Notícia do dia: miscigenação diminui o QI dos brasileiros

A revista semanal Isto É publica uma controversa entrevista com Charles Murray, co-autor do célebre A curva do sino, no qual o famoso cientista político expressa seus pontos de vista sobre temas como as cotas, a ação afirmativa, o QI, as inteligências múltiplas e temas correlatos. Clique aqui para ler a entrevista.

Autor: Marcos E. Pereira

Professor do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal da Bahia. O currículo Lattes pode ser acessado no site http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4799492A6

11 comentários em “Notícia do dia: miscigenação diminui o QI dos brasileiros”

  1. Pontos de vista com certeza conservadores e que dão margem a interpretações racistas, mas que nem por isso devem deixar de ser avaliados. Pelo jeito, há muitos erros nos estudos, e coisas que deixam a desejar apenas pela entrevista. Qual o tipo de teste de QI que ele aplica? Por que a representatividade da amostra é tão importante na predição? Será que o teste de QI em crianças denota realmente algo sobre o futuro, já que se sabe que apenas na infância ele tem maior significatividade?
    E mais importante: a influência ambiental no QI é grande demais e parece ser relegada ao segundo plano nas pesquisas dele. Se os brancos e negros em sociedades como EUA e Brasil estão divididas em classes que tem uma qualidade de vida extremamente diferente (moradia, alimentação, educação), não é de impressionar que tenham taxa de QI diferente, mas ele se limita a jogar os dados, isentando-se totalmente da interpretação e análise de fatores como esses.
    E arremata dizendo que o QI de Barack Obama deve ser maior do que o de John McCain. (?!?) Mil incongruências.

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  2. Se estiver realmente comprovado, logo precisará que as principais autoridades gastem mais dinheiro com escolas rurais e periféricas, pois creio que para resolver esse problema generalizado só mesmo com aulas.
    Temos vários exemplos, que nos apresentam miscigenados em 1º instância é nos Vestibulares, minha convicção é de que, pretensões bastardas como a apresentação da possibilidade racista (falo sobre as cotas) , pois, concretamente, estas calcadas no racismo intolerante somente tentam agregar à nossa sociedade a pura falta de valores.
    O Brasil é miscigenado, a cada dia, reafirma, mais e mais, esta concreta realidade, onde não existe espaço para tamanho cinismo.

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  3. Depois de ler essa entrevista, creio que só me resta procurar me aprofundar nos estudos deste autor para realmente entender o que ele quer dizer, pois confeso desconhecer a sua obra. Mas me arvoro em dar uns pitacos em relação apenas a entrevista:

    1º) Ele argumenta que a média do QI dos negros é inferior a dos brancos. Mas a causa desse QI menor é genética ou por falta de estímulo? Creio que para ele chegar a conclusão de que a diferença de QI entre as etnias ser genética, ele teria que estudar não os grupos, mas estudar particularmente o desenvolvimento de vários individuos com estimulação ambiental semelhante para fazer uma devida comparação.

    2º) Eu estou cada vez mais convencido de que boa parte do comportamento das pessoas se dão por serem membros de grupos do que outra coisa. Pertencer a um grupo é constitutivo do que é o individuo. Separar as coisas é abstração pura.

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  4. Se me perguntarem se Charles Murray é racista, preferirei dizer que o mesmo é seguidor de uma doutrina racista do que simplesmente responder diretamente que este o é. Tal como Raimundo Nina Rodrigues o fez no final do século XIX, Charles Murray repete atualmente idéias baseadas em resultados científicos aparentemente etnocêntricos; é válido lembrar que a própria comunidade científica definiu que é impossível anular da axiologia pessoal do cientista o objeto por ele analisado, sendo, por tanto, complicado estabelecer se o (os) cientista (as) que desenvolveu (eram) as pesquisas nas quais Charles Murray se baseia são (ou eram) racistas. O mais sensato é analisar as palavras do entrevistado e verificar que, psicologicamente percebe-se que o mesmo não teve, (aparentemente), uma atitude racista, ou seja, não desenvolveu sentimentalmente uma opinião de cunho racial preconceituosa, e também não deixa características de fomento de ações discriminatórias contra pessoas da raça negra do tipo que separa socialmente as etinias, tal como observado em tempos negativos na África do Sul. A opinião apresentada pelo entrevistado sobre as políticas de cotas no Brasil é válida na medida que estas são ações que também discriminam, mesmo com o desiderato de reconstruir o paradigma social brasileiro deixando este mais equânime entre os cidadãos e suas diversas etinias, e os programas públicos, que visam combater as diferenças sociais de cunho racista deveriam ser construídos de uma forma que unissem todos os desfavorecidos de forma equitativa e única, visando a verdadeira reparação social. Mais uma vez a ciência fala da negatividade da miscigenação, mas a construção da cognição humana, tal como diz Murray, é mais atributo do ambiente do que da própria genética; É válido o pensamento de Nina Rodrigues (o Charles Murray brasileiro) em melhorarmos o nosso ambiente e o adaptá-lo à nossa realidade, na construção de uma país melhor, pois somos seres políticos, ( tal como dizia o filósofo Aristóteles), ao invés de simplesmente considerarmos opiniões e pesquisas científicas que nos desagregam como seres da raça humana.

