As (in)certezas de Antonio Risério

O Terra Magazine reproduz uma entrevista na qual Antonio Risério se posiciona frente ao problema das cotas e das ações afirmativas no contexto universitário brasileiro. Clique aqui para ler a entrevista

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Autor: Marcos E. Pereira

Professor do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal da Bahia. O currículo Lattes pode ser acessado no site http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4799492A6

3 comentários em “As (in)certezas de Antonio Risério”

  1. Li e reli esta entrevista do Antonio Riserio e conclui que, apesar de ser bem articulada, não traz nada de novo aos argumentos que minimizam a importância de políticas especificas contra a desigualdade racial no Brasil. Alem de não ser novidade, a fala de Riserio me espanta em alguns pontos. Ele diz: “O pessoal dos movimentos negros argumenta que, se os intelectuais não sabem distinguir (um de negro de um branco), a polícia sabe. Não é um bom argumento. Uma polícia racista, criminosa e corrupta não pode ser critério para nortear projetos sociais para o país”.

    COMO É QUE A AÇÃO DE UMA POLÍCIA RACISTA, CRIMINOSA, CORRUPTA, ARMADA, SÁDICA, GENOCIDA E AUTORIZADA PARA BARBARIZAR NÃO É CRITÉRIO??? Alem disso tudo, com amplo respaldo das camadas sociais que se julgam desprotegidas contra a criminalidade. O fenômeno “Capitão Nascimento” no ano passado foi profundamente revelador de como existe apoio a pratica de extermínio como solução.

    Daí eu me pergunto se nossa querida nação realmente desfruta de um panorama mais ameno do que um Estado formalmente segregador. Sabemos muito bem que o Brasil é o país da informalidade, seja nas relações pessoais, nas relações de trabalho, nas relações com as leis. O que está no papel tem relativamente pouca força de influenciar os comportamentos, tanto pessoais quanto institucionais. Aqui, a gente só descobre a real situação olhando para os eventos concretos, e, concretamente, aqui no Brasil existe sim a discriminação pela cor da pele das pessoas.

    Riserio afirma que o brasileiro considera o racismo nefasto. Porem, me baseando em coisas que eu li e em coisas que eu vi, inclusive no seio familiar, prefiro acreditar que o brasileiro não tem nojo do racismo, muitas vezes ele é simples e estupidamente hipócrita, figurando de bom-moço e “antenado” na frente dos outros, mas, sempre que tem alguma justificativa que encoberte, a variável cor-da-pele influencia diretamente no comportamento, servindo de catalisador para julgamentos diversos.

    Recomendo a leitura de dois artigos que estão na seção “Biblioteca”, neste blog. São eles: “As novas formas de expressão do preconceito e do racismo”, de Marcos Eugenio O. Lima e Jorge Vala, e “Normas Sociais e Preconceito: O Impacto da Igualdade e da Competição no Preconceito Automático Contra os Negros”, dos mesmos autores mais Caliandra Machado, Josele Ávila e Carolina Lima.

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  2. Não sei, o Risério é muito mercurial em suas posições. Basta ver o que ele pensa do mestre Sérgio Buarque. O pior possível.Um pouco mais de respeito com seus pares (?) não faria nenhum mal. E tem outra coisa na autobiografia dele que me incomoda muito, quando ele afirma que tinha participação ativa no movimento estudanti em 1968. Fui fazer as contas e descobri que ele tinha 15 anos na época ! Precoce o tipo, hem ?

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