Resenha: Aparência física e amizade íntima na adolescência – Estudo no contexto pré-universitário

Aline Almeida


O presente artigo tem como autor Raul A. Cordeiro e foi publicado no ano de 2006, através do Instituto Politécnico de Portalegre em Portugal. O autor inicia o artigo, trazendo alguns conceitos importantes como o de intimidade, e como esta, está relacionada com a amizade no período da adolescência. Neste sentido, Cordeiro destaca oito dimensões nas quais estes conceitos podem ser estruturados. São elas: Sinceridade e Espontaneidade; Sensibilidade e Conhecimento; Vinculação; Exclusividade; Dádiva e Partilha; Imposição; Actividades Comuns; Confiança e Lealdade.
O autor justifica o fato de relacionar a amizade com a aparência física, pelo fato de que é no período da adolescência em que há grandes mudanças corporais, afirmação do auto-conceito e estabelecimento de pares. Desta forma, neste período qualquer vinculação que o indivíduo passa, perpassa a avaliação corpórea se sí e do outro. Ele destaca ainda o status cultural concedido ao corpo, como instrumento de poder, e do quanto este conceito é construído durante toda a adolescência.
Um fato que pode-se acrescentar á discussão é o de a cultura brasileira, especificamente a baiana, cada vez mais incita a criança e o adolescente a desenvolver de forma cada vez mais precoce a sexualidade. É visto de forma cada vez mais maciça, um excesso de estímulo por meio de músicas, vestuário e da mídia, o que torna o culto á aparência física e a necessidade de intimidade sexual cada vez mais precoce. Com isso, deve-se observar as diferenças de cultura entre Portugal, local onde o estudo foi realizado, e o Brasil. Pode-se inferir, que possivelmente, os dados caso o estudo fosse realizado aqui no país, seriam diferentes.
O estudo tem como objetivo geral, analisar a relação entre a percepção sobre a aparência física e as relações de amizade íntima na adolescência. Para tanto, antes que os dados fossem recolhidos, algumas hipóteses foram formuladas. A principal delas diz respeito á suposição de que a percepção que os adolescentes têm da sua aparência física, influencia a forma como estabelecem relações íntimas de amizade. Esta formulação se deve, segundo o autor, a estudos realizados anteriormente que relatam a percepção sobre a aparência física é de suma importância para a construção da identidade do indivíduo e por consequência, papel fundamental para o estabelecimento de relações amizade íntima.
O estudo foi realizado com 318 adolescentes que estudavam em duas escolas secundárias, sendo estes divididos entre o sexo feminino e masculino. Para tanto foram aplicadas três escalas, são elas: Escala de Amizade Íntima, Escala de Percepção de Auto-Conceito e Notação Social da família, entre outras variáveis que o autor não descreve.
Entre os principais resultados obtidos, pode-se destacar que os dados que referem-se á amizade íntima são mais altos no sexo feminino do que no sexo oposto. Uma hipótese colocada frente a esse dado, é o de que como as meninas tem uma definição mais precoce acerca do sua identidade, o que facilita o seu posicionamento e entendimento do seu papel nas relações sociais, especificamente de amizade.
Outro resultado interessante é o de que no sexo masculino as respostas que predominaram quanto á amizade íntima foi o de Actividades comuns, enquanto no sexo feminino, as meninas valorizam mais outras características da amizade íntima. Um dado que pode ser relacionado com este resultado, é o de que os meninos alcançam de forma tardia a maturidade exigida para a manutenção de amizade íntima, o que confere a este indivíduo, recorrentes aproximações a seus pares através de atividades e gostos em comum.

