Estereótipos e gênero: Emos

Contribuição: Yasmin Oliveira & Natália Canário

Nos últimos anos, um novo estereótipo surgiu. Os chamados “emos” (termo que se refere a um estilo particular de rock ) vêm sendo vítimas de preconceitos por estarem sendo relacionados a outros grupos historicamente discriminados: roqueiros, góticos, suicidas, adolescentes problemáticos e, quando refere-se a homens, homossexuais. Este vídeo, de forma caricatural, explicita o estereótipo do emo.

Autor: Marcos E. Pereira

Professor do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal da Bahia. O currículo Lattes pode ser acessado no site http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4799492A6

9 comentários em “Estereótipos e gênero: Emos”

  1. Tenho que discordar de minhas colegas em relação às informações contidas no texto de apresentação do vídeo.

    O emocore – um hardcore com letras emotivas – é um estilo velho e possui cerca de vinte anos, só virando moda recentemente entre os adolescentes ávidos por serem diferentes entre iguais e iguais entre os diferentes, com uma sensibilidadezinha piegas e muito pouca capacidade crítica. O que discordo do texto, além de que o estereótipo do ‘emo’ é velho entre os roqueiros, é a parte “vêm sendo vítimas de preconceitos por estarem sendo relacionados a outros grupos historicamente discriminados”, os emos são discriminados por suas características, mas não pq há uma associação com outros grupos. Digo isso pq os integrantes dos outros grupos sociais também odeiam os emos sem precisar odiar os grupos ditos associados e suas características particulares. É aquela velha história do todo que não é só a soma das partes.

    Os emos são tratados atualmente como a pária da sociedade. Todos os outros grupos os encaram como risíveis ou odiáveis, e aos pequenos sobram duas alternativas, se manter emo (até amadurecer) ou trocar de grupo social (muito mais fácil nessa idade onde nenhuma ideologia é forte o suficiente para durar mais que uma temporada de malhação). Seguindo a segunda alternativa, muitos dos emos tem se tornado hoje ‘From UK’. Ou seja, Indies ainda mais estranhos que os velhos Indies pós-Oasis.

    p.s.: Emos são legais, From UK são legais, todo mundo é legal… até Oasis (tá bom, nem tanto)! <- ‘p.s.’ para se resguardar de comentários do tipo “ih, ele não gosta de emos!”

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  2. Realmente o estereótipo “Emo” desperta atitudes negativas da maioria dos grupos sociais. Mas por que os emos se tornaram tão discriminados? Foram seus atributos, o gosto pelo emocore e a homossexualida (aliás, essa é uma caracteristica de todos os emos?)? Eu, que não consigo nem distinguir os emos (exceto os que tem frajinha) dos outros novos grupos “rockeiros”, como os “From UK”, fico na dúvida sobre os motivos dessa discrimação.

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  3. hehehehe

    Acho engraçadinho esses vídeos amadores bem editados, e a atuação do protagonista até que é boazinha. A qualidade da veiculação da mensagem tente a estimular ainda mais a discussão, quanto mais esta tão polêmica.

    Realmente o vídeo trata de representações vistas de forma pejorativa contra os Emos. Inclusive, como vídeo até mostra, está cada vez mais difícil alguem se adimitir Emo (mesmo que ouça as músicas, frequente os eventos ou se vista como tal), pois este rótulo já deixou de apenas se vincular ao aspecto musical e indumentário, e se tornou muito mais uma ofensa.

    Comentando o que o Marquinhos falou, eu noto que o preconceito contra Emos pode ser analisado em dois níveis distintos: um preconceito de um grupo amplo, da população geral, não sendo necessariamente familiarizados com os tribalismos urbanos, e um preconceito existente típico das relações entre grupos adeptos a estéticas fashion-musicais urbanas da contemporaneidade (vixe, que pós-moderno!). Creio que o preconceito do povo em geral é sim apenas uma variância da homofobia, pois ser Emo seria ser fresco. Já o preconceito intertribos, pelo que me parece, se fundamenta em uma crítica a futilidade e a superficialidade dos atuais Emos, considerando-os gente que se liga em modinhas bobas e passageiras.

