Uma vez que a religiosidade não se confunde com a filiação a uma determinada denominação religiosa, consideramos identificara associação entre a religiosidade e a avaliação da confiança nas instituições. Analisaremos em seguida cada uma das hipóteses, mediante um teste correlacional bivariado.
Hipótese 19 – O grau de religiosidade se correlacionará positivamente com a confiança na IRPS, sendo particularmente significativa a correlação com a instituição familiar
A correlação de Pearson, mensurada pelo r, entre a religiosidade e a confiança na IRPS foi estatisticamente significativa e na direção postulada pela hipótese (r = 0.140 , p <. 0.001). A análise sequencial bayesiana evidenciou que a relação entre as duas variáveis raramente se apresentou em condições de confirmar a hipótese, conforme observado no gráfico abaixo.

A associação entre a religiosidade e a confiança nas ISDA também foi avaliada, a partir da hipótese abaixo enunciada.
Hipótese 20 – O grau de religiosidade se correlacionará negativamente com a confiança na IDSA
A direção da associação entre as variáveis foi compatível com o postulado pela hipótese, com o coeficiente de correlação estatisticamente significativo (r = -0.109 , p = 0.006). A análise bayesiana sequencial mostra, no entanto, que embora os valore sejam estatisticamente significativos, a evidência obtida foi apenas anedótica (BF = 2, 409), conforme observado no gráfico abaixo.

Ainda que a relação entre a religiosidade do participante da pesquisa e a avaliação das IRPS e ISDA não tenha se encaminhada na direção postulada pelas hipótese 18 e 19, a relação entre a religiosidade e as IICC apresentou um cnário bem distinto. A hipótese foi postulada nos seguintes termos.
Hipótese 21 – O grau de religiosidade se correlacionará positivamente com a confiança na IICC, sendo particularmente significativa a correlação com as instituições religiosas
O coeficiente de Pearson foi significativo e na direção postulada na hipótese (r = 0.228 , p <.001), o que foi colaborado pela análsie sequencial que evidenciou que a partir da inclusão das informações do participante 150 a hipótese se confirma e e robustece com a inclusão dos novos dados, conforme observado no gráfico abaixo.

Consideradas em conjunto, fica claro que a relação de associação entre a religiosidade e a confiança nas instituições se mostrou inequívoca apenas no caso daquelas dedicadas à imposição do consenso e do controle social, sendo este efeito particularmente marcante no caso das instituições religiosas (r = 0.420 , p <.001)
Hipótese 16 – IRPS: tem religião > não tem religião
Hipótese 17 – IDSA: tem religião < não tem religião
Hipótese 18 – IICC: tem religião > não tem religião
As relações entre sexo e confiança nas instituições foram estatisticamente significativas ( F (2,1002) = 21,027 , p < 0.001) e os testes post hoc de Bonferroni deixaram claro que as comparações se mostraram estatisticamente significativas. As IDSA, no entanto, se mostraram numa direção oposta ao postulado na hipótese, pois as pessoas que se definiram como religiosas se mostraram menos confiantes nas instituições educacionais e de saúde, ao contrário do caso das duas outras instituições, em particular as IICC, que foram alvo de maior confiança entre as pessoas que informaram acolher alguma religião.
As hipótese 16 e 17 foram corroboradas, enquanto a 17 não sobreviveu ao teste empírico.