Contribuição: Lucas Carneiro e Aílton Araújo
Este post retrata a capacidade de certos sujeitos com relação aos seus gostos individuais, uma vez que devera prevalecer aquilo que me faz bem mesmo que desmereça a uma maioria. O jazz , tango, musica clássica, assim como o pagode, fazem parte de um contexto cultural de um povo como sua forma de representação social, onde se revela a idiossincrasia do individuo.
A questão da marginalização do pagode pela forma de explorar explicitamente a sensualidade fugindo a erudição, ate mesmo fazendo parte de uma cultura popular, sofre os preconceitos de uma casta de um longo processo de alienação cultural fazendo com que surja uma visão preconceituosa aos produtos genuinos de nossa terra, em detrimento aos produtos americanos e europeus como por exemplo: tomamos whisky e vodka porém não tomamos a cachaça por que a vemos como algo inferior. Assim, não escutamos o pagode em detrimento ao rock, ao jazz ao blues, música clássica e etc., por que achamos que é um sub gênero musical. Porem, isso só é mais um reflexo de nossa submissão ou complexo de inferioridade cultural.
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Rapaz, com todo o respeito, mas isso de que tem que gostar do que é da terra, do que é nacional, do que é regional, anti-imperialita e outras coisas a quatro, não passa de conversinha.
Quem quiser ouvir pagode, que ouça, mas argumentar que é um estilo tipicamente soteropolitano e que por isso quem não gosta e acha um lixo só pode ser submisso aos costumes “estadunidenses” só por diferenciar o seu gosto musical pela qualidade das melodias, arranjos, técnicas, letras, emoção e intensidade das canções, é puro clichê bairrista.
Em primeiro lugar, a música genuína da Bahia também é (e talvez muito mais) Caetano, Gil, Gal, RAUL, Cascadura, Dead Billies, Retrofoguetes, Scambo, Lisergia, Canto dos Malditos, Ronei Jorge. É rock, é reggae, samba, ska e qualquer coisa que se queira fazer. Pq música boa não precisa de passaporte pra ser ouvida.
Em segundo lugar, não há marginalização do pagode, infelizmente essa porcaria tá em todo lugar (junto com arrochas e axés da vida). Quem fica marginalizado é quem quer muito ouvir outro tipo de som, algo diferente, algo com uma raíz de luta (como o blues), ou com uma letra pensante (como o rock), ou com técnica (jazz), ou só que não precise estar a todo momento associado a cachaça e mulher rebolando, tendo que ir para locais pontuais nessa cidade, escondidos, enquanto que os pagodeiros, forrozeiros, axezeiros e afins, ligam o som de seus carros no mais alto volume, abrem a mala e acham que todas as pessoas de salvador precisam compartilhar do mau gosto alheio.
Amo minha terra, mas não preciso descer com a mão no tabaco pra provar isso.
Podem até me crucificar, mas eu continuo achando Beatles melhor que Psirico.
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hahahaha
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Pô eu concordo. bobagem isso de eachar que só pq é baiano precisa ouvir o som que fazem aqui. e mesmo o som que fazem aqui pode ser rock, jazz, reggae. tem muitas bandas muito boas aqui atualmente. só pra listar: o círculo (galera ex-scambo), mulher barbada (que toca los hermanos), scambo (metade da banda), mosiah, minha banda (que não vou falar aqui pq aí é se promover demais =D) e outros.
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Marcus, olhar é antes de mais nada um intermediário que remete você a você mesmo. Acho que você entendeu errado tudo que eu queria dizer. Só responda-me uma coisa: existe uma cultura superior a outra? Acho que não. Então a Questão não é discutir se o pagode é pior ou melhor que outro gênero musical, e sim, discutir o porquê desse ódio tão reativo ao pagode, sendo que este só é mais uma forma expressão cultural de um povo. Independente que você goste ou não.
Acho que você deve ter se identificado um pouco demais para dar uma resposta tão reativa ao pagode (era esperado que você usa-se essa estratégia um tanto quanto baixa- reduzir algo absurdo- para diminuir as suas dissonâncias cognitivas, pois não é conveniente com seus comportamentos e escolhas; mas, eu te pergunto uma coisa: como você soluciona a dissonância de vc ser nordestino e torcer para Clube de regatas Flamengo?) . Se analisarmos historicamente o processo de aculturação brasileira desde a época do Brasil colônia passando pela Monarquia, República, ditadura e até os tempos atuais ( colonização mental interna do sudeste sobre a cultura nordestina; promovida especialmente pelos meios de comunicações) teremos uma visão diferenciada sobre as coisa; o que de extrema importância para que não saiamos ai, daqui a pouco, pensando dessa forma, defendendo idéias Nazistas, fascistas e políticas neocolonialistas que vão salvar outros povos de sua bestialidade cultural. Fica ai uma frase Servan você refletir:
“essas idéias têm de estar fortemente ligadas e se suceder sem intervalo (…) Quando tiverdes conseguido formar assim a cadeia das idéias na cabeça de vossos cidadãos, podereis então vos gabar de conduzi-los e de ser seus senhores. Um déspota imbecil pode coagir escravos com correntes de ferro; mas um verdadeiro político os amarra bem mais fortemente com a corrente de suas próprias idéias; é no plano fixo da razão que ele ata a primeira ponta; laço tanto mais forte quanto ignoramos sua tessitura e pensamos que é obra nossa; o desespero e o tempo roem os laços de ferro e de aço, mas são impotentes contra a união habitual das idéias, apenas conseguem estreitá-la ainda mais; e sobre as fibras moles do cérebro, funda-se a base inabalável dos mais sólidos impérios”.
