Grupos de ódio na internet: lugar de nordestino

Contribuição: Natália Canário e Yasmin Oliveira

As redes sociais que são formadas no mundo virtual, além de serem um espaço para conhecer pessoas e fazer amizades, também são usadas para disseminar o ódio. No orkut, que é um desses espaços de relacionamento, isto pode ser constatado pelo infindável número de comunidades cujos títulos começam com “Eu odeio…” e são dirigidas a determinados grupos ou indivíduos. Os nordestinos são comumente alvos desse tipo de preconceito.
Uma dessas comunidades, que apesar de não utilizar a palavra “ódio” na sua descrição, apresenta um perfil altamente preconceituoso:

“Nordestino tem o Nordeste, mas pra ele isso não lhe basta.
A sua ambição QUER todo o território nacional para impôr sua Cultura.
Assim, vão para outros lugares praticar genocídio de Culturas.

Nordestinos são RACISTAS e INTOLERANTES. Não admitem a existência de outros.
Se contrariados, berram se fazendo de coitadinhos e vítimas.

Pensam que são os reizinhos do mundo. Onde vão, se apoderam. Não pensam duas vezes pra fazer escândalo em hospital exigindo atendimento. Mas não fazem igual pra reivindicar direitos na terra deles.

As pessoas devem respeitar seu espaço vital e o alheio.
Nordestino não respeita o espaço alheio.

Invadem outros estados, tomam o que é dos outros que existiam antes. E não admitem não ser aceitos !!!

Como querem ser respeitados, se não respeitam ?
Intolerantes, se não gostam de alguma coisa, já querem reprimir e denunciar, apostando no governo a seu favor.

Lugar de NORDESTINO é no NORDESTE !”

É interessante notar que os donos da comunidade, bem como seus participantes, não só não se vêem como preconceituosos, como justificam seu repúdio pelos nordestinos atribuindo a eles adjetivos como “racistas e intolerantes”, que poderiam ser aplicados à propria descrição da comunidade.

* Aos que tiverem a curiosidade de olhar a comunidade, espiem também os fóruns: é lá que as expressões de ódio são ainda mais explícitas e os conflitos se dão em maior intensidade.

Estereótipos na música: dar picolé na merenda, viver bem civilizado.

Menina Jesus, canção de Tom Zé, lançada em 1978 pela gravadora Continental, reflete o estereótipo de quem vai tentar sobreviver no grande Eldorado.

Fonte: Tom Zé Correio da estação do Brás (1978) Discos Continental Gravações Elétricas Ltda.
Atualizado para a aula do dia 26/03/2009 (FCH391)

Noites do interior

Artigo publicado por Janio Ferreira Soares, no Terra Magazine, apresenta uma sensível reflexão sobre o início dos festejos em homenagem a Santo Antonio e a importância destas festas na atualização das lembranças e memórias, assim como na formação e preservação da identidade da gente do interior nordestino. Clique aqui para ler o artigo.

Estereótipos e música: dançando com Raimundo Soldado

Hoje é dia de malhar o Judas

Já escolheu o seu?

Artigo publicado: A collective ethnographer

Título: A collective ethnographer: fieldwork experience in the Brazilian Northeast

Autor: Lygia Sigaud

Periódico: Social Science Information, 47, 1, 71-97 (2008)

Resumo: Clique aqui para obter