Matéria do jornal Correio da Manhã, de Lisboa, relata o impasse que está ocorrendo em Santarém, onde um professor acusado de proferir uma frase racista se recusa a pedir desculpas. Clique aqui para ler a matéria e preste uma atenção especial ao comentários dos leitores
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Conceitos fundamentais: preconceitos e discriminação
A noção de preconceito se refere a uma atitude injusta e negativa em relação a um grupo ou a uma pessoa que se supõe ser membro do grupo. O conceito de discriminação, apesar de literalmente significar ‘tratar alguém de uma forma diferente’, pode ser definido como um comportamento manifesto, geralmente apresentado por uma pessoa preconceituosa, que se exprime através da adoção de padrões de preferência em relação aos membros do próprio grupo e/ou de rejeição em relação aos membros dos grupos externos.
Fonte: Marcos E. Pereira. Psicologia Social dos Estereótipos. São Paulo: EPU, 2002
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Biblioteca: inclusão de conteúdo
Acrescentado à biblioteca o artigo Normas Sociais e Preconceito: O Impacto da Igualdade e da Competição no Preconceito Automático Contra os Negros , de Lima, Machado, Ávila, Lima e Vala(2006).
Preconceito e discriminação
A noção de preconceito se refere a uma atitude injusta e negativa em relação a um grupo ou a uma pessoa que se supõe ser membro do grupo. Ainda que literalmente possa significar ‘tratar alguém de uma forma diferente’, o conceito de discriminação tem por referente um comportamento manifesto, geralmente apresentado por uma pessoa preconceituosa, que se exprime por uma atitude de favorecimento aos membros do próprio grupo e/ou pela adoção de um atitude explícita ou implícita de rejeição dos membros dos grupos externos.
Fonte: Marcos E. Pereira. Psicologia Social dos Estereótipos. São Paulo: EPU, 2002
Cartoons racistas
Durante muitos anos as minorias foram retratados de forma estereotipada no rádio, na televisão, no cinema e nas histórias em quadrinhos. Este filme é uma compilação de cenas nas quais os negros são retratados de forma estereotipada na cultura americana no primeira metade do século XX. Vale o exercício de identificar a expressão dos diversos estereótipos e avaliar em que medida eles ainda permanecem vivos.
Fonte: CineGraphic
Jô x Militantes: o polêmico vídeo
A entrevista é de muito mau gosto. E o entrevistador não está nada a vontade. Tirar água de pedra não é fácil. O entrevistador é um humorista; aliás, um excelente humorista. E como um bom humorista, não perde uma boa oportunidade de fazer piada. Quando as oportunidades se oferecem… o que não foi o caso! Penso que a reação de alguns movimentos sociais foi desproporcional ao fato. Em nenhum momento se observa comentários preconceituosos do entrevistador, embora a entrevista em si seja grotesca e perfeitamente dispensável. Penso que nesta história todos, exceto o entrevistado, cumpriram o seu papel. O entrevistador tentou dar alguma vida a uma entrevista que não funcionou; os movimentos sociais e embaixada de Angola acertadamente se obrigaram a não deixar passar em branco a reiterada expressão de concepções estereotipadas e preconceituosas em um importante programa de televisão. Polêmica à parte, creio que esta questão envolve uma discussão mais ampla: é possível fazer humor, sem ser politicamente incorreto?
O essencialismo e os estereótipos
Apesar do otimismo epistemológico inerente a boa parte dos estudos e intervenções psicossociais, as evidências empíricas encontradas na literatura acentuam a enorme dificuldade em suprimir, ou mesmo reduzir, o efeito dos estereótipos e, conseqüentemente, de combater o preconceito e a discriminação.
A influência exercida pela categorização social no processo de estereotipização é objeto de destaque na literatura psicossocial desde o trabalho germinal de Gordon Allport. Durante muito tempo as perspectivas dos protótipos e exemplares foram as principais alternativas teóricas para o estudo da categorização, situação que perdurou até meados dos anos 80, quando a introdução da teoria essencialista da categorização produziu mudanças significativas neste campo de estudos. O impacto da teoria essencialista tem sido reiteradamente identificado em estudos publicados nos últimos anos e os últimos desenvolvimentos teóricos sugerem que o essencialismo deve ser tratado como um conceito bidimensional. As crenças essencialistas podem ser agrupadas em duas categorias básicas, as naturalistas e as entitativas. Tanto na sua forma naturalista quanto na entitativa, o essencialismo se fundamenta na crença de que as pessoas são percebidas como dotadas de essências. E uma essência, ao contrário das aparências, é imutável. Esta crença na imutabilidade imposta pelo pensamento essencialista é a grande responsável pela enorme dificuldade encontrada para suprimir ou mesmo modificar os estereótipos.
