Estereótipos e música: Brigitte Bardot

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Autor: Marcos E. Pereira

Professor do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal da Bahia. O currículo Lattes pode ser acessado no site http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4799492A6

5 comentários em “Estereótipos e música: Brigitte Bardot”

  1. Não gostei da letra da música… achei que ela deu um significado à velhice que só serve para reforçar, ainda mais, os estereótipos sociais negativos atribuídos aos idosos, os quais compreendem os nossos idosos como seres decrépitos, inválidos, senis, fracos; um verdadeiro estorvo para a sociedade e a família.
    Sem falar que a representação social que se tem de uma dada categoria diz muito sobre o tratamento que a ela é destinado. E nem é preciso dizer que tipo de tratamento a nossa sociedade destina aos nossos idosos, precipalmente àqueles de classe social mais disfavorecida.
    Faz sentido para uma sociedade capitalista como a nossa manter este discurso, pois o bem estar de uma categoria social que, segundo este sistema, não lhe dar nenhuma promessa de lucro, não é logicamente um objetivo a ser buscado.

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  2. Acho que é aí que está exatamente a força desta música, a letra fantástica. Não creio que o discurso dela seja algo que preze o estereótipo, ao contrário, ela escancara o estereótipo, ela joga na cara a visão da sociedade, é como se ele falasse: a modelo linda está ficando velha, e agora? O que vocês vão fazer? Substituir, né? Eu já sabia.

    Tom Zé está longe de seguir qualquer regra capitalista. Tom Zé é de vanguarda, e esse álbum, Todos os Olhos, de 1973, tem essa intenção de chocar, de trazer o podre da sociedade pra fora, não como uma forma de escapismo, mas justamente pra mostrar “é isso que nós somos, é isso que vamos continuar a ser?”.
    Álbum chocante, tinha essa intenção, a capa não me deixa mentir, mostrava uma bola de gude dentro de um suposto ânus.
    Letras muito boas, complexas de tão simples.

    Era o início do tropicalismo e Tom Zé talvez tenha sido o mais verdadeiro tropicalista.

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  3. Achei a música chata, da vontade de dormir. Fico na dúvida de quem é mais chato: Tom Zé ou Glauber Rocha. Os idosos não dão margem de lucro? Estou para ver. De bancos de previdência a bairros projetados, sem falar no viagra. Os velhinhos estão com tudo, estão na moda, estão vivendo mais. Os velhinhos são muito interessantes, com exeção de Tom Zé.

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  4. Não sei se essa música fala da velhice, mas talvez da velhice da Brigitte Bardot, do sonho que era a Brigitte Bardot, todo aquele imaginário… Peguei mais esse lance dos sonhos. Não esqueçamos como o pessoal naquela época sonhava. Hj a gente não sabe o que é isso, não entende como o chão de muita gente sumiu com o passar do tempo.

    Realmente Tom Zé usa a imagem negativa da velhice pra ilustrar a melancolia da decreptude, do esvaziamento. Até o tom arrastado da música ajuda no clima de decadência. Não acho que ele esteja ofendendo os velhos ou negando outras possibilidades de velhice, a música passa longe desses assuntos.

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