Três crenças básicas, a suposição de que ações irracionais são derivadas da condição de anonimato, a admissão de que é imperativa a atuação de uma instância superior, capaz de impor uma certa ordem na desrazão e a admissão correlata de que residualmente sempre estão presentes elementos insanos e desequilibrados, capazes de despertar os instintos irracionais de uma massa sem capacidade crítica e facilmente manipulada, constituem o caldo de cultura que oferece a base intelectual que serve como substrato para muitas interpretações e explicações oferecidas para as ações e manifestações coletivas. Este esquema interpretativo é especialmente verdadeiro no âmbito dos meios de comunicação de massa, onde a pressão pela análise imediata do fenômeno é um imperativo inexorável, o que configura uma situação peculiar na qual se impede um distanciamento temporal capaz de proporcionar um julgamento mais isento e menos marcado pelas paixões e emoções do momento.
Minha opinião:
Isso não significa que 100% das noticias veiculadas na mídia de massa (existe mídia que não seja?) correspondam e obedeçam a esse padrão esquemático. Não creio que a pressão pela análise imediata seja um preditor perfeito do julgamento tendencioso, principalmente se o caso já vinha sendo estudado e acompanhado antes da pressão. Afinal de contas, julgamentos tendenciosos ocorrem em relação a acontecimentos históricos de 40, 60, 100 anos atrás, então existem outros fatores interfereindo. Da mesma forma uma situação do presente momento pode ser analisada com isenção de julgamentos passionais, claro que isso é uma exceção à regra.
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