Resenha: Aparência física e amizade íntima na adolescência

Leandro Andrade Moreira

O artigo apresentado tem como tema as relações de amizade íntima entre adolescentes e sua relação com a percepção da aparência física Portanto, inicialmente, são apresentados os conceitos de intimidade e intimidade corporal, referente à aparência física. O autor entende como intimidade uma “relação emocional caracterizada pela concessão mútua de bem-estar, pelo consentimento implícito para revelação dos assuntos privados, podendo envolver a esfera dos sentidos e pela partilha de interesses e atividades comuns”. No artigo, em alguns estudos efetuados referidos pelo autor e para o melhor desenvolvimento da pesquisa, o conceito de intimidade/amizade íntima foi estruturado em oito dimensões: sinceridade e espontaneidade; sensibilidade e conhecimento; vinculação; exclusividade; dádiva e partilha; imposição; atividades comuns; confiança e lealdade.
Intimidade corporal pode ser entendida como a percepção que temos de nós próprios e do nosso corpo, ou seja, pelo nosso auto-conceito. Este, por sua vez, é determinante de uma satisfação global do adolescente que influencia em sua satisfação relacional e sua auto-estima, intimamente ligada à forma como se relaciona socialmente.
Segundo o autor é na adolescência que surgem as verdadeiras formas de relações de amizade com base na intimidade. Isto ocorre devido ser nesse período da vida que o individuo amadurece a ponto de expressar melhor valores como a honestidade, descoberta de si e dos outros e até a verdade e todas as suas conseqüências na procura do prazer relacional. Portanto, o estudo relatado opta por trabalhar com adolescentes no décimo segundo ano de escolaridade.
O objetivo geral do estudo foi analisar a relação entre a percepção sobre a aparência física e as relações de amizade na adolescência. Os objetivos específicos pretendiam avaliar a influencia e a diferença entre os sexos com relação a percepção sobre a aparência física, nível de desenvolvimento de relações de amizade íntima. A hipótese do estudo é de que há influencia da percepção que os adolescentes fazem de sua aparência física na forma como estabelecem relações de amizades íntimas.
O estudo foi realizado numa população de 318 adolescentes através da aplicação de três escalas: escala de amizade íntima; escala de percepção de auto-conceito; notação social da família. Além de considerar outras variáveis como escola, sexo, idade, concelho de residência, número de anos matriculado, repetições e anos repetidos antes do décimo segundo ano.
Os resultados do estudo confirmaram que as vivências de relações de amizade íntima são fortemente influenciadas pelo sexo. Foi observado que em ambos os sexos é dado um valor semelhante as relações com o sexo feminino, porém isso pode ocorrer por diferentes causas. Para o sexo feminino isto pode estar relacionado á alguns fenômenos de identificação inter-pares, valorização de idéias e sentimentos comuns ou até por processos de socialização semelhantes. Para o sexo masculino esse valor pode ter relação a afirmação perante o sexo oposto e de sua masculinidade. Percebeu-se que o sexo feminino possui um grau mais relevado de maturidade, porém um auto-conceito mais baixo. Através do estudo também pôde ser observado uma associação estatisticamente significativa na relação entre as principais variáveis de estudo: percepção sobre a aparência física e amizade íntima.

Referência: Cordeiro, R. Aparência física e amizade íntima na adolescência: Estudo num contexto pré-universitário. Análise Psicológica, 4, 509-517, 2007.

Melhore a sua aparência física

Contribuição: Carmen Barbosa

Me deparei um dia desses com o livro ‘MELHORE A SUA APARÊNCIA FÍSICA “, nele o autor propõe melhorar a aparência física das pessoas, baseado, creio eu, no estereótipo da aparência física ideal.Como ele poderá saber qual o melhor para cada um? Haveria universalmente um melhor…ou há um estereótipo do melhor tipo? No início  ele até propõe um teste para saber se você precisa ou não ler o livro. Não precisei…Ufa!!! Querendo conferir o site é: http://www.clube-positivo.com/biblioteca/pdf/aparencia.pdf

Estereótipos e aparência fisica: Susan Boyle

Contribuição: Aruanã Fontes


Este é um quadro típico de discriminação, um tanto quanto disfarçada, contra pessoas com má-aparência, acima do peso e sem postura elegante (feia, gorda e desajeitada).
A surpresa ao ouvir a voz de Susan, não estava relacionada apenas a sua belíssima voz, mas também a “contradição” entre sua voz e sua aparência física.

Seminários abertos sobre Estereótipos, Preconceitos e Exclusão Social – Professor Altair Paim

Artigo publicado: The Influence of Objective Physical Attractiveness on Mate Selection

Título: I’m Hot, So I’d Say You’re Not: The Influence of Objective Physical Attractiveness on Mate Selection

Autor: R. Matthew Montoya

Periódico: Personality and Social Psychology Bulletin 2008;34 1315-1331

Resumo: clique aqui para obter

Artigo publicado: You can degrade but you can’t hit

Título: You can degrade but you can’t hit: Differences in perceptions of psychological versus physical aggression

Autores: Nicole M. Capezza and Ximena B. Arriaga

Periódico: Journal of Social and Personal Relationships,25, 225-245, 2008

Resumo: clique aqui para obter

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