Autores: Fernanda Abud, Flavia Leal, Gabriela Silva, Ive Daiha e Laís Mendes.
O seguinte trabalho teve como objetivo registrar o ambiente no qual os grupos humanos transitam e realizam suas atividades cotidianas. Identificamos um grupo social, entramos em contato com seus membros e foi solicitado a um informante tirar fotos representativas dos espaços ou contextos que eles consideram como mais representativos do grupo.
As nossas principais atividades são desenvolvidas em grupos; existem bilhões de grupos no nosso planeta e diariamente novos grupos se formam, enquanto outros se dissolvem. De modo geral, o grupo humano envolve duas ou mais pessoas que se relacionam para uma finalidade específica, mantêm entre si uma relação de interdependência, estabelecem laços afetivos, constituem papéis, hierarquias de poder e status, interagem e se comunicam regularmente, compartilham uma estrutura comum de referências e consideram esta relação significativa (Levine e Moreland, 1994, 1998;Lindesmith, Strauss e Denzin, 2006 apud Pereira, 2010).
Grupo no momento da psicografia através da pintura
O grupo social escolhido para este estudo realiza um trabalho religioso voluntário num centro espírita da cidade de Salvador-BA. Segundo uma integrante, “o trabalho consiste em psicografar manifestações espirituais através de pinturas mediúnicas, com a finalidade de ajudar aos irmãos espirituais através da pintura, na qual estes expressam seus sentimentos”. O grupo se reúne pelo menos uma vez por semana, onde todos os 24 participantes estão presentes, sem exceção. Percebe-se, a partir da imagem, que este grupo constitui um grupo de trabalho, o que o classifica, segundo à função, como um grupo orientado para a tarefa que foca, como objetivo principal de suas reuniões, na produção das pinturas. No entanto, essa característica não exclui que exista entre os membros também uma relação socio-emocional , de afinidade.
Este local, classificado pelo grupo como “calmo” e “tranqüilo”, foi considerado apropriado para a realização dos trabalhos por ser um local de paz e de contato com a natureza.
Psicografia, segundo o vocabulário espírita, é a capacidade atribuída a certos médiuns de escrever mensagens ditadas por Espíritos. Segundo os integrantes desse grupo, os espíritos utilizam deles como instrumentos e, dessa forma, eles podem se comunicar com seus entes queridos encarnados, que contam suas experiências de vida e de morte.
Momento de concentração do grupo
Podemos perceber, a partir dessa imagem, que trata-se de um grupo considerado pequeno, de acordo com a definição quantitativa, em que são definidos como pequenos os grupos formados por até 30 membros. Por outro lado, no que concerne o aspecto qualitativo dessas relações, pode-se observar que existe a formação de sub-grupos, já que os 24 membros são divididos em mesas de 6 pessoas para a realização do trabalho, o que dificulta que cada membro mantenha contato com todos os outros participantes, o que é uma qualidade dos grandes grupos onde há maior possibilidade de surgimento de alguma estrutura formal, assim como certa divisão social do trabalho.
O grupo ainda pode ser classificado, em relação ao grau de intimidade, como primário, já que a relação que predomina entre os membros é face-a-face e voltada para o desenvolvimento de valores e atitudes. Os grupos primários são constituídos, sobretudo por familiares, parentes e amigos mais próximos e, portanto, são considerados básicos para o desenvolvimento pessoal. Já nos grupos secundários, observa-se a presença de contatos mais formais e menos pessoais entre os membros, o que se evidencia nas relações baseadas em papéis e expectativas claramente definidas.
Referências:
Pereira, Marcos e cols. (2010) Grupos humanos, valência e entitatividade. Manuscrito não publicado.