Estereótipos e publicidade: futura psicóloga

Contribuição: Luciana Matos

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Autor: Marcos E. Pereira

Professor do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal da Bahia. O currículo Lattes pode ser acessado no site http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4799492A6

13 comentários em “Estereótipos e publicidade: futura psicóloga”

  1. O que acho estranho é que uma faculdade faça um cartaz publicitário que só aumenta o estereótipo de que os psicólogos são pessoas que “consolam” as outras, que dão conselhos e ajudam as pessoas a serem mais felizes…
    Infelizmente esta visão é muito comum, sem contar que somos seres extraterrestres que advinhamos o que as pessoas estão pensando…

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  2. Eu acho natural que cada profissão gere um estereótipo…Achei a propaganda tão natural quanto se a foto fosse de uma criança com o joelho machucado e outra criança cuidando da ferida, com o slogan de “FUTURO MÉDICO”. Cada pessoa tem no seu imaginário representações sobre a atuação de certos profissionais. O que eu não acho um fator positivo nessa história toda é o papel limitado que a mídia expõe dos Psicólogos. Para nós estudantes, que estamos diante de um leque diversificado de atuações na área, não é interessante ver que o papel do psicólogo no imaginário popular se resuma a uma simples atitude de consolo. Nesse aspecto, cabe à mídia (grande divulgadora e criadora de estereótipos) divulgar outros aspectos da nossa atuação, para que a população conheça melhor as diversidades de aplicabilidade da tão abrangente Psicologia.

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  3. Ok, concordo com tudo que foi exemplificado acima. Realmente, as profissões possuem uma certa tipificação até mesmo para as pessoas se apresentarem opinião a cerca dos afazeres de dada categoria. O que me espanta é a manutenção desses estereótipos. Posso afirmam que se a categoria de psicólogos apresentassem suas multiplas facetas, dificilmente teriamos propagandas como essa ainda sendo veiculadas. O pior é que, quando entramos na faculdade (salvo aqueles mais informados), a maioria de nós estudantes acreditamos nessa limitação de nossa área, e realmente ficamos bem perdidos quanto as outras forma de atuação. Talvez o que falta é uma melhor forma de apresnetar nossa profissão à sociedade

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  4. Há algum tempo vi essa divulgação e pensei imediatamente em postar no blog. Como futura psicóloga fiquei incomodada não apenas com o estereótipo vinculado à nossa profissão, mas pelo fato do mesmo está sendo divulgado por uma faculdade de psicologia!! Concordo com o que foi dito acima, mas acredito que essa postura reforça mais ainda o imaginário de que somos “consoladores”. Que as pessoas em geral não saibam do papel do psicólogo ainda vai, mas que uma instituição que forma psicólogos reforce isso, isso é que me deixa abismada!!
    Me incomoda muito isso. Se nossa profissão tem uma indefinição intrínseca, cabe a todos os profissionais, inclusive as instituições formadoras, a responsabilidade de ampliar essa visão simplista da psicologia. Não ficamos 5 anos numa universidade para aprender a dar colo e ombro amigos, disso todo mundo entende um pouco.

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  5. Se bem que, do jeito que a coisa anda ultimamente, consolar pode ser realmente uma habilidade especializada.

    Me incomoda muito mais esta mania de querer achar talentos precoces nas crianças! Quando eu era guri, era um futuro engenheiro aeroespacial, físico eletromagnético (adorava imãs), ciclista de bicicross e roteirista de desenho animado (assistir tanto deveria ajudar a faze-los :P).

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  6. Imaginemos…num folder está uma mulher bem adulta e tristonha, e ao lado um garoto de programa ou um ator de vídeo pornô, um desses profissionais do sexo, a consolar a criatura…e o dizer: “está aí um grande psicólogo.”

    É a mesmíssima lógica dessa campanha publicitária, vá lá! – eita minha ousadia, pervertido hum!

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  7. É Leo. Não é a toa que Bruna Surfistinha disse que quer ser psicóloga pois se sentia muito nesse papel com seus clientes.

    Mas também podemos pensar num psicólogo como um oráculo, um estereótipo do sábio, que tem sempre frases profundas e esclarecedoras a proferir.

    Ainda tem o fato de ser uma menina. Porque não um menino? A propaganda poderia ser um menino estudando, tentando adivinhar pensamentos, comparando as pessoas, mas atingiria o público alvo da propaganda?

    Proponho o seguinte desafio: Fazer uma campanha publicitária para curso de psicologia, com um estereótipo do psicólogo (qual seria?) que consideremos positivo e que atinja o público alvo, que venda.

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  8. por falar em estereótipos… A mesma facudade fez uma peça publicitária (anterior a esta), com a foto de uma pessoa deitada no divã. Psicologia ou Psicanálise??????

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  9. um outro ponto da propaganda é que ela deixa de abarcar MUITAS outras áreas da atuação do psicologo, como a atuação em politicas públicas, em comunidades, educação em saude, etc. Acaba que, ao reproduzir (e reforçar) esse estereotipo de que psicologo é uma “especie de guru que sabe dar bons conselhos”, a nossa profissão continua sendo um misterio para boa parte da população, e, tendo o agravante de ser uma profissão liberal, permanece sendo desacreditada, desconsiderada ou pior, considerada supérfula! afinal… quantos brasileiros (por exemplo) sabem o que um psicologo faz (além do “famigerado dom” de dar conselhos)? pior… muitas vezes nem o proprio psicologo sabe!!!

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  10. É exatamente isso que me deixa revoltada, Sheila…. Como uma faculdade de psicologia pode reforçar esse tipo de imagem? Primeiro que atrai pessoas que não sabem o que é Psicologia para fazer o curso, até aí tudo bem…. O pior é que não sabemos quantos psicólogos se formam sem saber de fato para que fizeram esse curso, isso aí que é complicadíssimo!

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  11. Sheila,

    Concordo com tudo q vc disse, menos a parte de considerar a atuação liberal um “agravante”. A atuação liberal é mais uma de nossas possibilidades, apesar de demonizada por quem se referencia por certas ideologias. Pra mim é bem melhor buscar uma ampliação e atualização de nossas possibilidades de atuação do que fazer uma caça as bruxas.

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  12. ok diogo, mas quando me refiro que o o fato de ser um profissional liberal é um agravante, estou fazendo referencia ao fato de isso não gerar mais valia… de produzir uma certa instabilidade e um certo descuido da profissão… o que culmina, na minha opinião, em um desconhecimento das ações e das possibilidades de intervenções do psicologo na população.

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  13. Acredito que o marketing não teria outra forma de trabalhar senão lançando mão de estereótipos. Entretanto o cartaz acima só reforça o preconceito de que o único papel do psicólogos é dar conselhos, tarefa que qualquer um que tenha um pouco de bom senso pode fazer! Propagandas como essa, além de limitar o campo profissional do psicólogo promove a perpetuação dessa crença amplamente difundida sobre suas habilidades profissionais!

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