atual organização social baseada na economia de capital criou artificialmente uma demanda pelo indivíduo perfeito. A pessoa ideal para esse mundo é completamente dedicada ao trabalho e ao consumo: deve ter aparência impecável para se apresentar bem aos outros clientes e consumidores; deve ter uma saúde perfeita para não criar custos ou interrupção da produção da empresa; deve demonstrar jovialidade e dinamismo por meio de atividades físicas constantes; deve ter uma atitude impecável e livre de qualquer coisa que possa se configurar como um desvio de personalidade ou como um prazer inútil, ou seja, que não gere benefícios para essa sociedade ideal. A não-adequação do indivíduo a tais requisitos deve ser combatida a todo custo, com propaganda, repressão empregatícia, discriminação social.
Não por acaso, essa nova forma de eugenia, essa busca pelo “indivíduo perfeito”, máquina de trabalho e consumo, assemelha-se com a busca pela raça ariana na Alemanha nazista. É graças a ela que vemos garotas morrendo de anorexia e rapazes intoxicados com anabolizantes veterinários, em tentativas inúmeras de se assemelhar aos modelos de beleza estereotipados. Por isso que vemos pessoas gastarem fortunas e saúde em dietas, academias e cirurgias plásticas para se adequar aos requisitos de boa aparência e jovialidade. Empresas vêm negando vagas de trabalho a pessoas com base nas atividades e hábitos que elas têm *fora* do ambiente de trabalho.

É da mesma forma nazista que vem sendo feita uma verdadeira cruzada contra o tabagismo, hábito secular da humanidade que desde os anos 70 passou a ser considerado contra-producente e prejudicial à sociedade. Em vez de combater o fumo, entidades e governos promovem o combate aos fumantes. Em saraivadas de proibições, legislações desrespeitosas e ações travestidas de preocupação com a saúde pública, pessoas que não cometem qualquer crime ou desvio de ética estão sendo discriminadas, ridicularizadas, impedidas de exercer livremente seus direitos e escolhas, e até mesmo ofendidas, agredidas e espancadas — simplesmente pelo fato de fumar. Em uma ciranda de interesses pouco debatidos e divulgados, aponta-se o dedo contra aproximadamente um terço da população mundial, acusando-se que tais pessoas prejudicam a saúde coletiva e custam caro aos governos. Pesquisas distorcidas são apontadas como provas científicas irrefutáveis, governos elevam os impostos a níveis estratosféricos, criam-se imposições ao comércio e restrições à liberdade de tais cidadãos. A Organização Internacional do Trabalho, filiada à ONU, concluiu recentemente que os preconceitos tradicionais no mundo trabalhista — contra mulheres, homossexuais e negros, por exemplo — vêm diminuindo, mas novas formas de preconceito estão surgindo com igual força. Principalmente contra obesos e fumantes.

O propósito do FumantesUnidos.org e de quaisquer entidades associadas a ele é dar um BASTA na evolução dessa nova forma de preconceito e nas mentiras que são usadas para justificá-lo. Todos os indivíduos que são fumantes ocasionais ou regulares o são por decisão de cunho estritamente pessoal e são conscientes dos riscos que correm. Nem por isso são cidadãos inferiores, criminosos ou irresponsáveis como se vem tentando divulgar. São, acima de tudo, pessoas dignas de respeito, que também têm direitos, e não há qualquer evidência incontestável de que tais pessoas são de fato um risco ou um custo a mais para a sociedade. Ao passo que não fumar, ativa ou passivamente, também é uma decisão pessoal que deve ser rigorosamente respeitada, é plenamente possível a convivência pacífica, digna, saudável e humana entre fumantes e não-fumantes — algo que, pelos já citados interesses diversos, não tem sido buscado por governos e entidades que se dizem respeitosos dos direitos humanos. Daí a necessidade da manifestação do outro lado, que este site busca representar com o apoio de fumantes e de não-fumantes que, com bom senso, acreditam que a cruzada anti=tabagista já passou das fronteiras do respeito e da coerência.

