A loira e os empreendedores

As festas populares estão definitivamente associadas à bebida. Bebe-se, e muito, uisque, vinho, caipiroskas e, sobretudo, cerveja. Definitivamente, beber muita cerveja em espaços públicos é uma deliciosa, embora inconveniente, combinação. A dupla ao lado, o empreendedor e o seu sorridente assistente, sabem e procuram tirar vantagem deste inconveniente. A armação de plástico preto, no lado direito da fotografia, é .. bem… um banheiro. E o banheiro é apenas isto, uma armação de madeira e um plástico preto servindo de paredes. Instalações sanitárias, pias, papel higiênico, definitivamente, nem em sonho. Cinqüenta centavos, é o quanto vale a entrada, restrita apenas as mulheres. “Não deixo entrar homem aí, não, sabe como é, não, doutor, vai ficar cheirando pó e fazendo outras esculhambações”. Pergunto, então, se vale a pena deixar a festa do Bomfim passar ao largo, para ganhar este suado (e molhado) dinheirinho. “Claro que vale, no carnaval do ano passado ganhei oitocentos reais, só armando a guia”. Oitocentos reais a cinquenta centavos é igual a um mil e seiscentas mulheres. Definitivamente, estes empreendedores sabem onde encontrar e como cativar um público fiel.

Festa do Bomfim

Atualizado para a aula do dia 16/04/2009 (FCH684)

Autor: Marcos E. Pereira

Professor do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal da Bahia. O currículo Lattes pode ser acessado no site http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4799492A6

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