Estereótipos e anedotas: dois baianos e uma nota de cem

Contribuição: Laís Marques

Três da tarde. Dois baianos estão encostados numa árvore na beira da estrada.
De repente passa um carro a toda velocidade e deixa cair uma nota de cem reais que sai voando e cai do outro lado da estrada.
Depois de cinco minutos, um baiano fala para o outro:
— Ô, meu rei… Se o vento mudá a gente ganha o dia, oxente!

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Autor: Marcos E. Pereira

Professor do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal da Bahia. O currículo Lattes pode ser acessado no site http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4799492A6

22 comentários em “Estereótipos e anedotas: dois baianos e uma nota de cem”

  1. Parece que o velho estereótipo de baiano preguiçoso persiste. Isso está bastante aliado à imagem do baiano numa rede tomando água de coco. Acredito que os próprios ícones baianos contribuam para esse perpetuação. A exemplo de Caetano Veloso, com seu falar bastante arrastado, sempre citando o quanto ‘A Bahia ééé liiinda”.

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  2. Essa imagem do baiano é péssima. Trabalhei numa empresa com muitos paulistas, e essa ideia de preguiçoso se desdobra para o baiano “ruim de trampo”, por aqui só se faz festa e ninguem gosta de trabalhar, trabalhador mesmo é paulista. Parece que isso ocorre tmabém em congressos cientificos. O que é uma grande injustiça pois o povo aqui pega no pesado, e historicamente, foram os baianos e nordestinos que ergueram a cidade de São Paulo pegando no batente da construção cívil.

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  3. Infelizmente, este estereótipo ainda persiste apesar de sabermos que o baiano trabalha muito e ganha pouco. A mitológica “preguiça baiana” é uma forma de racismo, segundo a tese da antropóloga Elisete Zanlorenzi, da PUC-Campinas. Segundo a antropóloga, o trabalhador baiano é mais eficiente que o trabalhador de outras regiões do país e que a imagem que existe da Bahia, como um estado em que as pessoas só vivem em clima de festas, não corresponde à realidade, pois é justamente no período de festas que os baianos mais trabalham e quem se diverte é o turista, de outros estados brasileiros. Segundo a antropóloga, 51% da mão-de-obra da população baiana atua no mercado informal, por isso as festas são uma oportunidade de trabalho. Coincidentemente a Bahia é o estado em que à porcentagem de negros e mestiços é muito elevada, mas uma evidência de que esta “teoria” tem um alto teor racista…

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  4. Não sei se chega ser tão injusto assim. Em visita à Bahia, uma sergipana conclui que os baianos são preguiçosos porque se acostumam com qualquer tipo de trabalho. “Se conseguem ganhar dinheiro vendendo uma coisa aqui outra ali, eles se acomodam, mesmo que esse dinheiro não seja suficiente”, disse ela. Acredito que quem vê de fora corre sérios riscos de estereotipar o que vê, mas também pode ver por outro ângulo e ter outro ponto de vista. Depois da conversa com essa sergipana, passei a ver que o estereótipo de preguiçoso destinado aos baianos não é tão infundado como apregoam.

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  5. Eu concordo plenamente com este comentário, nós os Paulistas somos trabalhadores e esses vagabundos da Bahia vem aqui no meus estado nos defamar e falar q somos enrolados com as coisas ..

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  6. Em verdade a imagem da Bahia festeira e de que o povo daqui é simpático favorece e muito o mercado informal, logo das mais baixas às mais altas instâncias acabam por se aproveitar disso. A maior fonte de renda de muitos baianos é vinda do turismo, restaurantes, hotéis, vendedores de coco, donos de bloco e mesmo a prefeitura não querem se dissociar dessa imagem. Isso é fato.

    Não é a acomodação, mas sim a falta de oportunidade que leva algumas pessoas a não conseguirem mais do que alguns bicos para se sustentar.