Mais além, neste site também alertamos sobre os riscos e as desvantagens que o hábito de fumar pode trazer aos indivíduos, bem como apontamos dicas e entidades de apoio para quem deseja parar de fumar. Mas acima de tudo promovemos o respeito às vontades, preferências e decisões do indivíduo. Ao mesmo tempo apresentamos conteúdo inédito e de interesse de quem não quer parar de fumar, ou de quem deseja conhecer melhor e até se iniciar neste hábito que é, não obstante, um prazer, tal como a degustação de bebidas ou pratos sofisticados. Também estaremos atentos e críticos a outras formas de preconceito, como a que já vem sendo configurada contra os obesos.

Se você não concorda com o que é apresentado e discutido neste site, também há uma seção de links que inclui entidades de combate ao fumo. Não perca seu tempo tentando nos ofender — isso apenas vai servir de mais munição para que comprovemos a agressividade e o desrespeito que sofremos e combatemos.

Fonte: Fumantesunidos.org

Análise psicossocial do preconceito contra homossexuais (complemento histórico)

Lucas Carneiro

Nesta presente resenha busco complementar o artigo de Alessandra Ramos Demito Fleury e Ana Raquel Rosas Torres (análise psicossocial do preconceito contra homossexuais) apontando para as raízes históricas e os vieses políticos e ideológicos por de trás do preconceito e a visão infra- humana acerca da homossexualidade. Alertando para propensões teóricas das instituições religiosas judaico-cristãs e das ciências pós revolução industrial e revolução francesa para criar explicações essencialista para melhor controlar o comportamento humano; Tanto sobre a forma de pecado contra a natureza humana, na Idade média, quanto sobre a noção de biologicamente normal ou patológico, pós revolução industrial. Busco, também, apontar que apesar dos preconceitos em relação os homossexuais terem em parte mudados para forma mais sutis e camuflados, por causas dos avanços humanitários e leis que proíbem atos discriminatórios contra os grupos minoritários, não perde seu caráter marginalizatório e excludente.
Antes de qualquer coisa; gostaria de propor uma reflexão sobre uma citação de Sevan tirada do livro: Vigiar e Punir de Michel Foucault. Na qual ele procura demonstrar que o domínio, pela sociedade, da vigilância e da atribuição de direitos e deveres às pessoas não se estabelece apenas no corpo, e sim, principalmente na mente, no controle das idéias pelos conceitos morais de culpa, e percepção de crime e castigo.
Para ele, essas idéias têm de estar fortemente ligadas e se suceder sem intervalo (…) Quando tiverdes conseguido formar assim a cadeia das idéias na cabeça de vossos cidadãos, podereis então vos gabar de conduzi-los e de ser seus senhores. Um déspota imbecil pode coagir escravos com correntes de ferro; mas um verdadeiro político os amarra bem mais fortemente com a corrente de suas próprias idéias; é no plano fixo da razão que ele ata a primeira ponta; laço tanto mais forte quanto ignoramos sua tessitura e pensamos que é obra nossa; o desespero e o tempo roem os laços de ferro e de aço, mas são impotentes contra a união habitual das idéias, apenas conseguem estreitá-la ainda mais; e sobre as fibras moles do cérebro, funda-se a base inabalável dos mais sólidos impérios.
Nesse sentido, a arte de vigiar e punir deve repousar sobre uma tecnologia da representação. Encontrar para um desvio as proposições que convêm é encontrar a desvantagem cuja idéia seja tal, que torne definitivamente sem importância a idéia de se tornar um desviante. Importa, então, à ordem, estabelecer pares de representação de valores opostos, instaurando diferenças quantitativas entre o normal e o anormal, submetendo estas normas categoriais a uma relação de poder. Contudo, essa relação deve parecer a mais natural possível, o que representa estar cada vez mais distante da arbitrariedade. Devem fazer com que pensemos que nossos pensamentos são realmente nossos através de idéias essencialistas para que não reflitamos e apenas repitamos os comportamentos que foram socialmente programados.
Esse trecho é de extrema importância para que reflitamos sobre nossos automatismos julgamentos estereotipados que muitas vezes são feitos sem certa reflexão histórica prévia. E para que antes que saímos brigando e vociferando preconceitos feito os macacos da parábola que brigavam sem saber o porquê; sem saber do condicionamento passado com o jato de água; proponho esta análise histórica da construção social dos conceitos sobre homossexualidade.