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  5. Como sabemos o Dr Charles Murray é e sempre será controverso em seus estudos, e dessa controvérsia resta-nos pegar os principais pontos e comparar com outros estudos e tirar nossas conclusões. Estudos como esse só vem reforçar algumas teorias sobre a influencia do ambiente no desenvolvimento humano.
    Nas próprias palavras do Dr Murry, ele reconhece que entre 40% e 60% do QI vem de estímulos ambientais, o restante da carga genética. Pergunto, se o esses fatores ambientais também não influenciariam na carga genética direta ou indiretamente? O que é necessário para os nossos genes se desenvolverem normalmente? É preciso levar em consideração os dois fatores, um não está separado do outro.
    Deixo aqui dois pontos que me chamaram a atenção:

    ISTOÉ -O Brasil é um país onde a miscigenação é a regra. Isso significa que o QI médio do brasileiro é inferior ao dos nórdicos, por exemplo?
    Murray – É uma questão de aritmética. Se em testes o QI é sempre maior com amostras de nórdicos do que com amostras de negros, então um país com uma significativa proporção de negros terá um QI médio inferior ao de um país que consiste exclusivamente de nórdicos. Isso é verdade, por exemplo, quando comparamos os Estados Unidos com a Suécia, da mesma forma que é verdade quando comparamos o Brasil e a Suécia. A única questão é empírica: as médias são sempre diferentes? Se são, a questão está respondida por si mesma.

    Qual será o IDH (Índice de Desenvolvimento Humanos) dos americanos, brasileiros e suecos? Isso não conta?
    ISTOÉ – A habilidade intelectual tem a ver com a geografia: um negro americano é diferente de um negro brasileiro que é diferente de um africano?
    Murray – Há muita verdade nisso. Por exemplo, nós sabemos que o QI dos negros americanos é muito maior do que o dos negros africanos e uma grande parte desta diferença têm de ser atribuída às diferenças de ambiente onde eles cresceram.
    ISTOÉ – Sem levar em conta sua opção política, quem é mais inteligente, Barack Obama ou John McCain?
    Murray – Quem tem o QI mais alto certamente é Barack Obama.

    Isso é o suficiente

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  6. O Dr Charles Murray em diversos momentos da entrevista entra contradição. Se entre 40% a 60% dos genes da “inteligência” são de origem ambiental, logo, não existe uma “etinia” superior ou inferior a outra, pois se os “brancos” fossem então submetidos a condições iguais as do “negros” na africa, praticamente seus niveis de inteligencias cairiam consideravelmente.
    Pesquisas como está, só evidenciam que somos todos iguais, o que diferencia um individuo do outro é apenas as “possibilidades e condições” (estimulos) que são apresentadas para seu desenvolvimento intelectual. Apesar de não concordar com o Dr Charles Murray quando ele diz que o negro tem um aparato biologico inferior ao do branco, mas uma justificativa obvia para isso pode ser considerada: o negro em historia de vida sempre foi menos estimulado cognitivamente, então como é que seu aspecto biologico se desenvolveria?

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  7. Psicológicamene observa-se que o Charles Murray não tem uma atitude racista, ou não demostrou uma opinião de cunho racial preconceituosa, mas percebo que a sua pesquisa deveria ser tomada por nós, como um abrir de olhos, quanto as diferênças sociais. Ele afirma que 40 à 60% do QI é produzido pelo ambiente, o restante cabe a genética. Diante de tal fato, observa-se que os negros não são portadores de QI inferior aos brancos, e sim que, negros estão inseridos em ambientes que projudicam seu poder cognitivo, auto-estima entre outros.
    Tomando-se como base a estrevista, o Sr. Charles Murray não me parece ser um racista infeliz, infelizes somos nós, que nada fazemos para mudar estas entre outras situações.
    Se a criança for submetida a estimulos ambientas saudáveis, sua cognição será desenvolvida, a cor da péle se torna um mero detalhe.

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  8. Charles Murray demonstra a atual realidade. Até concordo com algumas de suas colocações, pois elas servem para que nós brasileiros tenhamos uma melhor visão na qualidade da educação futura. Digo isso, pois o governo brasileiro tem adotado metas em ver quantidades de pessoas com diplomas, não se preocupando com a qualidade do ensino, esse atual projeto de extensão das Universidades, está causando um impacto negativo, é grande a falta de professores qualificados para tais práticas.
    No entanto, dizer que o QI de um negro é inferior ao de um branco, exige uma análise muito aprofundada em questão de vivência, aspectos sociais, políticos e econômicos. Não seria melhor ele analisar o QH(coeficiente de Humanidade)?

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  9. Concordo com ele quando diz que alguns assuntos não se pode discutir sem ser taxado de racista, massss… O Qi determina a classe social ou a classe determina o QI?

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  10. ele diz que isso afeta na renda, mas as pessoas mais inteligentes não estão entre as mais ricas, isso já foi estudado. Acho que as pessoas aqui esqueceram que grande parte dos brasileiros é miscigenado, seja branco, pardo ou negro. Portugal também é um país miscigenado, pouco se ve negros, mas há uma enorme quantidade de pardos, e seu QI médio é de 95.

    “o QI é mais eficiente para predizer como será a renda, o desempenho no trabalho e até chances de gravidez fora do casamento do que a escolaridade ou a situação socioeconômica da família quando comparam-se grupos.”
    “Especialistas defendem o QI para medir algumas habilidades, mas não como prova de inteligência para a vida. Qual a sua opinião?”Concordo.” Aminésia?

    “por isso nunca soube qual é o meu QI.” um cientista que estuda tão rigorosamente o QI dos outros e não saber o seu é brincadeira, não?

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