Estereótipos e cinema: Zohan

Contribuição: Thiago Falcão

A eterna luta entre israelitas e palestinos pela faixa de Gaza povoa jornais e noticiários de tevê mundo afora já desde algum tempo. A repercussão midiática associada ao conflito geralmente se concentra em tentar ser imparcial, apenas reportando ataques e negociações de paz muitas vezes infrutíferas.
Adam Sandler se aproveitou da essência cultural do conflito para escrever o roteiro da comédia ‘Zohan – o Agente Bom de Corte’ (You don’t Mess with Zohan, Columbia Pictures, 2008), que fala de um agente especial do exército israelita que cansa de lutar contra os palestinos e quer viajar para a América para perseguir seu sonho de ser cabeleireiro.

Chegando ao novo mundo, Zohan, interpretado pelo próprio Sandler, se depara com um cenário que para ele é intrigante: israelis e palestinos convivem diariamente no mesmo espaço urbano, deixando suas diferenças de lado porque precisam conviver com a imagem que o 11 de setembro deixou, do povo do oriente médio, no imaginário do povo americano.
O filme extrapola estereótipos de consumo e de comportamento dos povos do oriente médio para – obviamente – obter o efeito de comédia, mas numa análise um pouco mais cuidadosa, trabalha com vários elementos – culturais e cognitivos – inerentes à estrutura de desenvolvimento dos estereótipos.

Embora o filme trabalhe principalmente com a idéia de estereótipo dos povos do oriente médio, a diversidade racial americana – e os estereótipos a ela associados – também recebem certa atenção.

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Autor: Marcos E. Pereira

Professor do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal da Bahia. O currículo Lattes pode ser acessado no site http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4799492A6

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