Título: Intergroup Attributions and Ethnocentrism in the Indian Subcontinent: The Ultimate Attribution Error Revisited
Autores: Sammyh S. Khan and James H. Liu
Periódico: Journal of Cross-Cultural Psychology 2008;39 16-36
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Título: Intergroup Attributions and Ethnocentrism in the Indian Subcontinent: The Ultimate Attribution Error Revisited
Autores: Sammyh S. Khan and James H. Liu
Periódico: Journal of Cross-Cultural Psychology 2008;39 16-36
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Versão preliminar do modelo teórico elaborado com base nos dados obtidos na pesquisa O essencialismo e a expressão dos estereótipos, desenvolvido durante estágio pós-doutoral na Universidade Complutense de Madrid, Espanha e Universidade de Cambridge, Reino Unido. A pesquisa foi realizada em 2006 e 2007 e o autor durante o estágio pós-doutoral foi bolsista da CAPES, Comissão de Aperfeicoamento de Pessoal do Ensino Superior.
O essencialismo psicológico, definido por Medin (1989) como a tendência das pessoas a atuarem como se houvesse essências nas coisas, ou seja, como se existissem estruturas subjacentes que tornam as coisas o que elas em definitivo são, impõe uma diferença fundamental em relação às teorias clássicas da categorização, pois enquanto o essencialismo postula que a semelhança entre os objetos é uma conseqüência da categorização, as teorias clássicas sinalizam que a semelhança é a causa da categorização. Para os essencialistas, tanto as teorias implícitas quanto as semelhanças podem ser considerados guias para a categorização, sendo absolutamente necessário postular o impacto conjunto dos fatores superficiais e profundos durante o processo de categorização, justificando assim tese de que a inclusão de uma pessoa em uma categoria social depende tanto das semelhanças na aparência quanto das conjecturas disponíveis sobre a propriedade profunda das coisas percebidas. Em geral, são as coisas e não os humanos que são essencializados. O que faz, então, com que as pessoas e os grupos humanos também sejam essencializadas?
O tópico da categorização tem sido objeto de interesse por parte dos psicólogos sociais há algum tempo, especialmente após Gordon Allport ter apontado o enorme impacto deste processo na expressão dos estereótipos e dos preconceitos. Um conjunto de teorias clássicas e contemporâneas tem acentuado algumas dimensões do fenômeno, embora nos últimos anos o papel das teorias implícitas disponíveis pelo agente cognitivo tenha passado a desempenhar um papel decisivo no estudo da categorização social.
A concepção essencialista da categorização tem se firmado, nos últimos anos, como uma das vertentes teóricas heuristicamente mais ricas neste campo de estudo e o interesse pelo estudo das diferentes formas de essencialismo no processo de ativação e aplicação dos rótulos verbais aos membros dos vários grupos sociais tem sido um objetivo constante de investigação entre muitos psicólogos sociais. Em suas linhas gerais, o essencialismo procura compreender como as pessoas habitualmente elaboram as suas percepções sobre os membros dos diversos grupos sociais, incluindo a si mesmo, aos membros do seu grupo e a dos outros grupos. O foco central de análise das teorias essencialistas da categorização reside no entendimento de que a categorização social depende tanto das similaridades que se manifestam no plano das aparências, quanto na crença, expressa por quem categoriza, de que os membros de um mesmo grupo compartilham uma estrutura profunda que permite que sejam diferenciados dos membros dos outros grupos.
Apesar do otimismo epistemológico inerente a boa parte dos estudos e intervenções psicossociais, as evidências empíricas encontradas na literatura acentuam a enorme dificuldade em suprimir, ou mesmo reduzir, o efeito dos estereótipos e, conseqüentemente, de combater o preconceito e a discriminação.
A influência exercida pela categorização social no processo de estereotipização é objeto de destaque na literatura psicossocial desde o trabalho germinal de Gordon Allport. Durante muito tempo as perspectivas dos protótipos e exemplares foram as principais alternativas teóricas para o estudo da categorização, situação que perdurou até meados dos anos 80, quando a introdução da teoria essencialista da categorização produziu mudanças significativas neste campo de estudos. O impacto da teoria essencialista tem sido reiteradamente identificado em estudos publicados nos últimos anos e os últimos desenvolvimentos teóricos sugerem que o essencialismo deve ser tratado como um conceito bidimensional. As crenças essencialistas podem ser agrupadas em duas categorias básicas, as naturalistas e as entitativas. Tanto na sua forma naturalista quanto na entitativa, o essencialismo se fundamenta na crença de que as pessoas são percebidas como dotadas de essências. E uma essência, ao contrário das aparências, é imutável. Esta crença na imutabilidade imposta pelo pensamento essencialista é a grande responsável pela enorme dificuldade encontrada para suprimir ou mesmo modificar os estereótipos.
Fazer julgamentos estereotipados não é prerrogativa de nenhum tipo de pessoa. Não é necessário ser insano, reacionário ou um hipócrita empedernido para categorizar as pessoas. Como diria um velho filósofo, julgar os outros mediante o uso de categorias é uma coisa humana, demasiadamente humana.