Contribuição: Marcus Vinicius Alves
A Disney lançará em breve um filme com a sua primeira princesa negra, chamado “A Princesa e o Sapo” e para não cometer erros e expressar estereótipos que possam ofender a comunidade afro-americana tem pedido ajuda para conselheiros dos movimentos negros dos Estados Unidos.
Pela matéria do link, já dá para ver a primeira estereotipização, ligando a cor da pele com o estilo musical Jazz, entretanto o fato da produção estar sendo acompanhada talvez evite os mais absurdos deslize. Deslizes como o príncipe ser também negro (repetindo o que sempre se vê nos filmes, onde personagens negras só se casam com outras personagens negras), se a princesa terá um leve sotaque no gueto e fã de hip hop, se terá um teor cômico (muito atribuído a personagens negras) etc. Clique aqui para ler a matéria publicado em O Globo.
A categorização social é tão forte que pensar uma princesa negra que goste do mesmo que uma princesa branca é preconceito…seria cometer deslizes? ou simplesmente pensar que, com tanta cultura compartilhada, brancos e negros ainda segregam gostos e comportamentos que são atribuídos especificamente a suas raças?
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A própria “tentativa de construir uma princesa negra” já é uma boa indicação da estereotipização que tal fato carrega… Ora, “A Princesa e o Sapo” é uma história de princesas européia, nos velhos moldes da Disney. Por que não produzir uma história que se reporte às verdadeiras raízes de uma princesa negra, ou seja, valorizando a cultura étnica própria africana? Até tentaram ligar com a cultura afroamericana do jazz e de New Orleans, historicamente estereotipada e alvo de preconceito pelos próprios americanos, mas apenas maquiando a história. Não é uma princesa negra, é um encaixe malfeito de velhas tendências da Disney com uma tentativa de mostrar “como somos antenados com a modernidade” obamizada.
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