Estereótipos e humor: quando um Matchangana ganha loteria…

Contribuição: Benvindo Maloa

Matchangana é uma etnia do sul de Moçambique. Há um estereótipo de que eles gostam de ser vistos como ricos, são capazes de deixar de parte uma necessidade basica como é o caso de uma habitação e comprarem um carro de grande valor, nesse exemplo uma limousine, só para se mostrarem como ricos.

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Autor: Marcos E. Pereira

Professor do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal da Bahia. O currículo Lattes pode ser acessado no site http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4799492A6

11 comentários em “Estereótipos e humor: quando um Matchangana ganha loteria…”

  1. Essa foto é realmente legal. Conheço pessoas que compram seus carros em até infinitos meses para exibir status, ser percebido como rico.
    Como esta foto, vejo aqui no Brasil as propagandas das TVs gigantes por “só” 10 salários mínimos (sempre no ultimo estoque e dizendo que vc ficará sem) e a filmadora 800 funções (que está em promoção “só hoje e se ligar agora” há uns 2 anos), etc.
    Tudo pedindo apenas o resto de sua vida em prestações, ou no boleto bancário, “sem comprovação de renda”, de sanidade financeira, de juízo, …

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  2. Benvindo esse tipo de valor que é dado a aparência não ocorre só na África não, aqui também tem muita gente que mora em moradia simples e desfila em carros de luxo, sem contar em pessoas que abrem mão de comer adequadamente para usar roupa de marcas famosas. Na Argentina com a recessão, muitos argentinos tiveram que vender seus celulares e compraram celulares de brinquedo para circularem pelas ruas. Sem contar nas adolescentes Japonesas de classe média que se prostituíam para comprar roupas de grifes ocidentais.

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  3. Uma vez, uma goiâna me disse que uma das principais diferenças entre os goianos e os baianos era a forma como gastam seu dinheiro. Segundo ela, o baiano trabalha pra poder torrar a grana com diversão: festas, shows, bares, praia etc. Já os goianos tem um perfil mais parecido com o dos Matchangana: o importante é guardar dinheiro para acumular bens e e conseguir status com isso.

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  4. Que interessante essa foto!

    Mas além dessa inundação em prestações lembrei também dos produtos falsificados.. do boom de vendas de bolsas, roupas e tênis de marcas (falsificadas!), uma forma mais rápida e barata de buscar esse status.

    Não sei o que é pior.

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  5. Interessante…! Sou machangana, de acordo com a definição dada pelo Benvindo, uma vez que os machanganas são um grupo menor mas que porque tem mais fama carregando os outros. Tenho observado esta tendência e concordo com muita infelicidade, embora relaxada pelo facto de saber que não é uma caracteristica exclusiva nossa, gostava de saber o que acham que causa esta tendência. machang

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  6. Ola Amelina!

    Fico muito feliz por saber que tens visitado este blog, que é do meu orientador do mestrado. Na verdade trata-se de um estereotipo, as pessoas tem a tendência de atribuir uma caracteristica a um grupo de pessos, o que não corresponde a verdade. dando exemplo, ai em Moçambique diz-se que os Manhambanas são ” económicos”, mas não quer dizer que todos o são.
    A foto da limousine de um machangana que ganhou lotaria, é apenas um estereotipo. Provavelmente foi apenas um machangana que ganhou lotaria e comprou limousine, mas, nós atribuimos essa caracteristica a todos machanganas.

    Espero que nós encontremos mais vezes neste espaço. Os colegas Ilidio, Amine do instituto de Linguas tem o meu e.mail, se pretenderes me escrever

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  7. Boa sorte no teu mestrado, fica difícil ir ao Instituto de Línguas para mim, tenho uma rotina muito off. Manda um e-mail para o amelinanhachungue@yahoo.com, apartir deste e-mail poderei te dar o meu endereço formal.
    Voltando para o assunto em questão, estou a ler mais sobre o assunto, confesso que ontem comentei mais não tinha uma bagagem aceitável sobre o assuntom, mas gostei da abordagem. Tudo de bom. Fui……

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  8. A imagem de fato é muito interessante, uma vez que traz muitos pontos a serem observados. No entanto, algo notório é que a aludida imagem traz um cunho humorístico, buscando a satisfação do “telespectador” por meio do riso já que o “humor” contido ali disfarçará o preconceito, uma vez que tal contexto favorecerá para a velha frase “foi só para se divertir” (mas nas custas dos outros, claro). Com certeza, a maioria dos matchanganas não apresenta o mesmo comportamento, não obstante a “necessidade” de outros grupos de definir e limitar os matchanganas leva a uma criação de imagens generalizadas a toda etnia, porem preconcebidas apartir da minoria dos matchanganas que apresentam tal comportamento.
    Outro ponto a ser observado na imagem é o que concerne ao consumismo capitalista exacerbado que substitui a célebre frase do insigne Descartes “penso, logo existo”, por “consumo, logo existo”. A dinâmica social descrita (muito acertadamente), no comentário (logo acima) do dia 28 de Setembro por nosso colega André, mostra muito bem essa substituição de valores, onde o ter, o poder, o status, o orgulho vale mais do que simplesmente ser o que é, vale mais que a autenticidade. O fato é que agora as coisas possuem os seres humanos, não mais os seres humanos possuem as coisas.

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  9. Pôxa, só porque o cara tem uma limusine pra alugar (com ele de motorista), ralou um monte pra comprar essa limusine ultrapassada, o uniforme inclusive, com dragonas, luvas brancas, chapéu e tudo o mais… e assim ganhar a vida honestamente? Mas que línguas felinas… todo mundo tem que ganhar a vida. Fiquem sabendo que ele circula de ônibus e que o carro é instrumento de trabalho, é a sua microempresa aliás, anda sempre encerando o carro e além de alugar a limusine também cobra pelas fotografias dos matchanganas que vivem posando de ricos. Quanta injustiça ter a casa assim publicada, sendo difamado e tal…

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  10. Trata se de uma questao associada a falta de valores morais, pois economicamente falando é rico quem com a sua renda no minimo satisfaz as basicas nessecidades. Sao basicas as necessidades que garantem o bem estar da familia (saude, alimentacao, educacao, habitacao, etc).

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  11. Não precisamos ir para Moçambique para ver esta discrepância. Aqui mesmo na Bahia as pessoas passam fome mas tem o carro do ano.Fica na garagem durante a semana toda e só aos domingos desfilam porque não tem dinheiro para o combustível do dia a dia. São os valores distorcidos(?).

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