Capa da Vogue: reafirmação de estereótipos raciais?

Capa da Vogue traz top model brasileira e jogador norte-americano de basquete fazendo poses. Críticos sugerem que a peça apenas reafirma velhos estereótipos raciais. Clique aqui para ler a matéria da Associated Press, publicada pelo Caderno Arte & Lazer do Estadão.

Vogue/Associated Press
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Autor: Marcos E. Pereira

Professor do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal da Bahia. O currículo Lattes pode ser acessado no site http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4799492A6

10 comentários em “Capa da Vogue: reafirmação de estereótipos raciais?”

  1. Sinceramente, pode ser inocência da minha parte, mas não consegui enxergar “polêmica” alguma na capa desta revista. A intenção de mostrar dois ícones de sucesso em suas determinadas carreiras, me soa completamente normal. Cada um deles está estampando naquela capa de revista comportamentos (posições) normais em relação às profissões que eles exercem. Um jogador de basket exibe um físico e um comportamento mais vigoroso, ágil, para assustar e inibir seus adversários. Já a modelo, por profissaõ, exibe feições mais frágeis, femininas, sensuais. Eles estão expondo estereótipos, claro, mas não enxergo como algo negativo. Estão expondo estereótipos de suas próprias profissões e não de estereótipos negativos que degradem a imagem de uma etnia. Acredito que a maldade e o preconceito está na cabeça de cada um, e assim, quem deve rever suas crenças seriam as pessoas que relataram sentir medo ao visualizarem a imagem do “negro perigoso da foto”.

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  2. Eu concordo com Camila. Não acho que sempre que expomos um negro forte, alto (ou seja la quais atributos mais ele tenha) ao lado de uma loira é sinal de que estamos exibindo estereótipos raciais de forma negativa. Concordo que há aí uma exibição de papéis profissionais, e isso vale para todos nós, na medida em que assumimos determinadas posturas de acordo com os papéis sociais que vivenciamos.

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  3. A capa de revista da Vogue juntamente com os comentários me lembrou de uma polêmica sobre a produção de um desodorante antitranspirante específico para negros. Alguns membros da etnia se sentiram discriminados quando se depararam com tal produto nas prateleiras. O curioso é que a marca do produto já havia produzido diversos desodorantes categorizando-os por gênero, idade, diferenças individuais (desodorante neutro para alérgicos por exemplo). A polêmica em torno do desodorante me pareceu infundada porque a inserção do produto no mercado estava muito mais voltava para a lógica de um mercado capitalista, que é atingir um público consumidor! Acredito que se eu fosse membro da etinia em questão não me sentiria discriminida visto que a produção para uma categoria específica não me pareceu um caso isolado levando-se em conta o histórico das produções da marca em questão.

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  4. Com relação ao desodorante concordo com Aline. Acho que este caso não traduz, necessariamente, uma forma de preconceito, no sentido de atribuir ao público alvo valores negativos pré-concebidos. Entretanto, acho que é válido supor que alguns estereótipos, positivos ou negativo (como saber?), serviram para orientar o processo de elaboração do produto. Pois, certamente, a sua fabricação foi orientada em atributos que acreditam ser pertecentes ao grupo alvo.

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  5. Acredito que a discriminaçao racial não foi o propósito da revista, concordo com o que Camila disse, que é sim um estereótipo, mas das profissões em questão. O problema é que tudo que envolve diferenças se torna polêmico nos EUA, deve ser devido a segregação que acabou na teoria, mas que ainda persiste no cotidiano, sem contar que Giselle é latina, situação que não agradamuito os norte americanos.

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  6. LeBron é um cara de mais de dois metros de altura, é forte demais e é o maior astro do basket na atualidade; a Gisele é top model e figurante de luxo de filmes americanos, merecem compartilhar a capa dessa revista. Eu penso que Camila tocou no ponto certo, mas é uma fotografia, então estão permitidas as tantas opiniões sobre o assunto. De qualquer forma, a Vogue está a estampar pela primeira vez um negro em sua capa, ora, nem a Naomi Campbell, uma supermodelo que virou febre na década passada, teve esse bel prazer, estranho…ou ela não possuía os requisitos mínimos de beleza e fama que essa revista considera ou cobrava muito alto o cachê ou brigou com alguém poderoso da revista etc.

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  7. Apesar dos opinadores anteriores, essa capa pareceu-me subliminarmente preconceituosa. Posso estar enganada, mas a primeira lembrança que me veio à mente ao ver a foto, foi o King-kong carregando a moça loira no filme… Tomara seja só na minha cabeça!

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