Obs: Não ouço pagode nem beatles.
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Concordo com Marcus.
Acho que criticar é saudável até o velho “certo ponto” não muito fácil de se definir, e não vejo problema em colocar essas “pechas” no pagode, no rock, no jazz ou no que seja. O problema é quando isso ultrapassa a linha do desrespeito e cai na violência contra as pessoas que pertencem a um grupo desses, assim como acontece com outros tipos de estereotipização, virando discriminação deliberada.
Acho ainda que é uma bobagem enfim discutir sobre gostos nesse sentido. Eu gosto de um estilo de música que me faz ser discriminada em qualquer nicho, até por ser um subgênero… mas pra mim algo indispensável é o respeito.
Acho abominável querer obrigar alguém a escutar algo de que não gosta, ponto. E tentar justificar isso não funciona pra mim… pra qualquer grupo.
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Não curto nenhuma banda daqui de Salvador, nem atual nem do passado, aliás… e não vejo por que isso poderia ser um problema.
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Lucas, velhão, entendi sim o que você escreveu, mas você simplesmente não entendeu nada do que eu escrevi. Mas tudo bem, esse espaço é pra isso mesmo.
Primeiro, não foi nada diretamente a você, não precisamos disso, né, meu velho? Se te ofendeu, peço desculpas pelo que você achou que eu quis dizer, mesmo não tendo dito.
Então, tranquilamente, deixemos tudo claro:
1- Não existe cultura superior a outra, mas sim, existe música melhor trabalhada, letras mais pensadas, arranjos mais concisos. E isso não é cultural.
Gosto não se discute, mas qualidade sim, e não há problema nisso. Inclusive, você – que é um músico hábil no violão – deve saber disso.
2- Reducio ad absurdum não é uma tática baixa, é evitável, mas válida e quando bem usada funciona. Entretanto, ela não aparece em nenhum momento no meu post, pois não teria sentido no contexto.
Reduzir a música baixo-astral baiana ao absurdo chega a ser redundante.
3- Sim, velho, me identifiquei muito com o post. Principalmente com o fato de achar pagode uma porcaria (e ter de ouvir gente dizendo por todos os cantos que não pode reclamar, pq é da cultura daqui), nenhum problema com isso, ser neutro é chato demais.
3.1- Meu caro, eu sou Bahia. Mas mesmo o fato de também gostar do Flamengo só vem para corroborar com o meu argumento, leia novamente o início do terceiro parágrafo que escrevi e você entenderá. Não há dissonância cognitiva, é um belo termo, mas aqui ele está errado.
É obvio que muita gente por ser influenciada de forma a aceitar tudo o que vem de fora se torna risível, mas o outro lado, o outro extremo é tão ridículo quanto. E em tempos de revolução nas técnologias de informação, esse papo já tá batido.
E assim, todo o resto do seu argumento se torna incoerente na tentativa de refutar meu primeiro post, porém válido justamente também por fortalecer ele contra um pensamento repressor e defensor do que é da terra só por ser da terra. Parabéns, a ideia é essa.
Falou, meu velho, espero ter sido claro, terno e pacífico. Minha intenção não é ficar de bate-boca pela internet, e sim que possamos também refletir e construir uma síntese do que é postado aqui (e não só fazê-lo).
Vou lançar uma frasezinha aqui também, essa é de alguém menos pop, Lennon/McCartney:
“good day, sunshine”
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Marcão, ambos nos interpretamos mau;pois ainda alego que vc não entendeu, ou eu não soube explicar direito ,meus argumentos. agora, relendo meus post vejo que eles não tão claros.
Deve ser por isso que socrates nunca escreveu um livro; não dá para fazer perguntas aos escritos. Então dessa forma não da para soçunionar os maus entendidos? só no bate papo real; concorda? tava até pensando em escrever de novo para tentar exclerecer melhor minha posição, mas é melhor não.
Então sem mais delongas e sem hard feling, abraços.
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Marcão, mudei de ideia. tá ai um tentativa de me expessar melhor. espero não soar arrogante, mas e´que esse tema me lembra de algumas discussoes minhas com alguns metaleiros fundamentalistas.
Como já dizia Arthur Schopenhauer: “Minha máxima é Vigeat veritas et pereat mundus” [que a verdade floresça, mesmo que o mundo pereça, ou seja, as pessoas que amam a verdade não estão interessadas em buscar meios convincentes para legitimares seus próprios discursos ou crenças, e sim, buscar na sua própria dor ( questionamento de suas crenças) o sinônimo da verdade. Temos que transvalorizar todos os valores , até os mais evidentes em nossas crenças.
para que não fiquemos alienados a nos mesmos.
