Estereótipos, publicidade e branqueamento: Fair & Handsome (2)

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Autor: Marcos E. Pereira

Professor do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal da Bahia. O currículo Lattes pode ser acessado no site http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4799492A6

12 comentários em “Estereótipos, publicidade e branqueamento: Fair & Handsome (2)”

  1. Incrível. Será que os intocáveis também podem comprar? Enquanto por aqui se vende bronzeador, por lá estão vendendo branqueador. A cor da moda também depende do lugar.

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  2. Não sabia que existe um produto que clareia a pele, nem sei se é vendido aqui no Brasil. Acredito que não, mas não deve demorar pra chegar e chegando acredito que vai ser um sucesso do jeito que a maioria das pessoas valoriza o tom claro de pele. Comprando um ideal de beleza europeu .

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  3. Aqui no Brasil existe o produto inverso, ou seja, para “bronzear” a pele, atingindo assim um tom mais “sensual”, “caliente”, “cor do verão”. Tom considerado lindo por brasileiros, brasileiras e estrangeiros que vêm aqui a fim do turismo sexual.

    Vejo no Brasil as mulheres querendo ser brancas nos cabelos lisos (como disse uma colega minha “todas iguais”) e mulatas na pele. Mulatas, não negras! Tudo pela beleza, e dá-lhe bronzeamento artificial, bronzeadores e solzinho, uma chapinha de leve e um toque de hipocrisia. (OBS: Homens também não escapam de tudo isso, vale frisar! Mulheres e homens têm agido assim)

    Eu hein.

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  4. Esses produtos estão fazendo um sucesso incrível em países como Nigéria e Senegal. Claro que na esteira deles já existem os genéricos que estão provocando o surgimento de muitas manchas e também queimaduras na pele das nigerianas e senegalesas.
    Agora tenho minhas dúvidas se as pessoas associam o bronzeamento a enegrecer, a tornar-se mulato. Não creio que seja tão linear assim. Existe a cultura do verão, da sensualiade, da marquinha d ebiquini, ao mesmo tempo que é preciso alourar os pelos com os descolorantes da vida, alisamentos progressivos e outros artifícios mais.
    Em terra brasilis tudo é muito mais complexo do que em qualquer lugar do mundo. aqui prostituta se apaixona, traficante se vicia, ladrão liga pra polícia avisando onde está o carro roubado e por aí vai…

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  5. Pois é, é mais complexo do que parece… Queremos nos bronzear, mas com o cabelo alisado de formol, e cheias de óleo-de-não-sei-o-que, descolorante, água oxigenada na pele.
    A maioria valoriza não a brancura européia, e sim um conjunto de características que unidas são bem improváveis do ponto de vista da genética (cabelo liso, olho claro, feições delicadas, e ao mesmo tempo pele bronzeada/amorenada, seios e bumbum fartos etc.).
    Acho que esses produtos não teriam lá tanto sucesso por aqui, não.

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  6. O brozeamento é valorizado quando é a “branquinha” que se bronzea e não a negra. Já ouvi muitos comentário como: – Oxi nega! vc vai na praia fazer o que se já é preta?
    Acredito que se esse produto chegasse aqui haveria boa aceitação, pois seria a oportunidade do negro ficar igual ao branco. Por exemplo: em uma entrevista para ser vendedora de uma grife muito famosa, além de escovar os cabelos, poderíamos passa o creme clareador!!! é muito triste, mas é verdade. Infelizmente vivemos em uma sociedade racista. Nunca irei me esquecer do dia em estava no cabeleleiro e uma criança negra que estava cortando o cabelo falou: -Queria ser branca!!! e o pai (imbecil) da menina respondeu: – Quando vc chegar em casa tome Qboa!!!
    Temos que combater o racismo !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  7. Bom, tenho a pele clara, não tomo muito sol porque na maioria das vezes tenho queimaduras e até insolação; e canso de ouvir comentários como “poxa! porque você não vai tomar um solzinho?”, “parece um verme”, “toco de vela”, “sabonete alma de flores”, “fantasminha camarada” etc.
    Eu não posso simplesmente ser branca porque além de ser considerada feiosa, sou automaticamente racista pra maioria. Semanas atrás, uma moça conhecida da minha mãe, negra, disse à mesma que tinha nojo de gente branca, eram feios e não valiam nada, e que não acreditava que minha mãe tinha parido um pedaço de barbante feito eu (minha mãe tem a pele morena). Sendo que nunca sequer dirigiu a palavra a mim, não sabia nem quem eu era, mas o fato de ser branca já a permitia a soltar um comentário “pré-reacionista” ao meu suposto racismo.

    Enfim, continuo achando que é mais complexo em terra brasilis, como ali foi dito; e que os autobronzeadores e óleos para bronzear ainda fazem mais sucesso.

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  8. aline, claro que o racismo vem e vai.
    eu sou “morena” (dependendo do lugar-SÉRIO- as pessoas me consideram encaixada em um padrão “racial”)e já sofri tanto preconceito por não ser branca, como preconceito por ser considera branca. ai ai
    andreia, “Queria ser branca!!! e o pai (imbecil) da menina respondeu: – Quando vc chegar em casa tome Qboa!!!”. meu deus, que porra de país é esse? confirmando mais uma vez que as crianças aprendem que são feias e o que está no outdoor, na revista de moda é bonito dentro de casa.
    não acho que a história do bronzeamento é tão parecida com a do produto pra enbranquecer. Nesses anúncios, ser branco não é só ser mais bonito, mas ser mais legal, ter mai status. Já o bronzeamento é vendido como algo da sensualidade, associando, mais uma vez, na minha opinião, a mulata/mulher negra a objeto sexual.

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  9. errata: *Nesses anúncios, ser branco não é só ser mais bonito, mas ser mais legal, ter mai status.

    Eu fico impressionada quando olho as capas de revistas nas bancas. Parece que são revista da Dinamarca, Noruega e não Brasil. É só olhar nos outdoors, nos anúncios publicitários de artigos de beleza, moda que é raro ver algo fora do padrao: brancura, cabelo liso, corpo magérrimo, alta estatura, aparência juvenil.
    e se você andar na rua, isso é o que menos você vê. então nós vendemos um padrão de beleza que não representa a maioria.
    é fácil, dessa forma ,vender muito produto: não só de branqueamento, mas de alisamento, emagrecimento, rejuvelescimento…

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  10. eita!!

    errata da errata: *Nesses anúncios, ser branco não é só ser mais bonito, mas ser mais legal, ter maiS status.

    ps: não tem nenhum organismo internacional, movimento social se manifestando contra propaganda tão racista?

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  11. cada um tem o direito de se iludir com o que quiser, tem cara que tem (tinha) penis, agora tem vagina, negro que era preto agora ta branco, eu queria a paz agora quero o caos, levante sua bandeira, fodam se os padroes viva suas ilusoes pq nem isso e seu realmente be happy burn the city!

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