O primeiro registro sobre a homossexualidade data 12.000 mil anos antes de cristo. É um registro arqueológico da Era Paleolítica onde algumas pinturas de caverna e centenas de “batons” fálicos foram encontrados na caverna de Gorge d’Enfer em Dordonha na França. Entre os exemplares encontrados destaca-se um dildo duplo supostamente utilizado para em relações sexuais entre mulheres.
Outros registros arqueológicos apontam para 5000 AC na Era Mesolítica onde o homo erotismo está representado em uma rocha encontrada em Addara na Sicília. Nessa inscrição em rocha, homens e mulheres dançam ao redor de duas figuras masculinas com ereção. Supõe-se que esse registro represente uma relação homo erótica.
No século XXVI a.C. (2600 a.C.) na Tumba do faraó Niuserré na 5ª dinastia do império egípcio, os cabeleireiros e manicures da grande casa, Nyankh Khnom e Khom Hotep, foram retratados numa pintura onde insinua-se um beijo homossexual entre homens. Segundo estudiosos da história do Egito há de se considerar que o beijo entre homens não têm, necessariamente, uma conotação homoerótica, sendo muitas vezes manifestados como uma relação de amizade em várias civilizações até os dias atuais
No século XXVI a.C. (2600 a.C.) na Tumba do faraó Niuserré na 5ª dinastia do império egípcio, os cabeleireiros e manicures da grande casa, Nyankh Khnom e Khom Hotep, foram retratados numa pintura onde insinua-se um beijo homossexual entre homens. Segundo estudiosos da história do Egito há de se considerar que o beijo entre homens não têm, necessariamente, uma conotação homoerótica, sendo muitas vezes manifestados como uma relação de amizade em várias civilizações até os dias atuais
sec. XX a.C.A civilização Mochica da região dos Andes na América do Sul retratava a penetração per annum em 3% da coleção das cerâmicas coletadas pela Família Larco com datação estimada em 1000 a.C. Há informações também de que várias esculturas em Ouro das civilizações pré-coloniais dos Andes que representavam a prática do homoerotismo foram derretidas com a chegada dos espanhóis no continente.
630 A.c. – Aristocratas Dorianos da Grécia antiga assumem relações pederástas formais entre adultos nobres e homens adolescentes com o objetivo de educar a população e conter o crescimento populacional. Os registros mais conhecidos da homossexualidade foram resgatados da história da Grécia e Esparta. Durante os séculos VII a.C. a VI a.C. a grécia antiga vivenciou grandes fatos históricos, representados através de sua arte onde a homossexualidade é abordada. Nesse período o poeta Álcman escreveu um coro às virgens onde muitos historiadores acreditam haver uma simbologia de homo erotismo entre mulheres; a poetisa Safo da Ilha de Lesbos, que alguns historiadores consideram como bissexual, escreve vários poemas que alcançam tanto homens como mulheres. Segundo o historiador grego Plutarco, Sólon, homem de estado, legislador e poeta lírico de Atenas mantinha relações homossexuais com Pisístrato. A homossexualidade também teve registos históricos reconhecidos de afeição e convivência nesse período.As relações pederastas se espalharam pela Grécia antiga, influenciando os esportes, a literatura, a política, a filosofia, as artes e a comunidade causando, segundo alguns estudiosos, um grande florescimento cultural; também é considerara e valorização dabeleza muscular e a nudez atlética nesse período.
Depois desse breve histórico o que podemos dizer? Podemos dizer que todos esse povos eram profanos porque não tinham Deus nos seus corações e por isso praticavam esses atos abomináveis contra a “natureza humana” ou podemos dizer que a mudança de valores eticos e morais sobre a sexualidade humana (determinando o certo do pecado) foi mudado para atender interesse politicos e militares de dos hebreus, mais especificamente a tribo de Judá que posteriormente terá o nome de judeus. Como todos conhecem os judeus foram escravos dos egipicios fugiram para Canaã chegado na “ terra prometida” foram escravidos pelos assirios , depois pelos babilônios , depois pelos Persas e por fim pelos Romanos. Então, em um dado momento de sua história os judeus perceberam que o único meio de se libertar a escravidão