    Porém, mesmo que estas outras tribos atribuam aos Emos caracteristicas mais amenas como de serem bobos, eu não me surpreenderia se um estudo mais apurado revelasse que existe sim algo de homofóbico tb nas crenças destes grupos. O fato de não se verificar explícitamente manifestações frequentes de ideias preconceituosas contra homossexuais por parte das tribos anti-emo não significa que tais crenças não existam, não sejam compatilhadas ou que não se manifestem de forma implícita. Estudos sobre preconceito implícito revelam que mesmo pessoas que se considerem “liberais” ou “mente-aberta” podem estar sujeitas a influências de concepções hegemônicas na sociedade e manifestar estas concepções, mesmo que abertamente não se declare adepta delas, quando certas condições situacionais ajudem a disfarçar e justificar as ações. Talvez, quem sabe, achar os Emos bobos seja uma variante eufemística e ideologicamente trabalhada de acha-los frescos mesmo.

    Inclusive, vou até dar uma pesquisada nesta temática pra ver se existe algo produzido, pois esta questão dos Emos, grupos anti-emos e a homofobia é bastante interessante como o exemplo de um imbricamento de categorias sociais que proporcionam relações intergrupais bastante complexas, sucitanto diferentes contextos para a potencialização ou arrefecimento de manifestações de depreciação do exogrupo e defesa do endogrupo.

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  4. PS: Oasis é legal, num venha não!

    mas realmente tinha um povo britpop que eu via muito na finada Flashpoint que realmente eu não decodificava rsrsrs.

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  5. Grande Diogão, rapaz, pensando bem, eu concordo com você a questão do preconceito contra o emo no primeiro nível. Realmente o preconceito da população geral (e isso incluindo qualquer pessoa que não tenha um conhecimento do comportamento ou que não seja de uma das tribos urbanas anti-emos) acaba por cair no viés homofóbico. A roupa exagerada, a maquiagem, a sensibilidade, a rebeldia e a homo-afetividade são vistas como “frescura”.

    Entretanto discordo do segundo nível. Não vejo como transformar a questão emofóbica (opa! criei um termo, ‘é nóis’!!) em homofóbica quando o preconceito é direcionado para eles partindo de outras tribos, principalmente quando estas tribos possuem características semelhantes aos emos (ex: estilo musical pesado; roupas pretas e alguns até com maquiagens; rebeldia; vinho são jorge). Veja bem, até concordo que a frescura emo é sim o maior alvo dos escárnios, em qualquer nível. Mas tem gente que não gosta dos emos, por exemplo, pelo péssimo gosto musical. Outros, pela forma de escrever meio débil em sites de relacionamento (e aí eu até peco no argumento, pois a forma de escrever em “miguxês” não faz parte só do universo emo), pelas fotos exdrúxulas nesses mesmos sites, pela futilidade e afins. Acho que a ‘postura emo’, no geral, incomoda. E, como disse no post anterior, a ‘postura emo’ é algo indivisível. É a soma de vários tipos de comportamentos que resultam no emo, quando alguns deles faltam, ele já não se enquadra no grupo tão mal falado.

    Mas é isso, falou.
    Ah, traga um feedback dessas pesquisas aí.

    p.s.: Oasis tem algumas músicas legais, mas o cara se achar tão bom quanto John Lennon é o cúmulo. Hehe.

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  6. Os emos são praticamente indistinguíveis dos “from uk”. Talvez se diga que eles são mais “exagerados” na indumentária. Mas in loco, são quase impossíveis de diferenciar.
    Eu vejo o movimento emocore mais recente como uma verdadeira expressão dos tempos modernos – não consigo definir exatamente por que, mas acredito que esses grupos geralmente jovens, que se caracterizam por roupas, acessórios, comportamentos etc. tidos como “exagerados” nascem em momentos especiais da história humana. Vide góticos, punks, skinheads etc. Grupos que são e contextualizados como podem ser, eles aglutinam diversas características de uma época em determinada sociedade, mas é muito difícil chegar a essas “características”, quase uma “essência” ou pano de fundo.
    São é muuuito material pra estudo, com certeza!

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  7. Um bando de idotas que não tem o que fazer é isso que esses babacas do video são uns merda que se fecham no mundinho perfeito deles e acham feio a diferença eu não sou emo sou from uk para os idiotas que não sabem o que isso significa vão a merda.

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