Para ser um livre pensador é preciso antes de, mas nada desvencilhar do próprio ego e vaidade, caso contrário, seu julgamento estará fadado não ultrapassar a altura de seu umbigo. Uma coisa é você não gostar de um gênero musical por diversos fatores. E outra é criar grupos de ódios e slogans agressivos as pessoas que gostam de tal gênero musical. É muito estranho as pessoas necessitarem se elevar diminuído a outra. É muito estranho as pessoas se sentirem incomodados com os gostos alheio e sintam a necessidade de subjugá-los. Não gosto de pagode, mas chegar a dizer: “porcarias auditivas generalizadas para otários desprovidos de esperteza”; já é demais. Em minha opinião estas atitudes reativas têm muito haver com nosso processo histórico e construção de nossas subjetividades que, também, nos induz a exaltar os produtos estrangeiros em detrimento ao nacional; e, também, o fato de fazermos parte de uma cultura que pespega ensinamentos éticos e morais judaico-cristãos que só fomentam o ressentimento e o ódio reativo.
Então, enfim, se estas atitudes não são atitudes de alienamento cultural o que será então? Muitos pseudos intelectuais negam o samba e pagode por acharem que estes gêneros reforçam o estereótipo de burro do baiano que é propagado pelos meios de comunicações ( sabe como é que os paulistas , cariocas e até os cearenses chamam a típica barbeiragem no trânsito? Chamam de BAIANADA) . Nem todo pagode e samba é porcaria: jeca pagodinho , Nelson do cavaquinho, dicrô, zecat, Ismael silva, Jorge Aragão, fundo de quintal, cartola, Noel rosa não são ruins assim. Hoje em dia o funk carioca, os forrós de fortaleza, rap americano são tão vulgares quanto, mais o engraçado é que não vemos tanto ódio reativo da suas populações para com esses gêneros musicais; quanto o pagode em salvador. Por que será?
Passei mais de 8 anos de minha vida freqüentando o cenário do metal underground em salvador; e todos o músicos e pessoas que vinham de fora se espantavam com agressividade das rodas e dos mosh pit nos shows de metal em salvador. Não será que está atitude não tem um pouquinho a ver com estereótipos de salvador ser a capital do axé e do pagode; E isso induz as pessoas que curtem o som a ter a necessidade de demonstrar que são mais “trues” ( mais metaleiros), que os demais?
Enfim ficam ai, outras duas frases para reflexão: O egoísmo não consiste em vivermos os nossos desejos, mas sim em exigirmos que os outros vivam da forma como nós gostaríamos. O altruísmo consiste em deixarmos todo o mundo viver do jeito que bem quiser. Oscar Wilde
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos. Fernando Pessoa
Sei que não serei bem entendido, mas fica ai a tentativa.
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É claro que existe cultura superior. A ideologia do multiculturalismo deve ser assim encarada, como uma ideologia e não como um pressuposto. Reduzir as diferenças à mera questão de gosto é de um subjetivismo que beira a igênuidade, quando não é pura pilantragem. Destitui-se do objeto toda sua potencialidade de definir-se a si mesmo, atribuindo ao sujeito mimado, ao homem-massa, o direito a opinar sobre todas as coisas, sobretudo em relação aquelas que totalmente desconhece.
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Êta, que o negócio tá complexo!
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Não entendi seu comentário, Rafael, especialmente na parte da “pilantragem”.
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Sugiro a leitura de A Rebelião das Massas de Ortega & Gasset. Não conseguirei resumir essa obra prima aqui.
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Hum, então isso foi uma citação?
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Não, uma idéia central.
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Podia ter dado créditos.
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ô pessoinhaa não tem nada a ver pagode é muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito bom tá ?
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Créditos a idéia central? Se for pra dar crédito a tudo que forma nosso pensamento… Era uma referÊncia a cada virgula. Isso aqui não é um trabalho acadêmico mas um blog. Ademais o crédito está mais do que dado e reverenciado, resta saber quem sairá da comoda situação de opinar sem estudo e partir para o o estudo de fato.
Ps. Citação vem sempre entre virgulas.
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Entre aspas.
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Pois é, entre aspas. Pensei uma coisa e escrevi outra.
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Nam inha opnião o gosto das pessoas éh oq descreve sua personalidade e e personalidade éh uma coisa q deve ser respeitada ! e não julgada por akeles q não tem a msma .
isso q esta na imagem ai encima éh puro preconceito por um ritmo q hoje em dia ganhou seu respeito e lugar na sociedade !
e q não disponibiliza mal algum para as pessoas
apenas éh um meio de demostrar a cultara brasileira .
quam fez isso sóh pode ser uma pessoa q não sabe respeitar os direitos dos outro !
pagode éh 10 éh 100 éh 1000 pagode éh verdadeiramente a cara do BrasiL!
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baianada!!!!
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