seria aumentando seu contingente populacional para fortalelecer seu exercito ( na época o poder de um povo era estipulado pelo força de seu exército e como antigamente não tinha bomba atômica e armas de exterminio em massa; essa força de uma exercito significava o número de pessoas que ele possuia). Então, desta forma, os Judeus para aumentar seu contigente populacional e liberta-se das escravidão para enfim dominar a “terra prometida”; fazeram uma revolução ética e moral de todos os valores vigentes a época e criaram mitos como de Onã e de Sodoma e Gomorra para recriminar qualquer forma de ato sexual que não estaria destinado a procriação; como por exemplo, sodomia , masturbação e derivados. E então, a partir deste momento passou a santificar e naturalizar o casamento, familia, o homem heterossexual e filhos; e a punir a todos que não se encaixavam nesses parâmetros.
Há algumas passagem no velho testameto que condenam a homossualidade, como por exemplo : “Não te deitarás com um homem, como se fosse mulher: isso é toevah (também no grego bdelygma, ambos significam “impureza” ou “ofensa ritual”).” (Levítico 18:22) e “Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometerão “toevah”. (Levítico 20:13). Evidenciando, assim, dentro dessa perspectiva religiosa os preconceitos eram mais rigorosos aos homens; sobre tudo aos que eram passivos, pois, dessa, forma se igualariam e tornariam inferiores como as mulheres. Vale lembrar que as mulheres por toda historia foram consideradas inferiores moralmente e culpadas pelo pecado original (Se vocês acham isso muito, basta lembrarem se da bula emitida pelo Papa Inocêncio VIII durante 5 de dezembro de 1484, ,na qual desiginava os frades dominicanos James Sprenger e Heinrich Kramer para escreverem um manual Malleus Maleficarum -O Martelo das Feiticeiras-, escrito em 1486 ,visando ensinar os juízes a reconhecerem e punir as bruxas em seus múltiplos disfarces e atitudes. Não precisa nem dizer que milhares de mulheres foram mortas injustamente acusada de bruxarias durante a inquisição e deixando, assim, um imenso legado de repressão, medo e submissão ).
Já no novo testamento passagens como: “Não errais: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem os ladrões nem os bêbados … herdarão os reino de Deus” (I Coríntios 6:9-10). Representam o controle da sexualidade humana através do medo do inferno. Devida a queda do império romano , invansão babarbaras, feudalismo, peste , caos publico. A igreja catolica passa ser a mais poderosas instituição existente da idade media, tanto financeiramente quanto politicamete; desta forma, então passa a a ter a prerrogativa de dizer a verdade , criar e estipular normas e padrões e normas de condutas a serem seguidos. Então, és que aparece a figura de Tomás de Aquino , considerado por muitos como mais santo dos sabios e o mais sabios dos santos, criador do mecanismo mais eficiente para controlar o comportamento sexual humano na época – mecanismo de controle pelo medo do pecado.
Tomás de Aquino foi o responsável pela pecaminização da qualquer forma de sexo que não fosse destinada a procriação e estipulação de normas de condutas para a copula entre homens e mulheres como por exemplo: o sexo só seria permetido dentro do casamento heterosexual com fins procriativos, não poderia fazer sexo em pé porque não somos bichos , a mulher nunca podeia ficar por cima na relação sexual porque seria contra a natureza divina; E por acaso se as pessoas não seguissem essas normas estariam condenadas a arder no fogo do inferno ou na fogueira da inquisição.
Tal autor inclui a homossexualidade entre os pecados contra naturam- contra natureza- ( não se deve disperdiçar o sêmem em vasos profanos , somente nos vasos sagrado- vagina- para procriação), junto com a masturbação e a relação sexual com animais. Para Tomás, esses pecados sexuais são mais graves do que os pecados secundum naturam, embora estes se oponham gravemente à ordem da caridade, por exemplo: adultério, violação, sedução. Isto porque, para Aquino, a ordem natural foi fixada por Deus e sua violação constitui uma ofensa ao Criador, o que seria para ele mais grave do que uma ofensa feita ao próximo (cf. Suma Teológica, II-II, questão 154, artigo 11, corpo). Santo Tomás de Aquino chega a colocar a prática da homossexualidade no mesmo plano de pecados torpíssimos, como o de canibalismo. A partir de então, devido a enorme influência do pensamento tomista no cristianismo, a palavra “sodomia” popularmente foi-se desvinculando de seu sentido filológico original e passou a ser, em quase todo mundo, conotativa de homogenitalidade, ou então sexo anal, seja este hétero ou homossexual.
