Os estereótipos e a expressão artística

Contribuição: Ivanilde S. Cerqueira

Onde fui amarrar minha égua?

Contribuição: Manuela Moura

Conceitos fundamentais: crenças sobre a natureza irracional das massas

Três crenças básicas, a suposição de que ações irracionais são derivadas da condição de anonimato, a admissão de que é imperativa a atuação de uma instância superior, capaz de impor uma certa ordem na desrazão e a admissão correlata de que residualmente sempre estão presentes elementos insanos e desequilibrados, capazes de despertar os instintos irracionais de uma massa sem capacidade crítica e facilmente manipulada, constituem o caldo de cultura que oferece a base intelectual que serve como substrato para muitas interpretações e explicações oferecidas para as ações e manifestações coletivas. Este esquema interpretativo é especialmente verdadeiro no âmbito dos meios de comunicação de massa, onde a pressão pela análise imediata do fenômeno é um imperativo inexorável, o que configura uma situação peculiar na qual se impede um distanciamento temporal capaz de proporcionar um julgamento mais isento e menos marcado pelas paixões e emoções do momento.

Notícia do dia: Vaticano divulga lista de novos pecados capitais

Os impactos da globalização se espalham em todos os domínios da nossa vida e, como não poderia deixar de ser, interferem até mesmo na nossa possibilidade de .. digamos .. salvação. Matéria da BBC Brasil, reproduzida pelo Estadão, relata os novos pecados desta nossa época globalizada. Clique aqui para ler a matéria.

Barrados no Baile

Contribuição: Flávia Mendonça

Estereótipos, anedotas e categorias sociais: o estagiário

Um estagiário estava saindo do escritório quando ele viu o presidente da empresa com um documento na mão em frente a máquina de “picotar” papeis.

– Por favor – diz o presidente – Isto é muito importante pra mim, e minha secretária já saiu. Você sabe como funciona esta máquina?”

– Sei, sim senhor! – responde o estagiário.

Imediatamente tira o papel das mãos do presidente, liga a máquina, enfia o documento e aperta um botão.

– Excelente meu rapaz! Muito obrigado… Eu preciso de duas cópias. Onde sai?

Estereótipos e gorjetas

Gorjeta, em português; tip, em inglês; propina, em espanhol. Independente da língua, o sentido é o mesmo. Os garçons freqüentemente desenvolvem esquemas sobre quais categorias sociais oferecem boas gorjetas e sobre aquelas que não são muito chegadas a abrir a mão. Um post publicado no website Epicurious. For people who love to eat discute alguns destes estereótipos com propriedade e bom humor. Clique aqui para acessar o site.

Cachorro velho

Uma velha senhora foi para um safári na África e levou seu velho vira-lata com ela. Um dia, caçando borboletas, o velho cão, de repente, deu-se conta de que estava perdido. Vagando a esmo, procurando o caminho de volta, o velho cão percebe que um jovem leopardo o viu e caminha em sua direção, com intenção de conseguir um bom almoço. O cachorro velho pensa:

-“Oh, oh! Estou mesmo enrascado !” Olhou à volta e viu ossos espalhados no chão por perto. Em vez de apavorar-se mais ainda, o velho cão ajeita-se junto ao osso mais próximo, e começa a roê-lo, dando as costas ao predador … Quando o leopardo estava a ponto de dar o bote, o velho cachorro exclama bem alto:

– Cara, este leopardo estava delicioso ! Será que há outros por aí?

Ouvindo isso, o jovem leopardo, com um arrepio de terror, suspende seu ataque, já quase começado, e se esgueira na direção das árvores.

– Caramba! pensa o leopardo, essa foi por pouco ! O velho vira-lata quase me pega!

Um macaco, numa árvore ali perto, viu toda a cena e logo imaginou como fazer bom uso do que vira: em troca de proteção para si, informaria ao predador que o vira-lata não havia
comido leopardo algum…
E assim foi, rápido, em direção ao leopardo. Entrementes, o velho cachorro o vê correndo na direção do predador em grande velocidade, e pensa:

-Aí tem coisa!

O macaco logo alcança o felino, cochicha-lhe o que interessa e faz um acordo com o leopardo. O jovem leopardo furioso por ter sido feito de bobo, e diz: -‘Aí, macaco! Suba nas minhas costas para você ver o que acontece com aquele cachorro abusado!’
Agora, o velho cachorro vê um leopardo furioso, vindo em sua direção, com um macaco nas costas, e pensa:

– E agora, o que é que eu posso fazer?

Em vez de correr ( sabe que suas pernas doídas não o levariam longe…) o cachorro senta, mais uma vez dando costas aos agressores, e fazendo de conta que ainda não os viu, e quando estavam perto o bastante para ouvi-lo, o velho cão diz:

– Cadê o filha da puta daquele macaco? Tô morrendo de fome! Ele disse que ia trazer outro leopardo para mim e não chega nunca!

Conceitos fundamentais: metacognição

Em que pese a natureza incerta do julgamento humano, o impacto das heurísticas e as inúmeros limites impostos pelo sistema cognitivo, um elemento essencial das pesquisas sobre a cognição é o conhecimento que a pessoa julga possuir a respeito de si mesmo e das outras pessoas. Esta questão encontra-se fortemente ligada ao problema da metacognição e, como tal, se refere a quão uma pessoa considera dotado de credibilidade o julgamento que ela mesma faz a respeito de seus pensamentos, crenças e sentimentos sobre elas mesmas e sobre as outras pessoas.
De forma compatível com outros domínios de investigação cognitiva, e apesar dos inúmeros estudos sobre o julgamento em condições de incerteza, os estudos sobre a metacognição encontram-se subordinados ao entendimento de que as pessoas possuem alguma clareza a respeito das avaliações de base metacognitiva que fazem, embora não tenham consciências de que estão julgando de acordo com estes princípios e, em alguns casos, nem mesmo sejam capazes de discernir que estão a realizar algum tipo de julgamento.

Fonte: Marcos E. Pereira. Introdução à Cognição Social. Manuscrito não publicado

Conceitos fundamentais: o ser humano taticamente motivado

Em contraposição à noção de que o ser humano é regido por mecanismos psicológicos preparados prioritariamente para tratar a informação com  menor dispêndio possível de recursos cognitivos, uma outra perspectiva, a do ser humano taticamente motivado enfatiza, em especial, as circunstâncias nas quais esta regra é quebrada e privilegia, como direção de análise, as situações nas quais as pessoas se dedicam a pensar de forma cuidadosa e aprofundada sobre cada uma das peças de informação disponíveis, procurando tratá-las de forma individualizada e não como membros de uma categoria mais geral. Isto não ocorre, evidentemente, em todas as circunstâncias, sendo característico das situações em que o agente cognitivo se encontra motivado ou envolvido afetivamente com alguma particularidade da situação.