    Infelizmente essa mesma imagem se torna facilmente pejorativa quando observados os resultados da crença nela em grandes empresas, congressos e afins, como Rafael observou.
    Mas é só uma idéia preconceituosa que pode pelo menos ser aliviada em tais empresas com muito – muito mesmo – trabalho. Vão falar “ele é baiano, mas é trabalhador” ou “é nordestino, mas é competente”. Infelizmente é uma imagem difícil de ser tirada. E prejudica muito os que não vivem diretamente do turismo.

    Agora, quanto a realidade, obviamente nós baianos não somos preguiçosos. O povo baiano não é preguiçoso. Ponto final.
    Generalizar dessa forma é deixar de enxergar a singularidade de cada pessoa. Existem preguiçosos e existem os trabalhadores (grande maioria) em todo lugar. Como assim? Milhões de pessoas são iguais? O baiano é preguiçoso, o gaúcho gay e todo paulista babaca? Esses argumentos são sim muito infundados.
    Baianos/paulistas/sergipanos/mineiros acordam às 5h da manhã, pegam ônibus lotado, trabalham sem descanso, vão pra casa às 19h, cuidam de casa, ficam com os filhos um pouco e dormem pra no outro dia fazerem a mesma coisa e no fim do mês passarem sufoco. Preguiçosos??? Nem a pau.

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  7. Só pra ilustrar, um miniconto de um baiano chamado Ismar.

    “Na terra de ia iá

    Na velha Bahia, de Caetano e Jorge Amado, o atendimento de muitos bares e restaurantes em nada lembra a alegria das solícitas baianas de acarajé que ilustram os comerciais veiculados em outros estados. Em Salvador, o largo sorriso branco estampado em uma face nagô provavelmente foi embora, junto com a paciência de ia-iá e iô-iô, em algum ponto de ônibus, após longos minutos de espera. ”

    http://www.miconto.blogspot.com/

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  8. “…é justamente no período de festas que os baianos mais trabalham e quem se diverte é o turista, de outros estados brasileiros…”

    verdade, nunca tinha pensado nisso.

    Bom, todo estereótipo tem seu pano de fundo verdadeiro. Que baiano gosta de uma prainha, rede, água de coco etc. não deixa de ser verdade. Óbvio, com suas exceções, como esta que vos fala (disso tudo só salvo a água de coco).
    O sotaque cantado e arrastado contribui pra essa imagem, aquela fala leeeeenta, macia, que remete à preguiça.
    Mas óbvio que o estereótipo prevalece justamente quando as maiorias podem aplicá-lo em cima de uma minoria que está ali, em situação desfavorecedora, como no velho embate paulistas X nordestinos (os primeiros, patrões; os segundos, migrantes). Então, é claramente uma forma de discriminação, com um forte componente racista.

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  9. Desta vez naõ tive preguiça de comentar:
    O que motiva todo mundo dizer que baiano é preguiçoso é a vingança, experimentem acabar com o odioso trio elétrico e a malvada emigração para o sul e vejam se o estereótipo não desaparece.

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  10. é justamente no período de festas que os baianos mais trabalham e quem se diverte é o turista, de outros estados brasileiros…”

    verdade, nunca tinha pensado nisso.

    Bom, todo estereótipo tem seu pano de fundo verdadeiro. Que baiano gosta de uma prainha, rede, água de coco etc. não deixa de ser verdade. Óbvio, com suas exceções, como esta que vos fala (disso tudo só salvo a água de coco).
    O sotaque cantado e arrastado contribui pra essa imagem, aquela fala leeeeenta, macia, que remete à preguiça.
    Mas óbvio que o estereótipo prevalece justamente quando as maiorias podem aplicá-lo em cima de uma minoria que está ali, em situação desfavorecedora, como no velho embate paulistas X nordestinos (os primeiros, patrões; os segundos, migrantes). Então, é claramente uma forma de discriminação, com um forte componente racista

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  11. gente eu axo td isso uma falta de respeito….
    concordo a pessoa q postou