Então depois de muitas inquisições; mandando para fogueira sodomitas , hereges, feiticeiras e judeus. A igreja católica começa perder a prerrogativa de ter o poder para dizer a verdade para ciência. O saber religioso devido aos movimentos como renascimento , iluminismo , revolução francesa ( ascenção da buruesia ), revolução industrial foram se tornandos obsoletos. Então, assim,a ciência, , passar a ser o discurso mais conviniente para legitimar os interesse politicos das elites dominantes pós revolução industrial.
Surgi , assim, o cientificismo racista , com teorias como a frenologia, eugenia, darwinismo social; teóricos como Francis Gall, Francis Galton, Paul broca, Gobineau, Lavanter entre outros; Todos esse ,buscavam maneiras, meio que de maneira “inconsciente” de legitimar a superioridade racial, através dos vieses biologicos e cientificos, do homem ,heterossexual, branco, europeu sobre as mulheres, homossexuais, negros, asiaticos e africanos e latinos. Não devemos esquecer que essas teorias serviram como desculpas, fachadas essencialistas e biológicas com o intuito de legitimar “legalmente” a politicas neocolonialisas desses povos sobre os demais.Então , dessa forma, passam a afirmar que a homossexualidade é um disturbo orgânico, perversão da mesma forma que buscavam afirmar biologicmente e cientificamete qe os negros e a mulheres são inferiores aos brancos e homens respectivamente.
Com a passagem do século 18 e o enaltecimento da racionalidade em detrimento da fé; o mecanismo de controle da sexualidade passa não ser mais legitimado pela definição moral de certo ou pecado, e sim, agora, através, da “neutralidade cientifica” do biologicamente normal ou patológico.
Como prova dessa pseudo neutralidade dessa ciência que só fazia repetir valores morais introjetados seculos atrás; podemos citar fatos mirabolantes como A descoberta do espermatozóide, em 1677, motivou a Medicina a se associar à Igreja Católica para qualificar a masturbação como uma doença abominável e um mal moral, uma vez que o espermatozóide veio a ser considerado como um bebê em miniatura. Mas tarde a ciência o século 18 passou a legitimava a companha anti- masturbatoria que a enxergava a masturbação como uma doença que provocava distúrbios do estômago e da digestão, perda do apetite ou fome voraz, vómitos, náuseas, debilitação dos órgãos respiratórios, tosse, rouquidão,paralisias,tuberculose e podendo até causar loucura e enfraquecimento do órgão de procriação a ponto de causar impotência, falta de desejo sexual e ejaculações nocturnas e diurnas.
Outro exemplo é o deSamuel Auguste Tissot que em 1758, publica o “Ensaio sobre as doenças decorrentes do Onanismo”, em que diz que esta doença ataca os jovens e libidinosos e, embora comam bem, emagrecem e consomem seu vigor juvenil. E no inicio do século 19 no dicionário das ciências médicas de Serruer- descrevia o jovem masturbador como esses sintomas fisicos : “pele terrosa, lingua vacilante, olhos cavos, gengivas retraidas e cobertas de ulceraçoes que anunciavam uma degradação escorbutica”.
Então ,desta forma, ficava dificil separar , naquela época, o que era ciência , o que era politica, o que era religiao e o que era verdade. Isso é que nos leva a pensar materialmente da seguinte forma : Como os homossexuais não poderiam suprir os ideais burgueses patriarcais de familia e dar filhos ( mão de obras para o sistema) , para sustentar esta nova forma de politica capitalista ;o pensamento do pecado nevano (introjetados e condicionados ao longo dos séculos pela religião católica e judaica) verticalizou para os conceitos de patológico, doente , anormais e inerentemente pervetidos; fadados, assim, os homossexuais a marginalização e exclusão social. Em decorrência , dessa confusão ideológica de enxergar , não era de se adimirar que muitos cientistas buscassem reverter os homossexualidade na base de muita porrada e tratamento de choques e reprimi-la atravésl de leis penais que buscassem crimilaliza-las. Como por exemplo:
Em 1870, um texto de Westphal intitulado “As Sensações Sexuais Contrárias” definiu a homossexualidade em termos psiquiátricos como um desvio sexual, uma inversão do masculino e do feminino. A partir de então, no ramo da Sexologia, a homossexualidade foi descrita como uma das formas emblemáticas da degeneração. Nessa época já existiam leis que proibiam as relações entre pessoas do mesmo sexo.
Em 1890, o Codigo penal republicanos brasileiro prévia punição de práticas homossexuais entre homens. Durante o Estado Novo (1940) , o júrista Alcântara Machado redigiu o código penal e introduziu a proposta de criminalizar de maneira explicita homossexual do sexo masculino quando causarem escândalo público; impondo-se ambos os participates detenção até um ano.
Terapias de Choques Elétricos aplicadas por Ugo Cerletti a partir de 1938 para várias finalidades, incluido a tentativa de cura para a homossexualidade utilizando o pressuposto de que se a homossexualidade tem explicações neuro-bioquímicas, então ela é curável. Na mesma linha, a lobotomia, desenvolvida por Antônio Egas Moniz em 1935 também foi aplicada como tratamento da homossexualidade até 1979 na Alemanha.
Em 1968 o DSM a homossesualidade aparecia no capitulo de desvios sexuais,como um tipo de aberração na qualo interesse sexuais são dirigidos primariamente a objetos outros que não pessoas do sexo oposto.
Até a decada de 90 a maioria do spsicologos argumetavam que a homossexualdade era um disturbio psiquico. Até a penultima edição da Classificação Internacional de Doenças ( CID-9) de 1985, esa orientação era formalmente cosiderada patologica.
Então depois, desse breve histórico, fica evidenciado todo o processo de marginalização e exclusão social dos homossexuais. E por mais que estejamos com certa abertura a respeito do tema, leis humanitárias que punam e condenem a discriminação dos grupos minoritários; É ainda muito difícil transgredir anos de condicionamento mental e social. Então, desta forma, corroborando com os estudos de Alessandra Ramos Demito Fleury e Ana Raquel Rosas Torres; atesto o mesmo: os preconceitos em relação aos homossexuais não vem se acabando, e sim, tornado cada vez mais “sutil”, remanescendo ainda os mesmos vieses essencialistas e discriminatórios de séculos atrás; principalmente quando se trata da homossexualidade masculina. Isto porque a escolha de um parceiro sexual oposta ao da maioria estaria transgredindo séculos de condicionamento socias e conceitos de gênero, papéis e scripts de comportamentos “ditos naturalmente masculinos” são reforçados pela nossa sociedade e que foram alicerces da construção de todas as civilizações ocidentais. É necessário que percebamos que esses constructos depreciativos em relação a homossexualidade não vieram do nada , nem são muito menos naturais, e sim, foram criados socialmente ao longo dos séculos para atender demandas e interesse econômicos e políticos; que visavam controlar e disciplinarizar os comportamentos humanos através, principalmente, pela divisão do trabalho dentro de uma sociedade capitalista e construção de uma família “normal” para atender a demanda de darem novos “filhos” para o sistema.

Referências:
Fleury, A. e Torres, A. Análise psicossocial do preconceito contra homossexuais. Estudo de Psicologia (Campinas) 24, 4, 475-486; 2007
http://pt.wikipedia.org/wiki/Homossexuais
Foucault, Michel. A História da Sexualidade I (A Vontade de Saber). Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.
Foucault, Michel, História da Sexualidade 2: O Uso dos Prazeres, Rio de Janeiro, Graal, 1984
Foucault, Michel Vigiar e punir. Tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1987.

Estereótipos, preconceitos e esportes

Contribuição: Clara Vasconcelos, Daiana Nogueira e Gilcimar Dantas

Costuma-se acreditar que os esportes, principalmente os coletivos, são capazes de desenvolver nos indivíduos um senso maior de coletividade, cooperação e convívio com as diferenças de forma pacífica. Infelizmente, este ideal nem sempre é observado na prática, uma vez que muitos dos preconceitos que permeiam as relações sociais se reproduzem no contexto esportivo. Temos inúmeros exemplos de jogadores imigrantes, negros e de classes consideradas não-dominantes que sofrem constantemente com atitudes discriminatórias vindas da torcida e de companheiros de profissão. Clique aqui para ler uma reportagem sobre o assunto.