Os esquemas se desenvolvem durante o processo de socialização a se constroem a partir da informação anteriormente disponível. O conhecimento prévio, assim como o contexto pode definir a forma de estruturação do conhecimento mais condizente com as circunstâncias particulares nas quais eles se manifestam, de forma que os esquemas estão sujeitos a algum tipo de diferenciação. A maneira pela qual alguém é definido e caracterizado como rico em uma pequena cidade no interior do Brasil e a definição de rico para um yuppie do Vale do Silício na Califórnia ou para as pessoas listadas na Fortune 500 certamente não é a mesma. De qualquer modo, seja qual for o esquema mental disponível, tanto a pessoa que vive no interior do Brasil, quando o morador do Vale do Silício sabe como se comportar, assim como imagina o que pode esperar das pessoas ricas que freqüentam o ambiente em que vive.
Outros autores, no entanto, expressam dúvidas sobre a viabilidade de considerar um esquema como um conteúdo aprendido através da experiência e tendem a considerar que os esquemas mentais podem ser categorizados como estruturas inatas. De acordo com este entendimento, por serem capazes de impor ordem ao desordenado mundo oferecido através das informações sensoriais, os esquemas se assemelhariam às categorias kantianas. Dado que eles independeriam da experiência, a validade do esquema deve ser considerada exclusivamente mediante o uso de operações lógicas, pois se os princípios matemáticos oferecem condições para organizar esquemas explicativos inteiramente lógicos, por que não interpretar as variadas formas com que se manifesta a experiência humana de acordo com estes mesmos princípios?
Fiske (1992), em um artigo publicado no Psychological Review, procura demonstrar, principalmente através de inferências indutivas, que as pessoas dispõe de alguns esquemas mentais elementares que são utilizados para construir e manter as suas inúmeras relações sociais. Estes esquemas seriam encontrados em todas as culturas, ostentando, portanto, o estatuto de universalidade e seriam suficientes para explicar todas as modalidades de relações sociais encontradas nas várias regiões do nosso planeta.