    “é justamente no período de festas que os baianos mais trabalham e quem se diverte é o turista, de outros estados brasileiros…”
    ela tem toda razão

    agora gente para com isso q baiano é preguiçoso, conheço baiano q trabalha mto mais q paulista , e alem de trabalhar mto mais, ganha seu dinheiro honestamente ….
    uma prova de que baiano ñ é preguiçoso tenho em ksa minha mãe é baiana e trabalha mto, ela é mto esforçada no q empenha fazer ….
    conheço uns paulistas q alem de ñ trabalhar so sabe enxer a cara de cachaça…. e pior manda as filhas de 7 a 11 anos ir buscar a pinga no bar !!!
    ah gente ele é PAULISTA!!!
    bjs
    ASS: kellymarya aBAIANA (com orgulho)

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  12. Sempre foi um exagero simplificar o baiano como um ninguem,falo isso porque nao
    e so a questao da preguiça.Para muitos o baiano nao honrra a masculinidade,e margi-
    nal,nao tem resonssabilidade com nada,so come acaraje,para muitos principalmente
    aqui no centro sul do pais o baiano nao presta.Eu fico enloquecido de raiva quando
    alguem que nem sabe onde nasceu direito,fala mal da bahia,nao conhece e critica por-
    que ouvil de um grande invejoso que a bahia nao tem futuro.Tudo isso e dor de cutu-
    velo,falta de carisma,esimpatia que so tem na bahia.O que falta no baiano e estrategia
    e ambiçao de superar estes micos invejosos que se ouve por ai,a bahia teve,tem,e sempre tera peito e raça para se tornar um estado de grandes negoçios,basta o gover
    no se prontificar,e os ambiciosos de grandes negoçios nao intervir no crecimento da
    bahia que daria um banho de desenvolvimento e progresso.

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  13. aos racistas,invejosos e aos infelizes de nascer aonde nasceram:
    racismo é burrice(gabriel, o pensador)

    Racismo, preconceito e discriminação em geral;
    É uma burrice coletiva sem explicação
    Afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
    Mas demonstra claramente
    Infelizmente
    Preconceitos mil
    De naturezas diferentes
    Mostrando que essa gente
    Essa gente do Brasil é muito burra
    E não enxerga um palmo à sua frente
    Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
    Eliminando da mente todo o preconceito
    E não agindo com a burrice estampada no peito
    A “elite” que devia dar um bom exemplo
    É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
    Num complexo de superioridade infantil
    Ou justificando um sistema de relação servil
    E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
    Não tem a união e não vê a solução da questão
    Que por incrível que pareça está em nossas mãos
    Só precisamos de uma reformulação geral
    Uma espécie de lavagem cerebral

    Racismo é burrice

    Não seja um imbecil
    Não seja um ignorante
    Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
    O quê que importa se ele é nordestino e você não?
    O quê que importa se ele é preto e você é branco
    Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços
    Se você discorda, então olhe para trás
    Olhe a nossa história
    Os nossos ancestrais
    O Brasil colonial não era igual a Portugal
    A raiz do meu país era multirracial
    Tinha índio, branco, amarelo, preto
    Nascemos da mistura, então por que o preconceito?
    Barrigas cresceram
    O tempo passou
    Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor
    Uns com a pele clara, outros mais escura
    Mas todos viemos da mesma mistura
    Então presta atenção nessa sua babaquice
    Pois como eu já disse racismo é burrice
    Dê a ignorância um ponto final:
    Faça uma lavagem cerebral

    Racismo é burrice

    Negro e nordestino constróem seu chão
    Trabalhador da construção civil conhecido como peão
    No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou o que lava o chão de uma delegacia
    É revistado e humilhado por um guarda nojento
    Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro, ao nordestino e a todos nós
    Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
    O preconceito é uma coisa sem sentido
    Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
    Me responda se você discriminaria
    O Juiz Lalau ou o PC Farias
    Não, você não faria isso não
    Você aprendeu que preto é ladrão
    Muitos negros roubam, mas muitos são roubados
    E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
    Porque se ele passa fome
    Sabe como é:
    Ele rouba e mata um homem
    Seja você ou seja o Pelé
    Você e o Pelé morreriam igual
    Então que morra o preconceito e viva a união racial
    Quero ver essa música você aprender e fazer
    A lavagem cerebral

    Racismo é burrice

    O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista
    É o que pensa que o racismo não existe
    O pior cego é o que não quer ver
    E o racismo está dentro de você
    Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
    Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
    E desde sempre não pára pra pensar
    Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
    E de pai pra filho o racismo passa
    Em forma de piadas que teriam bem mais graça
    Se não fossem o retrato da nossa ignorância
    Transmitindo a discriminação desde a infância
    E o que as crianças aprendem brincando
    É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
    Nenhum tipo de racismo – eu digo nenhum tipo de racismo – se justifica
    Ninguém explica
    Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
    Todo mundo que é racista não sabe a razão
    Então eu digo meu irmão
    Seja do povão ou da “elite”
    Não participe
    Pois como eu já disse racismo é burrice
    Como eu já disse racismo é burrice

    Racismo é burrice

    E se você é mais um burro, não me leve a mal
    É hora de fazer uma lavagem cerebral
    Mas isso é compromisso seu
    Eu nem vou me meter
    Quem vai lavar a sua mente não sou eu
    É você.

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  14. A piada preconceituosa do inicio da página me chamou atenção, li todos os comentário e gostaria de deixar a minha aprovação com relação à maioria deles. Sou baiana e tenho um orgulho muito grande disso. Estou a alguns meses em São Paulo e sou vítima de preconceitos sem fundamentos. Falar que o baiano é um povo preguiçoso demonstra que os mesmos têm preguiça até de estudar um pouco mais sobre a história, não diria nem do Brasil, por que seria pedir de mais, mas que pelo menos que estudasse a história de São Paulo, aí sim eles teriam uma grande surpresa. Só se fala daquilo que se tem conhecimento, então conversar com muitos paulistanos sobre o povo baiano seria perca de tempo, seria como jogar perolas aos porcos.

    “Paulistas sábios falam sobre idéias;
    Paulistas comuns falam sobre coisas;
    Paulistas medíocres falam mal de Baiano.”

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  15. PRA TODOS OS BAHIANOS E PAULISTAS DO MUNDO SE QUEM ESCREVEU ISSO FOR INTELIGENTE APOSTO Q CONSIGA RESOLVER ESSA CONTA.
    23+9B+3BF=
    95BN+B (AO QUADRADO)%POR 345MB=

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  16. Esses estereótipos surgiram apenas como meio de provocação mesmo, só bobagem. É lógico que todos têm defeitos, mas também qualidades, e eu vou citar uma do povo baiano: da vez que estive por lá, fui muito bem recebido, são um povo que realmente sabem tratar bem as pessoas, juntamente com os mineiros. Não são como o pessoal do DF, que não faz o mínimo de esforço para agradar as pessoas e ser gentil.
    OBS: Sou do DF.

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  17. Dois estereótipos que relacionam ao baiano é como preguiçoso e gostar de muita festa, acredito que essas duas idéias nem tenham fundamento, os turistas esquecem de que mesmo na festa de carnaval, aqui na Bahia, por exemplo, quem está fazendo o papel de “festivo” são eles, sendo que muitos dos baianos (que são vistos como preguiçosos) estão trabalhando. =)

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  18. Não é preconceito meu…Pensei que fosse mito essa ideia de que baiano é preguiçoso…Mas até hj não conseguiram me provar o contrario…Trabalho numa empresa de LEM – BAhia e td que pede pra ser feito, eles falam que nao censeguem ou senão dps fazem…Por favor BAianos mandam outros para trabalhar na Galvani, pq os que estao aqui nao gostam de trabalhar…

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  19. Nas férias eu fiquei um tempo na casa da amiga da minha mãe, que é paulista. É claro que nem todos são preconceituosos, mas há muitas exceções. As amigas da filha dela quase nunca falavam comigo e sempre que eu puxava assunto elas me cortavam. Não sei se é verdade, mas a filha dela me contou que na balada para jovens eles sempre falam que a pista é o lugar da baianada.

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